terça-feira, 22 de outubro de 2024

“ALIMENTA ESTES OLHOS” DE MARCELLO QUINTANILHA HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL

 

Em uma acalentada noite, às 18h, a campainha tocou, perguntamos quem era? Uma voz meiga respondeu do outro lado da porta. Sou eu, a Daise, a mãe de Marcello. Ao abrirmos a porta, nos deparamos com essa preciosa obra em suas mãos. 

Ficamos encantados ao receber o lindo livro de presente e certamente, honrados. Pois, somos admiradores do Marcello Quintanilha, esse importante quadrinista e escritor brasileiro. 

SOBRE O LIVRO 

As doces e cortantes crônicas visuais de Marcello Quintanilha, vencedor do Jabuti, do Rudolph Dirks e do Fauve D’Or de Angoulême! 

Alimenta Estes Olhos cobre mais de 20 anos da carreira de um dos mais celebrados quadrinistas do país, reunindo, além de diversas histórias inéditas, dois de seus maiores clássicos: Sábado dos Meus Amores, 2009, que entrou pra lista da Folha de São Paulo dos 200 livros para entender o Brasil, e Almas Públicas, 2011. Quintanilha mergulha de cabeça no cotidiano da classe trabalhadora, em 20 histórias que viajam das favelas cariocas até o litoral baiano, transitando entre o atual e o nostálgico, entre a poesia e a loucura, entre o trágico e o cômico. 

Debaixo da tenda que abriga o bar de beira de estrada, o guarda civil ajusta contas com um empregado do circo. Nas ruas de Madureira, um acidente de ônibus tira a paz de Tião Pomba-Gira. Espumas emanam dos frontispícios. Entre o morro e a planície, a dor e a glória dos carnavalescos, que vivem apenas três dias por ano. Na foz do São Francisco, o futuro rei do brega grava o clipe que mudará sua vida. Justo no caminho do teste pra entrar no Fluminense FC, Acirzinho se depara com um trauma político: Getúlio Vargas disparou contra o próprio peito! Em meio à pandemia, um casal se separa. Tudo enquanto uma borboleta borboleteia no centro da cidade, sob o olhar atento de Rubem Braga. 



CRÍTICAS 

Um quê de Nelson Rodrigues, pelo entendimento profundo da alma humana, só que cinematograficamente ilustrado. Irresistível.” – Lulu Santos.

 Eu indicaria qualquer obra do Quintanilha - nas suas histórias em quadrinhos podemos ver e sentir, melhor do que em fotografia ou cinema, a cara, os gestos, as posições de corpo, o modo e os motivos de falar, de olhar, de brigar das pessoas no Brasil.” – Laerte. 

Sobre SÁBADO DOS MEUS AMORES, na lista de 200 livros para entender o Brasil da Folha de S. Paulo.

Uma coletânea indispensável, dividida em três partes, com as histórias que fizeram Aldir Blanc definir Quintanilha como “o Rossellini tupiniquim”, incluindo seu primeiro livro, Fealdade de Fabiano Gorila, considerado uma das melhores narrativas já feitas (em qualquer arte) sobre futebol.

Um maravilhoso recorte da vida no Brasil, magnificamente desenhado.” – David Lloyd.

Nostalgia é uma das palavras-chaves para o livro, mas não a única. Há um tom de crônica, lirismo e identidade brasileira que permeia as seis histórias em quadrinhos que compõem o álbum.” – Pedro Cirne, sobre Sábado dos Meus Amores, na Folha de S. Paulo. 

Marcello Quintanilha é o autor de quadrinhos que melhor retratou o brasileiro comum.” – Revista O Grito! 

Em Almas Públicas, o niteroiense volta às crônicas visuais, mesclando o trágico e o cômico nas rotinas de personagens e aproximando-os do Rio antigo.” – O Estado de S. Paulo

Um autor de graphic novels de primeira classe.” – Paul Gravett

A proposição criativa de Marcello cria um mistério e, quando ele se resolve, os personagens tornam-se especiais. Graciliano Ramos fazia isso.” – Fernando Bonassi. 



UM POUCO SOBRE O AUTOR

Marcello Eduardo Mouco Quintanilha nasceu em 10 de novembro 1971 em Niterói, tem 52 anos completo. Autodidata, começou a publicar quadrinhos, ainda adolescente, desenhando gibis de terror e artes marciais sob o pseudônimo de Marcello Gaú. 

O seu primeiro trabalho em quadrinhos foi publicado em 1988. Ainda adolescente, ele desenhou histórias de artes marciais para a revista Mestre Kim, da Bloch Editores. Na época, assinava como Marcello Gaú, por acreditar que as histórias em quadrinhos não poderiam servir como profissão. 

Aos 18 anos, tendo concluído o Segundo Grau, começou a trabalhar como animador para uma escola de inglês. Passou sete anos no emprego, usando o tempo livre para desenvolver seus projetos pessoais. A convite de Rogério de Campos, diretor da Editora Conrad, passou a colaborar com as revistas General e General Visão, nas quais publicou histórias como “Granadilha” e “Dorso”. No mesmo período, criou trabalhos também para as revistas Nervos de Aço, Metal Pesado, Zé Pereira e Heavy Metal.

Sua primeira graphic novel foi publicada em 1999. “Fealdade de Fabiano Gorila” era uma história baseada na vida de seu pai, que foi jogador de futebol do Canto do Rio na década de 1950. No mesmo ano,durante a primeira edição do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte, conheceu o francês François Boucq, que se interessou pelo seu trabalho e convenceu-o a enviar seus desenhos para editoras europeias. Em 2003, publicou La promesse (A promessa), primeiro volume da série Sept balles pour Oxford (Sete balas para Oxford), pela editora belga Le Lombard, com roteiro do argentino Jorge Zentner e do espanhol Montecarlo. A série teve, ao todo, sete volumes, que foram publicados no período entre 2003 e 2012.

O contrato com a editora belga levou Quintanilha a mudar-se para Barcelona, para ficar mais próximo dos roteiristas da série. Passou a publicar também ilustrações nos jornais espanhóis El País e Vanguardia. 

Ao mesmo tempo, continuou produzindo álbuns para o público brasileiro. Em 2005, publicou “Salvador”, na coleção Cidades Ilustradas da editora Casa 21. Seguiram-se “Sábado dos meus amores”, 2009, troféu HQ Mix de melhor desenhista nacional) e “Almas públicas”, 2011. 

Em 2016, recebeu o prêmio Fauve Polar SCNF do Festival de Angoulême, principal premiação francesa das histórias em quadrinhos, pela HQ “Tungstênio”. 

Entre suas principais obras, podem ser citadas: “Fealdade de Fabiano Gorila”, Conrad, 1999; “Salvador”, Casa 21, 2005; “Sábado dos Meus Amores”, Conrad, 2009; “Almas Públicas”, Conrad, 2011; “Ateneu”, Ática, 2012; “Tungstênio”, Veneta, 2014; “Talco de Vidro”, Veneta, 2015 e “Hinário Nacional”, Veneta, 2016, além da série de sete volumes “Sept Balles Pour Oxford”, 2003-2012. Também inclui em seu currículo a arte do disco “A invasão do sagaz homem fumaça”, 2000, do Planet Hemp e animações para o filme espanhol “Chico & Rita”, 2010, que foi indicado ao Oscar em 2012. 

Seu trabalho mais recente foi Escuta, Formosa Márcia, 2021, que colocou o nome de Quintanilha na história como o primeiro brasileiro a receber o Fauve D’Or, o principal prêmio do Festival de Angoulême e um dos mais prestigiados na indústria internacional de quadrinhos. Atualmente, segue vivendo e trabalhando em Barcelona, na Catalunha.


PRINCIPAIS OBRAS 

1999 - Fealdade de Fabiano Gorila, Conrad

2005 – Salvador, Casa 21

2009 - Sábado dos meus amores, Conrad

2011 - Almas públicas, Conrad

2014 – Tungstênio, Editora Veneta

2015 - Talco de vidro, Veneta

2016 - Hinário Nacional, Veneta

2018 - Luzes de Niterói Veneta

2020 – Deserama, Veneta

2021 - Escuta, formosa Márcia, Veneta

 

NO EXTERIOR

 

Série Sept balles pour Oxford:

2003 - 1 - La Promesse

2004 - 2 - La Perle

2005 - 3 - La Fuite

2006 - 4 - L'Héritière

2007 - 5 - Le Grillon

2009 - 6 - Le Fantôme

2012 - 7 - La Vulnérabilité 











(Clicar na imagem para assistir a Entrevista de 
Marcello Quintanilha para o CineMarden, 2018)






EFEMÉRIDES: HÁ 213 ANOS, EM 20 DE OUTUBRO DE 1811 NASCEU FRANZ LISZT FOI UM COMPOSITOR, PIANISTA, MAESTRO, PROFESSOR E TERCIÁRIO FRANCISCANO HÚNGARO DO SÉCULO XIX.

 

Liszt ganhou fama na Europa durante o início do século XIX como pianista virtuoso. Foi citado por alguns dos seus contemporâneos como o pianista mais avançado da sua época, e em 1840 foi considerado por alguns como o maior pianista de todos os tempos. 

Como compositor, foi um dos representantes proeminentes da "Neudeutsche Schule" "Nova Escola Alemã". Algumas das suas contribuições mais notáveis foram a invenção do poema sinfónico, desenvolvendo o conceito de transformação temática. Também desempenhou um papel importante na popularização de uma grande variedade de música de transcrição para piano. 

Génie oblige, “gênio por obrigação” foi o lema escolhido pelo próprio Franz Liszt, o único músico húngaro no século XIX a ser reconhecido como um dos maiores que já existiram. Ele certamente desfrutou de toda a sua fama e glória como um dos pianistas mais importantes de sua época, como um compositor ousado e inventivo, como regente e respeitado professor de música. Além de ser conhecido como Don Juan e queridinho de Ludwig van Beethoven, Liszt revolucionou o mundo da música, estabelecendo ideias que ainda seguem atuais!

Franz Liszt nasceu em 22 de outubro de 1811, na cidade de Raiding, que hoje faz parte do território austríaco. Ele recebeu as primeiras aulas de piano de seu pai, Adam Liszt, que trabalhava para a família do Príncipe Esterházy e fez de tudo para facilitar o talento do pequeno Franz. Foi aclamado como prodígio desde cedo e, em 1820, um grupo de magnatas húngaros ofereceu-se para bancar seus estudos. Os Liszt foram, então, morar em Viena, onde Franz foi aluno de Carl Czerny, ex-aluno de Beethoven, e Antonio Salieri, o renomado rival de Mozart. Lá o pequeno chamou a atenção do público local e até mesmo do próprio Beethoven! 

Aos 12 anos, seu pai resolveu levá-lo a Paris, arriscando suas finanças para garantir que o menino continuasse sua instrução musical. Ele estudou brevemente com Ferdinand Paër e Anton Reicha. Começou a se apresentar na França e na Inglaterra e logo alcançou o sucesso: em 1830, já tinha publicado várias peças para piano e tinha até o rascunho de um concerto! Em Paris, fez amizade com artistas ilustres: Frédéric Chopin, Victor Hugo, Alexandre Dumas, Honoré de Balzac e até Eugène Delacroix. Em 1832, sua carreira mudaria para sempre: ao ver uma performance virtuosa do violinista Paganini, Franz Liszt decidiu dominar cada aspecto da técnica ao piano. 

Inovou com suas partituras para piano das sinfonias de Beethoven e Berlioz e ficou famoso por sua frase “le concert, c'est moi”, dita quando, em 1839, fez uma apresentação solo em que representou todos os sons de uma orquestra tocando apenas um instrumento, o piano. Vale lembrar que é nessa época – chamada de Romantismo – que o intérprete ganha tanta notoriedade quanto o compositor, e Liszt foi um dos responsáveis por elevar a condição social da sua profissão, assim como Beethoven o fez. Dotado de uma técnica excepcional ao piano, Liszt ganhou o público com suas apresentações envolventes e cheias de personalidade. Estava sempre disposto a atender aos pedidos de seus ouvintes com improvisações de obras eruditas e até mesmo músicas folclóricas. Sua popularidade pode ser comparada à dos Beatles nos anos 1960, pois onde passava conquistava muitos admiradores e causava um certo êxtase no público feminino. 

Em 1833, Liszt conheceu e se apaixonou pela condessa Marie d'Agoult, com quem teve três filhos. No período em viveram juntos, moraram na Suíça e em Roma, e Franz concentrou-se na composição e em escrever memórias de suas viagens, que foram publicadas nos jornais de Paris. A relação do casal terminou em 1844; e alguns anos depois ele se apaixona pela princesa Carolyne von Sayn-Wittgenstein, com quem viveu em Weimar, na Alemanha. 

O desejo de Liszt era tornar a cidade de Weimar um polo artístico e cultural novamente. Lá, ele dedicou-se à composição, regência de orquestras e o ensino musical. Sempre acreditando no poder de renovação da música e de que não pertence apenas a um período. Por isso, incentivou e aconselhou a carreira de músicos e compositores mais jovens, tendo destaque seu apoio a Richard Wagner, que se tornou um dos grandes nomes de sua época. 

Franz foi um visionário, sendo o responsável por grandes inovações no fazer musical e no pensar a arte. Em 1830, Liszt publicou nos jornais de Paris um manifesto em defesa da educação musical, com pautas que permanecem relevantes até hoje. 

“Em nome de todos os músicos, da arte e do progresso social, exigimos:

 A – A realização de uma assembleia dedicada à música sinfônica, dramática e religiosa a cada cinco anos. As melhores obras em cada uma dessas três categorias serão executadas diariamente durante um mês no Louvre e serão, posteriormente, compradas pelo governo e publicadas à custa deste. Em outras palavras, exigimos a fundação de um museu musical.

B – A adoção de ensino de música nas escolas primárias, sua extensão a outros tipos de escolas e um movimento para a implantação de uma nova música de igreja. 

C – A reorganização do canto coral e a reforma do cantochão em todas as igrejas de Paris e das províncias. 

D – Encontros gerais das sociedades filarmônicas, inspirados nos grandes festivais de música da Inglaterra e da Alemanha [a Alemanha ainda não existia juridicamente; Liszt refere­-se ao conjunto das pequenas cortes e principados espalhados pelo que hoje é o território alemão]. E – Montagens de óperas, concertos sinfônicos e de música de câmara, organizados de acordo com planejamento traçado segundo nosso artigo prévio sobre os conservatórios [Liszt refere-­se a um artigo anterior enfocando apenas os conservatórios]

F – Uma escola de estudos musicais avançados, que atue separadamente dos conservatórios, dirigida pelos mais eminentes artistas – uma escola cujos tentáculos estendam­-se a todas as cidades do interior do país por meio das disciplinas história e filosofia da música.

G – Uma edição de baixo custo, para venda a preços acessíveis, das mais importantes obras dos novos e dos antigos compositores, desde a Renascença até a atualidade. Estas partituras abarcarão o desenvolvimento da arte em sua totalidade, da canção folclórica até a Sinfonia coral de Beethoven. Esta série de publicações como um todo será chamada O panteão da música. As biografias, os tratados, os comentários e os glossários que acompanharão estas partituras formarão uma verdadeira “enciclopédia da música”. 

Faleceu em Bayreuth, 31 de julho de 1886.

O RAPTO DA JOANA DO TARUGO - ELOMAR FIGUEIRA DE MELO


O Rapto de Joana do Tarugo



Enfrentei fosso muralha e os ferros dos portais
Só pela graça da gentil senhora
Filtrando a vida pelos grãos de ampulhetas mortais
D'além de trás os Montes venho
Por campos de justas honrando este amor
Me expondo à Sanha Sanguinária de côrtes cruéis
Enfrentei vilões no Algouço e em Senhores de Biscaia
Fidalgos corpos de armas brunhidas
Não temo escorpiões cruéis carrascos vosso pai
Enfreado à porta de castelo
Tenho meu murzelo ligeiro e alazão
Que em lidas sangrentas bateu mil mouros infiéis
Ô Senhora dos Sarsais
Minh'alma só teme ao Rei dos reis
Deixa a alcova vem-me à janela
Ó Senhora dos Sarsais
Só por vosso amor e nada mais
Desça da torre Naíla donzela
Venho d'um reino distante, errante e menestrel
Inda esta noite e eu tenho esta donzela
Minha espada empenho a uma deã mais pura das vestais
Aviai pois a viagem é longa
E já vim preparado para vos levar
Já tarda e quase que o minguante está a morrer nos céus
Ó Senhora dos Sarsais
Minh'alma só teme ao Rei dos Reis
Deixa a alcova vem-me à janela
Ó Senhora dos Sarsais
Só por vosso amor e nada mais
Desça da torre Joana tão bela
Naíla donzela, Joana tão belas




INCELENÇA DO AMOR RETIRANTE - ELOMAR FIGUEIRA DE MELO



Incelença Pro Amor Retirante


Vem amiga visitar
A terra, o lugar
Que você abandonou
Inda ouço murmurar
Nunca vou te deixar
Por Deus nosso Senhor
Pena cumpanheira agora
Que você foi embora
A vida fulorô
Ouço em toda noite escura
Como eu a sua procura
Um grilo a cantar
Lá no fundo do terreiro
Um grilo violeiro
Inhambado a procurar
Mas já pela madrugada
Ouço o canto da amada
Do grilo cantador
Geme os rebanhos na aurora
Mugindo cadê a senhora
Que nunca mais voltou
Faz um ano in janeiro
Que aqui pousou um tropeiro
O cujo prometeu
De na derradeira lua
Trazer notícia sua
Se vive ou se morreu
Der naquela madrugada
Tenho os olhos na istrada
E a tropa não voltou
Ao senhô peço clemência
Num canto de incelença
Pro amor que retirou.

ANA PRETA, HISTÓRIAS DE MINAS. ESCRITOR E JORNALISTA J. LONDE RECONSTRÓI A SAGA DA HEROÍNA DA GUERRA DO PARAGUAI QUE SE TORNOU SÍMBOLO DE LUTA

Assim como tantas mulheres na história do Brasil, Ana Preta poderia ter sua trajetória invisibilizada se não fosse o trabalho do escritor e jornalista J. Londe.


Todos a olham com assombro e admiração. Muitas mulheres lhe dizem para abandonar o Tenente à própria sorte.

  — Por que se preocupa com esse branco que vai morrer?

 Ana responde simplesmente:

 — O que seria do soldado sem o seu comandante?

  — Larga os dois, mulher, trate de se salvar!

 Ana ignora, é uma missão. Vai buscar água para aplacar a febre do doente. Implora comida para o tenente, que é oficial e ainda está vivo.” Ana Preta, pg. 123 e 124.

 

No livro homônimo, ele revive a atuação da mulher pobre e negra de Minas Gerais, que lutou corajosamente durante a Guerra do Paraguai, 1864-1870, conflito responsável por ceifar a vida de aproximadamente 130 mil brasileiros.

O romance histórico Ana Preta retrata a determinação, coragem e ousadia da protagonista em acompanhar o marido Zé Mulato junto com o Exército de Caxias, numa época em que crianças e mulheres não eram aceitas no contingente. Mas, para ela ficar em Uberaba, seria uma condenação à prostituição ou até mesmo à morte. Nestas condições, Ana partiu para um futuro incerto, sem dinheiro, roupas ou comida. 

Em campo, era conhecida pelo desprendimento, pois nunca abandonava os soldados feridos, nem mesmo quando as forças inimigas armaram uma emboscada contra o exército brasileiro. Ela enfrentou varíola, cólera, fome e sede, mas nada se comparou com a dor da morte do amado durante uma batalha. Como forma de reivindicar a humanidade que lhes foi negada ao longo da vida, Ana caminhou a pé de volta para o Brasil, com o corpo do marido nos próprios braços, para enterrá-lo em terra natal.  

Neste meio tempo, encontrou um tenente ferido. Não conseguiu deixá-lo para trás e também o carregou-nos próprios braços. Assim andava por volta de quatrocentos metros com o corpo do companheiro morto, colocava-o no solo e voltava para buscar o outro homem. Quando não tinha mais tantas forças, conseguiu enterrar o marido em solo brasileiro. Já o tenente se salvou graças a seus esforços. Ana morreu colérica e sozinha no Brasil.

A partir de uma pesquisa minuciosa com uma prosa rica em detalhes, J. Londe apresenta outros personagens que não são lembrados pela "história oficial", como Tião Arlindo, um minerador de diamantes fugitivo por assassinato; Pedro Barroso, peão jurado de morte; e Magaref, um açougueiro filho de escrava. Juntos da protagonista, eles são envolvidos nas dificuldades e sacrifícios da guerra, conduzindo o leitor a uma profunda reflexão sobre a condição humana em tempos de adversidade. 

Ao abordar temas como racismo, pobreza, misoginia, analfabetismo, promessas do Estado não cumpridas e empobrecimento da população no pós-guerra, Ana Preta demonstra a importância de preservar a memória e compreender o passado como fator essencial para resgatar a identidade de uma comunidade brasileira marginalizada há séculos.

 

FICHA TÉCNICA

Título: Ana Preta

Subtítulo: Histórias de Minas

Autor: J. Londe 

Preço: R$ 57,14 (livro físico) e R$ 34,92 (e-book)

Onde comprar: Clube de Autores | Amazon | Estante Virtual


 


Sobre o autor: O mineiro João Batista Londe é jornalista, orquidólogo, especialista em Biologia pela Universidade Federal de Lavras (MG) e licenciado em matemática e em ciências biológicas. Escritor permanente das revistas literárias: “Poetas Brasileiros” e “Arte Literária”; ele é membro Imortal da Academia Internacional de Literatura Brasileira com sede em Nova Iorque (EUA) e possui o título de Imortal da Academia Interamericana de Escritores, com sede em Fortaleza (CE). Em 2024, a obra Ana Preta, que possui imagem de capa gerada por inteligência artificial e associada à arte de Alexandre Monteiro Londe, recebeu o Prêmio de Melhor Capa de Livro pela Academia Interamericana de Escritores. Instagram do autor: @jlondeescritor 


04 DE NOVEMBRO: DIA DA FAVELA SERÁ CELEBRADO EM 20 PAÍSES, E LECI BRANDÃO SERÁ A HOMENAGEADA

 

No dia 4 de novembro, as favelas brasileiras comemoram o Dia da Favela, uma data simbólica criada para reconhecer a resistência, a potência e a importância social, cultural e histórica das favelas brasileiras e de seus moradores. Este ano, a celebração traz um destaque especial: a sambista Leci Brandão, coautora da Lei do Dia da Favela no estado de São Paulo, será homenageada por sua trajetória de luta e representatividade. Além disso, será o primeiro ano em que o IBGE reconhece oficialmente o nome “Favela”, substituindo o antigo termo "aglomerado subnormal".

O Dia da Favela foi instituído em 2006 pela Central Única das Favelas (CUFA) para dar visibilidade à força das favelas brasileiras, destacando seus talentos e conquistas em diversas áreas, como cultura, esporte, empreendedorismo e educação. A data não comemora a existência das favelas, mas reconhece seus desafios, tornando-se um momento de reflexão para que seus moradores possam avaliar o que já foi conquistado e o que ainda precisa ser alcançado.

Este ano, o Dia da Favela entra na agenda de mais 19 países, celebrando a capacidade de superação e o protagonismo dos seus moradores, que, apesar das adversidades, continuam transformando suas realidades.

LECI BRANDÃO: UMA VOZ DE RESISTÊNCIA E INSPIRAÇÃO

A escolha de Leci Brandão como homenageada em 2024 reforça a conexão entre o samba, a cultura popular e a resistência das favelas. Ao longo de sua carreira, Leci Brandão tornou-se um símbolo de luta pelos direitos humanos e equilíbrio social. Cantora, compositora e ativista, Leci é uma das grandes personalidades brasileiras que transita por todos os segmentos da sociedade, levando a bandeira dos negros, das mulheres e do gueto com total maestria.

“A Leci Brandão representa o espírito da favela: luta, resistência, cultura e transformação. É uma honra para a CUFA poder prestar essa homenagem a uma mulher que, assim como nossas favelas, nunca desistiu de lutar por um Brasil mais justo e igualitário”, afirmou Kalyne Lima, presidente da CUFA Brasil.

PROGRAMAÇÃO ESPECIAL E HOMENAGENS

Além da homenagem a Leci Brandão, o Dia da Favela 2024 contará com uma programação especial em várias cidades do Brasil, com atividades culturais, rodas de conversa e apresentações artísticas. O objetivo é não apenas celebrar a data, mas também promover a conscientização sobre as conquistas das favelas e a importância de continuar lutando por melhores condições de vida para seus moradores.

Os eventos são por adesão, e todas as atividades realizadas no dia 4 poderão fazer parte da programação oficial.

Leci Brandão, assim como Zeca Pagodinho no ano passado, será agraciada com o prêmio “ANU Preto", o pássaro símbolo da CUFA, escolhido por ser considerado um símbolo de mau agouro

“Nossa missão é transformar o que é negativo em algo positivo, ressignificar tudo o que for possível, por isso o anu, e a Leci ajuda nessa mudança”, diz Nega Gizza, cofundadora da CUFA.

SERVIÇO:

Data: 04 de novembro de 2024

Local: Eventos em todo o Brasil

MUSEU DO AMANHÃ OFERECE OFICINAS GRATUITAS SOBRE BLOCKCHAIN E MAPPING


Atividades introduzem conceitos e propõem experimentações entre tempo e espaço 

Na reta final de outubro, o Museu do Amanhã traz mais uma edição do GINGA: oficinas de arte e tecnologia. Inspiradas pela mostra CyberFunk - Tecnologias de Uma Cidade Ritmada, duas oficinas livres e gratuitas serão apresentadas: “Como construir uma Máquina do Tempo” e “Sonhar com o território: introdução ao mapping”. A programação é proposta pelo Laboratório de Atividades do Amanhã (LAA), apresentado por Santander Brasil.

Em “Como construir uma Máquina do Tempo”, a ser realizada em 22 de outubro, das 16h às 18h, o artista e pesquisador Pedro Pessanha propõe explorar como a blockchain pode ser uma cápsula do tempo. Com base em sua pesquisa sobre a cultura e urbanização do Rio, Pedro convida o público participante a criar coletivamente uma cápsula a ser aberta.

Já na oficina “Sonhar com o território: introdução ao mapping”, a ser realizada em 29 de outubro das 16h às 18h, o artista Gean Guilherme compartilha seus processos criativos para a criação da obra “Quando a liberdade cantar”, presente em CyberFunk – tecnologias de uma cidade ritmada. A oficina traz uma introdução experimental ao mapping, proporcionando a possibilidade de os participantes testarem ferramentas e projetores, pensando nas relações entre territorialidade e tecnologia. 

GINGA busca inspirar a comunidade a explorar formas de expressão e de conexão com suas raízes culturais, além de incentivar o desenvolvimento de novas habilidades individuais. 

SERVIÇO: GINGAS

Como construir uma Máquina do Tempo

Artista: Pedro Pessanha

Data: 22/10/2024

Horário: 16h até 18h

Faixa Etária: todas as idades

Classificação indicativa: livre

Inscrições: aqui

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScVTCjUKhGuC88i2WG3Co8PW2ES0i2235A_ZwYIxzrKQV7x8A/viewform

 

Sonhar com o território: introdução ao mapping

Artista: Gean Guilherme

Data: 29/10

Horário: 16h até 18h

Faixa Etária: a partir de 14 anos

Classificação indicativa: livre

Inscrições: aqui

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSekWR7u2Tp_OfRSrTM4PQBFboHbjGDz7Bm5gek1mxik1Z2tyA/viewform

 

SOBRE O MUSEU DO AMANHà

O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão — IDG. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo. Exemplo bem-sucedido de parceria entre o poder público e a iniciativa privada, o Museu conta com o Banco Santander Brasil como patrocinador master, a Shell, Grupo CCR e Instituto Cultural Vale como mantenedores e uma ampla rede de patrocinadores que inclui ArcelorMittal, Engie, IBM e Volvo. Tendo a Globo como parceiro estratégico e Copatrocínio da B3, conta ainda com apoio de Bloomberg, Colgate, EGTC, EY, Granado, Rede D’Or, TechnipFMC e White Martins. Além da DataPrev apoiando em projetos especiais, conta com os parceiros de mídia Amil Paradiso, Rádio Mix e Revista Piauí e Assessoria Jurídica feita pela Luz e Ferreira Advogados. 

SOBRE O IDG 

O IDG - Instituto de Desenvolvimento e Gestão é uma organização social sem fins lucrativos especializada em conceber, implantar e gerir centros culturais públicos e programas ambientais. Atua também em consultorias para empresas privadas e na execução, desenvolvimento e implementação de projetos culturais e ambientais. Responde atualmente pela gestão do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, Paço do Frevo, em Recife, e Museu das Favelas, em São Paulo. Atuou ainda na implantação e na gestão do Museu do Jardim Botânico do Rio de Janeiro como gestor operacional do Fundo da Mata Atlântica e como realizador das ações de conservação e consolidação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, na região portuária do Rio de Janeiro. Também foi responsável pela concepção e implementação do projeto museológico do Memorial do Holocausto, inaugurado em 2022 no Rio de Janeiro. Saiba mais no link: https://idg.org.br

 






FONTE:

Assessoria de Imprensa Museu do Amanhã


 

AQUARIUS 2024 RECEBE ADRIANA CALCANHOTO E LUEDJI LUNA PARA CONCERTO INÉDITO, AO LADO DA ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA, NO RIO DE JANEIRO.

 

Referência na cultura e música brasileira, o projeto do jornal O GLOBO retorna à cidade maravilhosa no dia 2 de novembro, a partir das 15h30, na Praça Mauá. 

Em uma união do clássico ao contemporâneo, o projeto Aquarius, realizado pelo jornal O GLOBO, em parceria com a SRCOM, volta ao Rio de Janeiro em mais uma apresentação histórica - desta vez, com vozes femininas. No dia 2 de novembro, na Praça Mauá, a partir das 17h, os amantes de MPB e música clássica já possuem um encontro marcado com a Orquestra Sinfônica Brasileira, que convida, sob regência do maestro Roberto Tibiriçá, as cantoras e compositoras Adriana Calcanhotto e Luedji Luna. O evento é gratuito e aberto ao público. 

Criado em 1972 com o propósito de democratizar o acesso da população à música clássica de forma lúdica e gratuita, o projeto Aquarius tornou-se, ao longo das suas cinco décadas de realização, uma referência na cultura nacional ao promover concertos com grandes artistas. Com um repertório que mistura o erudito ao popular, a Orquestra Sinfônica Brasileira promete embalar o público carioca ao som de diferentes ritmos e estilos musicais, que encantaram diferentes gerações. Nesta edição, além de interpretarem as obras de compositores como Carlos Gomes, Alberto Nepomuceno e Francisco Mignone, os músicos da sinfônica ainda apresentarão os principais sucessos de Adriana Calcanhotto, como “Esquadros” e “Vambora”, e Luedji Luna, em “Banho de Folhas” e “Tirania”. “A missão da Orquestra Sinfônica Brasileira é também a sua tradição: Expandir a música na sua execução, na experiência da escuta musical e na união de gerações, promovendo a diversidade. No seu compromisso em ser uma instituição que representa a nossa sociedade, a OSB é composta por cores plurais, crenças múltiplas e gerações sensacionais. Nosso mais novo integrante da orquestra tem 20 anos e o mais tradicional tem 79 anos, mostrando que o encontro de gerações é uma das nossas riquezas”, afirma Ana Flávia Cabral Souza Leite, vice-presidente executiva da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira. 

Além da participação de Calcanhotto e Luna, o evento ainda recebe, às 16h, um pré-show com a apresentação exclusiva da Fundação Theatro Municipal de São Paulo, através do Ensemble FTM, um grupo formado por músicos experientes que desenvolvem um repertório imperdível, que une música clássica e música popular brasileira dos séculos XIX e XX. Dentre os sucessos confirmados, estão “Tiro ao Álvaro” (Adoniran Barbosa), “Lança Perfume” (Rita Lee), Aquarela do Brasil (Ary Barroso), Maria Maria (Milton Nascimento) e outros. 

O Ministério da Cultura apresenta o Aquarius Rio de Janeiro através da Lei de Incentivo à Cultura. O evento conta ainda com o Governo do Estado do Rio de Janeiro como Estado Anfitrião, apoio do Instituto Cultural Vale, SESC RJ e Paper Excellence, participação de Rede D´Or e SulAmérica, parceria da Orquestra Sinfônica Brasileira, tem as rádios Globo e CBN como Rádios Oficiais e produção da SrCom. A realização é do GLOBO através do Ministério da Cultura, Governo Federal. 

A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA 

Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 84 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia. Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura. 

O MAESTRO, ROBERTO TIBIRIÇÁ 

Roberto Tibiriçá recebeu orientações de Guiomar Novaes, Magda Tagliaferro, Dinorah de Carvalho, Nelson Freire e Gilberto Tinetti. Foi discípulo do maestro Eleazar de Carvalho, com quem teve a oportunidade de trabalhar durante 18 anos, depois de ter vencido o Concurso para Jovens Regentes da OSESP em duas edições seguidas. Ocupou o cargo de Regente Assistente no Teatro Nacional de S. Carlos (Lisboa/Portugal) e em 1994 tornou-se Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Sinfônica Brasileira. No ano seguinte, foi eleito pela crítica como o Músico do Ano de 1995 e recebeu, neste estado, o Prêmio Estácio de Sá, por seu trabalho à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira.

ADRIANA CALCANHOTTO

Adriana Calcanhotto, compositora brasileira, mergulha na tradição da canção nacional, reflexo da diversidade cultural do país. Sua música transita entre diferentes estilos, como bossa nova, MPB e funk, abordando temas que vão desde o prazer até reflexões profundas sobre a vida. Suas letras revelam uma intersecção entre arte contemporânea, eventos sociais e filosofia. Calcanhotto é reconhecida tanto por sua popularidade comercial quanto por sua exploração artística e intelectual, que incluem trabalhos literários, uma discografia diversificada e participação influente na academia. 

LUEDJI LUNA 

Cantora e compositora, Luedji Luna nasceu em Salvador e estudou música na Escola Baiana de Canto Popular. Aos 35 anos, já coleciona dois álbuns, diversas indicações e prêmios e se tornou referência da música popular brasileira contemporânea. Voz ativa na militância racial e feminista, mergulha em sua ancestralidade e traz em sua arte mensagens fortes de luta, crenças, profundidade e amor.

FUNDAÇÃO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

A Fundação Theatro Municipal de São Paulo (FTMSP) foi instituída em 2011 com o objetivo de tornar-se referência em gestão de equipamentos públicos culturais de grande porte. Fundamentada na formação, criação, produção, difusão, fruição e fomento das artes e da cultura, a FTMSP promove diálogos e é catalisadora na criação de sinergias entre linguagens artísticas, espaços e, principalmente, pessoas. Com uma gestão pautada pela construção de seus valores, a Fundação trabalha ininterruptamente com isonomia, transparência, competência técnica, respeito à diversidade, valorização e democratização do acesso à cultura, atendimento de excelência ao cidadão, inclusão social, excelência, vanguarda e experimentação cultural e artística.

AQUARIUS 2024

Data: 02 de novembro de 2024

Horário: pré-show com apresentação da Fundação Theatro Municipal de São Paulo às 16h, seguida do concerto da Orquestra Sinfônica Brasileira com Adriana Calcanhotto e Luedji Luna, às 17h.

Local: Praça Mauá - Praça Mauá, s/n - Centro, Rio de Janeiro

*Entrada gratuita sujeita à lotação do local.

Mais informações no site oficial: Link

 https://oglobo.globo.com/projetos/aquarius/  

 

 

Informações para a imprensa

Assessoria de imprensa Editora Globo - InPress Porter Novelli

MERGULHO NO MISTÉRIO DELA, PEÇA DE LEILAH ASSUMPÇÃO FICA EM CARTAZ ATÉ O FIM DE OUTUBRO NO TEATRO SÉRGIO CARDOSO


Após cinco anos sem peça encenada, Leilah Assumpção é autora de Mergulho no Mistério Dela, com direção de Marcelo Drummond e elenco composto por Kate Hansen e Nicole Puzzi 

Leilah Assumpção completa 55 anos de carreira neste ano e esta data não poderia passar despercebida. O Teatro Sérgio Cardoso, instituição vinculada à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo e gerido pela Associação Paulista dos Amigos da Arte, é palco de ‘Mergulho no Mistério Dela’, de Leilah Assumpção. A obra marca uma conquista para o repertório temático da representação feminina no teatro brasileiro. Sua originalidade consiste no protagonismo de duas mulheres de setenta e poucos anos, interpretadas por Kate Hansen e Nicole Puzzi, que vivem juntas no mesmo apartamento e experienciam, em termos modernos, o alvorecer da terceira idade. O espetáculo ficará em cartaz até o dia 31 de outubro, de segunda a quinta-feira, com sessões às 18h30min.

A profundidade da experiência é possibilitada pela estrutura caleidoscópica com que Leilah Assumpção constrói a sua dramaturgia. O diálogo transcorrido entre Maiara (Nicole Puzzi), uma ex-atriz, e Cibele (Kate Hansen), filósofa aposentada, nos conduz a múltiplas dimensões temporais pela chave das entrelinhas: enquanto esperam pelo parto da primeira neta de Maiara e conversam sobre casamentos, cuidados com a saúde, plástica, solidão, sexo, dentre outros assuntos cotidianos, são abertas fendas pelas quais avistamos tempos longínquos capazes de trazer à tona experiências e ambivalências de uma relação feminina construída por intermédio da partilha de muitas paixões. 

Enquanto mergulhamos nas entrelinhas do dito e do não dito em diálogos temperados por um humor tipicamente leilahniano, há uma vida sendo gestada no subsolo da fábula: nasce Eva, o princípio das forças femininas transgressoras que, desde o saborear da maçã proibida, mobiliza a liberação dos desejos e da sexualidade de mulheres de todas as idades, raças e etnias. 

Durante a peça, adentramos, vertiginosamente, no passado enlaçado pela intimidade de duas amigas de longa data que afastam nossa percepção de quaisquer obviedades e nos convidam a transgredir os limites da convenção. 

“As personagens da Leilah têm muito a ver com o momento atual dela. Ela é muito perspicaz e dialoga muito bem com a classe média paulistana”, diz Marcelo Drummond. O diretor da montagem também conta sobre a escolha do elenco: “Quis resgatar duas atrizes esquecidas, trazê-las de volta aos holofotes. A Kate foi estrela da TV Tupi e trabalhou no Teatro Oficina, com o Zé Celso. Já Nicole foi um dos grandes nomes do cinema nacional dos anos 1970, tendo participado de diversos filmes à época.” A autora comemora: “Estou absolutamente encantada com a alta qualidade dessas pessoas maravilhosas que estão criando em torno de minha nova peça.” 

Ao figurar, em perspectiva moderna, o convívio entre Cibele e Maiara, a obra expande o leque da representação feminina na dramaturgia brasileira na medida em que abre espaço para a fala liberada de mulheres vivenciando o entardecer da idade. Com a estreia de ‘Mergulho no Mistério Dela’, Leilah Assumpção rompe mais uma barreira discursiva como quem assumiu para si o incessante compromisso de desbravar caminhos para a palavra feminina no teatro brasileiro. 

SINOPSE

As amigas Cibele e Maiara conversam corriqueiramente sobre assuntos diversos, enquanto aguardam pelo nascimento da primeira neta de Maiara. Dessa forma, o espectador será delicadamente convidado a submergir nos mistérios uterinos que geram a corrente de vida dramática da obra. Maiara decide revelar à Cibele um segredo familiar guardado por décadas. 

SOBRE LEILAH ASSUMPÇÃO 

Quando estreou como dramaturga, em 1969, com ‘Fala Baixo, Senão eu Grito'’, Leilah Assumpção já arrebatou um Prêmio Molière. Ícone das gerações de 1960 e 1970, levou para os palcos a narrativa feminina que ainda não tinha encontrado voz. Enfrentou a moral da época e a censura do regime militar. Graduada na USP, brilhou como modelo nas passarelas da alta-costura, escreveu mais de uma dezena de peças de sucesso, publicou livros, fez cinema e televisão. 

SOBRE MARCELO DRUMMOND 

Ator no Teatro Oficina Uzyna Uzona desde 1986. Participou como ator, diretor, produtor ou iluminador de quase todas as montagens do grupo sediado no Bixiga. Com o falecimento do companheiro Zé Celso Martinez, em julho de 2023, Marcelo está à frente da companhia de teatro desde então. 

Ficha técnica:

Texto: Leilah Assumpção

Direção: Marcelo Drummond

Assistente de Direção: Vinicius Tardite

Elenco:  Kate Hansen e Nicole Puzzi

Integração de Linguagem e preparação Elenco: Madalena Bernardes

Cenografia: Caio da Rocha

Figurinos e adereços: Caio da Rocha

Visagismo: Clau Hidalgo

Desenho de luz: Ricardo Morañez

Iluminação: Ricardo Morañez

Trilha Sonora Original: Moisés Moita Matos

Desenho de Som: Camila Fonseca

Direção de vídeo: Çiça Luchesi

Direção Palco: Elisete Geremias

Operador de Som: Moisés Moita Matos

Operador Luz: Ricardo Morañez

Operador video: Filipe Fonseca

Operador Visagismo: Kael Stuart

Artes gráficas: Igor Marotti

Fotos: Lenise Pinheiro e Gal Oppido

Relações Públicas e Assessoria Imprensa: Liège Monteiro e Luiz Fernando Coutinho

Produção: Jaburá Produções

Realização: Jaburá Produções

 

SERVIÇO

 

‘Mergulho no Mistério Dela’

Local: Teatro Sérgio Cardoso - Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista, São Paulo.

Temporada: Até 31 de outubro de 2024 segunda a quinta-feira, às 18h30min

Ingressos: Inteira R$ 60,00 |Meia-entrada R$30,00 | Sympla

Classificação etária: 12 anos

Duração: 90 minutos

Capacidade: 149 lugares

SOBRE A AMIGOS DA ARTE 

A Associação Paulista dos Amigos da Arte, Organização Social de Cultura responsável pela gestão de chamadas públicas, do Teatro Sérgio Cardoso, e do Teatro de Araras, além do Mundo do Circo SP, trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e a iniciativa privada desde 2004. 

Música, literatura, dança, teatro, circo e atividades de artes integradas fazem parte da atuação da Amigos da Arte, que tem como objetivo fomentar a produção cultural por meio de festivais, programas continuados e da gestão de equipamentos culturais públicos. Em seus 19 anos de atuação, a Organização desenvolveu cerca de 70 mil ações que impactaram mais de 30 milhões de pessoas.

Crédito das fotos: Eny Miranda

Informações compartilhadas pela

Assessoria de Imprensa do Teatro Sérgio Cardoso – Pevi 56