MATER AMOROSA
SONETO DE ALBERTO ARAÚJO
No teu olhar, ó Mãe, o céu sereno,
E a dor de todas as mães ali se
acalma,
Um pranto santo, de valor pleno,
Um amor puro que protege a alma.
Sofreste a perda que a alma mais
sente,
O filho amado, sem vigor, prostrado,
Mas tua fé, qual rocha permanente,
Sustenta o mundo no seu destino inado.
Em cada mãe que chora um filho
ausente,
Teu coração materno se faz presente,
Amparo doce na cruel jornada.
Ó Virgem santa, lírio imaculado,
Rogai por nós, que em prantos têm
clamado,
E acende a esperança em nossa alma
prostrada.
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O MANTO ESTRELADO: MARIA, MÃE QUE ACOLHE TODAS AS MÃES
Neste Dia das Mães, nossos corações se voltam para aquelas que nos deram a vida, que nutriram nossos primeiros passos e acalentaram nossos sonhos. Honramos o amor incondicional, a força silenciosa e a dedicação infinita que marcam a jornada da maternidade. Celebramos os laços que transcendem o tempo e as provações, unindo mães e filhos em um elo eterno.
Mas, em meio a todas as homenagens, eleva-se uma presença singular, um farol de amor e esperança que ilumina a maternidade em sua essência mais pura: a Virgem Maria. Ela não é apenas a mãe de Jesus, o Filho de Deus, mas também a Mãe que acolhe em seu manto todas as mães do mundo.
Maria compreende profundamente a alegria da espera, a dor do parto, a doçura do primeiro sorriso e a apreensão diante dos desafios. Ela vivenciou a exaltação e a angústia de criar um filho, carregando em seu coração as alegrias e as preocupações de cada mãe. Seu "sim" incondicional ecoa através dos séculos, um exemplo de entrega e fé que inspira gerações.
Assim como ela amparou Jesus em cada etapa de sua vida, desde a humilde manjedoura até o doloroso Calvário, Maria estende seu amor compassivo a cada mãe que luta, que se dedica, que chora e que se alegra por seus filhos. Ela é o refúgio nos momentos de incerteza, a força nos instantes de fragilidade e o consolo nas horas de sofrimento.
Neste Dia das Mães, olhemos para Maria não somente como a santidade religiosa, mas como o exemplo da maternidade em sua forma mais sublime. Que seu exemplo de amor incondicional, fé inabalável e entrega total inspire e fortaleça cada mãe em sua nobre missão. Que sintam em seus corações o calor do seu amparo, a doçura do seu olhar e a certeza de que nunca estão sozinhas. Porque, sob o manto estrelado de Maria, todas as mães encontram um lar, um refúgio e a certeza de um amor que jamais se esgota. Feliz Dia das Mães!
© Alberto Araújo
Focus Portal Cultural
A PROFUNDIDADE DO SACRIFÍCIO EM "VIRGEM COM O MENINO E SANTA ANA" DE LEONARDO DA VINCI
A pintura "Virgem com o Menino e Santa Ana" de Leonardo da Vinci, uma joia do Renascimento Italiano exposta no Museu do Louvre, transcende a mera representação sacra para adentrar as complexidades teológicas e emocionais da fé cristã. A composição, marcada pela mestria do “sfumato” característico de Da Vinci, convida o espectador a uma contemplação silenciosa sobre o destino de Jesus Cristo.
No centro da cena, a Virgem Maria inclina-se, em um movimento que sugere tanto o desejo de alcançar o Menino Jesus quanto uma tentativa de afastá-lo do cordeiro. Este cordeiro, inequivocamente um símbolo do sacrifício iminente de Cristo, da "Paixão", torna-se o ponto focal de uma tensão dramática. A ação de Maria, interpretada como uma tentativa de proteger seu filho do sofrimento predestinado, ecoa a angústia materna diante da dor.
Acima, Santa Ana observa a cena com uma serenidade enigmática, adornada com o característico "sorriso leonardiano" que evoca a famosa Mona Lisa. Sua postura aparentemente despreocupada, no entanto, carrega um peso interpretativo significativo. A sugestão de que Santa Ana impede Maria de separar o Menino do cordeiro pode ser vista como uma alegoria da aceitação, por parte da Igreja ou da providência divina, do sacrifício necessário para a redenção da humanidade. A resignação de Santa Ana, portanto, não seria de indiferença, mas de uma compreensão profunda do plano divino.
A interação entre as três figuras a Virgem em seu impulso protetor, o Menino abraçando seu símbolo de sacrifício e Santa Ana em sua contemplação – cria uma narrativa visual rica em camadas de significado. A pintura não apenas ilustra uma passagem bíblica, mas também medita sobre temas universais como o amor materno, o destino, o sacrifício e a aceitação. A genialidade de Leonardo reside em sua capacidade de imbuir uma cena religiosa com uma profundidade psicológica e simbólica que continua a fascinar e provocar reflexão séculos após sua criação.
© Alberto Araújo
Focus Portal Cultural
11 de maio. Dia das Mães.
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