AS ROSAS DE CASTELA - CRÔNICA DE ALBERTO ARAÚJO

AS ROSAS DE CASTELA

CRÔNICA

 

Imagine um jardim secreto, escondido entre as colinas da antiga Castela. Ali, onde o sol beija as pétalas com ternura e o aroma das rosas paira no ar como um perfume divino, um espetáculo de beleza se revela.

As rosas de Castela, com suas cores vibrantes e formas perfeitas, desabrocham em uma sinfonia de tons, desde o vermelho intenso da paixão até o branco puro da inocência. Cada flor é uma obra de arte, esculpida pela natureza com mestria e adornada com o orvalho da manhã, como se fossem lágrimas de alegria. 

No centro desse jardim encantado, ergue-se uma capela singela, com paredes de pedra cobertas de hera e um telhado de ardósia que se confunde com o céu. Ali, em um altar adornado com flores e velas, repousa a imagem da Santíssima Mãe, a Virgem Maria, com seu olhar sereno e compassivo. 

A cada ano, no dia da festa da padroeira, o jardim se transforma em um palco de celebração. Os camponeses, com seus trajes coloridos e seus corações cheios de fé, se reúnem para homenagear a Virgem Maria, a protetora da vila.

A procissão percorre os caminhos floridos, enquanto os cânticos ecoam pelas colinas e o aroma das rosas se mistura com o incenso. A imagem da Virgem Maria, carregada nos ombros dos fiéis, é adornada com guirlandas de flores e fitas coloridas, como se fosse uma rainha em seu cortejo triunfal.

Ao final da procissão, a multidão se reúne na capela para a missa solene. O padre, com sua voz grave e solene, eleva a hóstia e o cálice, enquanto os sinos repicam e os pássaros cantam em coro. 

Após a missa, a festa continua com danças, músicas e banquetes. As mesas se enchem de iguarias da terra, como pães caseiros, queijos artesanais, frutas frescas e vinho tinto. As crianças correm e brincam, enquanto os adultos conversam e compartilham histórias. 

Ao cair da noite, o jardim se ilumina com lanternas e velas, criando um ambiente mágico e acolhedor. Os casais apaixonados se abraçam sob a luz da lua, enquanto os amigos se reúnem em torno de fogueiras para contar histórias e cantar canções. 

E assim, a festa da padroeira se encerra, deixando para trás um rastro de alegria, fé e esperança. As rosas de Castela, com suas pétalas macias e seu perfume inebriante, continuam a florescer, como um símbolo da beleza e da graça divina. 

SOBRE CASTELA 

Castela uma região histórica espanhola que teve origem no Condado de Castela, no século IX. O nome Castela significa "terra de castelos".

Castela-a-Velha. Uma subdivisão administrativa da Espanha, anterior ao regime atual de autonomias.

Correspondia à zona norte da antiga Coroa de Castela, a norte do Sistema Central. Foi extinta em 23 de fevereiro de 1983. 

Castela-a-Nova. Uma região da Espanha, anterior à atual divisão em comunidades autônomas. Abarcava as atuais províncias de Cidade Real, Cuenca, Guadalajara, Madrid e Toledo.

Divide-se hoje entre a comunidade autônoma de Madrid e a comunidade autônoma de Castela-Mancha.

Reino de Castela. Foi um dos antigos reinos da Península Ibérica, formado durante a Reconquista. Evoluiu para a Coroa de Castela no século XIII.

Monarquia Espanhola. Foi formada com a união dos reinos de Castela, Leão e Aragão, através do casamento de Isabel de Castela com Fernando II, de Aragão.

 

©Alberto Araújo