domingo, 1 de outubro de 2023

A MÚSICA DE HÄNDEL A ARTE DE CARAVAGGIO - HÄNDEL E CARAVAGGIO E O CONCERTO OP. 6 Nº 4.


Os doze Grandes Concertos, tradução proposta pelo próprio Georg Friedrich Händel para os seus Concerti Grossi, Op. 6 (1739), estão entre os melhores trabalhos do compositor.  Os concertos são orquestrados para um pequeno grupo de solistas, dois violinos e um violoncelo (o concertino), acompanhados por uma orquestra de cordas (o ripieno). 

A música dramática, sombria, teatral mesmo, da obra combina com o tenebrismo do pintor Caravaggio (1571-1610), um dos maiores artistas do barroco italiano, e seu realismo dramático, teatral, muitas vezes violento. 

O primeiro movimento, Larghetto affetuoso, é considerado uma das melhores peças de Händel: grandioso, solene, mas cheio de dor. A melodia é tocada pelos primeiros violinos em uníssono. O baixo se move compassadamente e as partes internas reforçam a harmonia.

O segundo, Allegro, é uma fuga enérgica, com trocas rápidas entre concertino e ripieno. O clima sombrio do movimento é sublinhado pela cadência final nas cordas graves dos violinos e das violas.

 

UM POUCO SOBRE HÄNDEL

 

Georg Friedrich Händel ou Haendel nasceu em Halle an der Saale, no dia 23 de fevereiro de 1685 e faleceu em Londres, 14 de abril de 1759 aos 74 anos, foi um compositor alemão, naturalizado cidadão britânico em 1726. 

Desde cedo mostrou notável talento musical, e a despeito da oposição de seu pai, que o queria um advogado, conseguiu receber um treinamento qualificado na arte da música. A primeira parte de sua carreira foi passada em Hamburgo, como violinista e maestro da orquestra da casa de ópera local. Depois dirigiu-se para a Itália, onde conheceu a fama pela primeira vez, estreando várias obras com grande sucesso e entrando em contato com músicos importantes. Em seguida foi indicado mestre de capela do Eleitor de Hanôver, mas pouco trabalhou para ele, e esteve na maior parte do tempo ausente, em Londres. Seu patrão mais tarde tornou-se rei da Grã-Bretanha como Jorge I, para quem continuou compondo. Fixou-se definitivamente em Londres, e ali desenvolveu a parte mais importante de sua carreira, como empresário operístico e autor de óperas, oratórios e música instrumental. Quando adquiriu a cidadania britânica adotou o nome George Frideric Handel. 

Recebeu as bases de sua arte da escola barroca germânica, mas depois incorporou um amplo repertório de formas e estilos italianos, franceses e ingleses, construindo um estilo pessoal variado, original e cosmopolita. Tinha grande facilidade para compor, como prova sua vasta produção, que compreende mais de 600 obras, muitas delas de grandes proporções, entre elas dezenas de óperas e oratórios em vários movimentos. Suas grandes obras vocais foram especialmente apreciadas por sua riqueza melódica, sua penetração psicológica, sua impactante dramaticidade, e pela suntuosidade, originalidade e clareza de sua harmonia. Era um exímio contrapontista e polifonista nos moldes flexíveis da escola italiana, e introduziu novidades formais e estéticas na tradição idealista e cristalizada da ópera barroca e no seu gênero gêmeo do oratório, que prenunciam a reforma naturalista da ópera empreendida por Gluck. Suas cantatas e sua música instrumental também se caracterizam pelo experimentalismo, pela inventividade e liberdade formal. 

Sua fama em vida foi enorme, tanto como compositor, considerado um douto e um gênio original, quanto como instrumentista, um os principais virtuoses do teclado de sua geração e excepcional improvisador, e mais de uma vez foi chamado de "divino" ou de "novo Orfeu" pelos seus contemporâneos. Sua música exerceu um impacto inovador e transformador de primeiro plano na música vocal inglesa de sua época, tornando-o por algum tempo uma verdadeira celebridade, embora sua carreira tenha sido cheia de altos e baixos. Influenciou outros nomes europeus destacados como Gluck, Haydn e Beethoven, foi de especial importância para a formação da cultura musical britânica moderna, tornou-se conhecido em muitas partes do mundo, e desde a metade do século XX sua obra tem sido recuperada com crescente interesse. Hoje Händel é considerado um dos maiores mestres do barroco musical europeu. 

UM POUCO SOBRE CARAVAGGIO

Michelangelo Merisi (ou Amerighi), conhecido como Caravaggio  nasceu em Caravaggio, 29 de setembro de 1571 e faleceu em Porto Ercole, 18 de julho de 1610 aos 39 anos, foi um dos mais notados pintores italianos, atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. Seu trabalho exerceu influência importante no estilo barroco, estilo do qual foi o primeiro grande representante. Caravaggio era o nome da aldeia natal da sua família e foi escolhido como seu nome artístico. 

Exceto em suas primeiras obras, Caravaggio pintou fundamentalmente temas religiosos. No entanto, foram várias as vezes em que as suas pinturas feriam as susceptibilidades dos seus clientes. Em vez de adotar nas suas pinturas belas figuras etéreas, delicadas, para representar acontecimentos e personagens da Bíblia, ele preferia escolher, por entre o povo, modelos humanos tais como prostitutas, crianças de ruas e mendigos, que posavam como personagens para as suas obras. 

Caravaggio procurou a realidade palpável e concreta da representação. Utilizou como modelos figuras humanas, sem qualquer receio de representar a feiura, a deformidade em cenas provocadoras, características essas que distinguem as suas obras. Tudo isso chocou os seus contemporâneos, pela rudez das suas pinturas. Dos efeitos que Caravaggio dava aos quadros, originou-se o tenebrismo, radicalização do Chiaroscuro, em que os tons terrosos contrastam com os fortes pontos de luz.

Ouça Handel em Grande Concerto em Lá Menor, Op. 6 nº 4, HWV 322: I. Larghetto affetuoso; II. Allegro – Fuga.

 

OUÇA AQUI OU CLIQUE NO LINK DO ORIGINAL

https://www.youtube.com/watch?v=HkFqJj92QSU&t=22s


 

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