Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas nasceu na Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 e faleceu em Goiânia, 10 de abril de 1985, foi uma poetisa e contista brasileira. Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade, apesar de escrever seus versos desde a adolescência.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.
Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, que adotou o pseudônimo de Cora Coralina, era filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de dona Jacyntha Luiza do Couto Brandão. Ela nasceu e foi criada às margens do Rio Vermelho. Estima-se que essa casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga Vila Boa (Goiás).
Começou a escrever os seus primeiros textos aos 14 anos, publicando-os posteriormente nos jornais da cidade de Goiânia, e nos jornais de outras cidades, como constitui exemplo o semanário "Folha do Sul" da cidade goiana de Bela Vista e nos periódicos de outros rincões, assim como a revista A Informação Goiana do Rio de Janeiro, que começou a ser editada a 15 de julho de 1917. Apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as primeiras quatro séries, com a Mestra Silvina (Mestre-Escola Silvina Ermelinda Xavier de Brito (1835 - 1920)). Conforme Assis Brasil, na sua antologia "A Poesia Goiana no Século XX" (Rio de Janeiro: IMAGO Editora, 1997, página 66), "a mais recuada indicação que se tem de sua vida literária data de 1907, através do semanário 'A Rosa', dirigido por ela própria e mais Leodegária de Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana." Todavia, constam trabalhos seus nos periódicos goianos antes dessa data. É o caso da crônica "A Tua Volta", dedicada 'Ao Luiz do Couto, o querido poeta gentil das mulheres goianas', estampada no referido semanário "Folha do Sul", da cidade de Bela Vista, ano 2, n. 64, p. 1, 10 de maio de 1906. No jornal Tribuna Espírita - Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1905.
Ao tempo em que publica essa crônica, ou um pouco antes, Cora Coralina começa a frequentar as tertúlias do "Clube Literário Goiano", situado em um dos salões do sobrado de dona Virgínia da Luz Vieira. Que lhe inspira o poema evocativo "Velho Sobrado". Quando começa então a redigir para o jornal literário "A Rosa" (1907). Publicou, nessa fase, em 1910, o conto Tragédia na Roça.
PRÊMIOS
Cora Coralina recebeu diversos prêmios dentre eles: o título de Doutora Honoris Causa da UFG (Universidade Federal de Goiás) (1983).
Em 1983, foi eleita intelectual do ano e contemplada com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores. Dois anos mais tarde, morreu. A 31 de janeiro de 1999, a sua principal obra, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, foi aclamada através de um seleto júri organizado pelo jornal O Popular, de Goiânia, uma das 20 obras mais importantes do século XX. Enfim, Cora torna-se autora canônica.
Postumamente, em 2006, ela recebeu a condecoração de Ordem do Mérito Cultural.
MUSEU CASA DE CORA CORALINA
Criado pela Fundação Cora Coralina e
inaugurado em 1989, o museu é mantido da mesma forma de quando Cora habitava,
abriga em seu acervo objetos de uso pessoais de Cora Coralina, como roupas,
móveis, utensílios domésticos, fotos, livros e cartas no interior da casa, além
do jardim nos fundos da casa e a bica de água potável. O Museu está localizado
nas margens do Rio Vermelho na Cidade de Goiás. Também conhecida como Casa Velha
da Ponte, foi edificada no século XVIII, para uso do Quinto Real.
OBRAS
Poemas
Poemas dos Becos de Goiás e estórias
mais (poesia), 1965 (Editora José Olympio).
Meu Livro de Cordel, (poesia), 1976
Contos
Vintém de Cobre - Meias confissões de
Aninha (poesia), 1983
Estórias da Casa Velha da Ponte
(contos), 1985
Póstumo
Meninos Verdes (infantil), 1986
(póstumo)
Tesouro da Casa Velha (poesia), 1996
(póstumo)
A Moeda de Ouro que o Pato Engoliu
(infantil), 1999 (póstumo)
Vila Boa de Goiás (poesia), 2001
(póstumo)
O Prato Azul-Pombinho (infantil), 2002
(póstumo)
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