O LUAR DO SERTÃO DE ALBERTO ARAÚJO
Parafraseando a música Luar do Sertão
de Catulo da Paixão Cearense e Ricardo Lunardi
Não há luar assim.
Ponto final.
Cidade inventa outro brilho,
falso, banal.
Lá, na serra,
a lua é pranto branco
em folha seca.
Aqui, só escuro e pressa.
Viola ponteia saudade.
Lua cheia no coração.
Galo canta a alma da noite,
soluço de solidão.
Quero morrer na serra.
Terra abraço final.
A Inhambu Sururina chorando à tarde.
Luar do sertão, essencial.
Escutem, viajantes da noite! Este
clarão que banha o sertão não se encontra em ruelas urbanas. É saudade líquida,
prata derramada sobre a aridez, onde a natureza veste o luto das folhas secas
sob um astro que nasce como um sol invertido. Ali, a viola chora melodias
sentidas, unindo-se ao disco celeste que emerge do próprio peito. Não há beleza
comparável ao canto dolente do galo, a alma da lua em soluços noturnos. Ah, o
desejo de repousar na serra amada, terra-mãe para o derradeiro sono, embalado
pelo pranto da sururina. Este luar... este luar do sertão... é único, inigualável,
eternamente cravado na memória da alma brasileira.
© Alberto Araújo
LETRA DA MÚSICA LUAR DO SERTÃO
Nenhum comentário:
Postar um comentário