GRAÇA ARANHA 90 ANOS DO
ENCANTAMENTO EM 26 DE JANEIRO.
26 de janeiro - Graça Aranha
(1868-1931) - escritor e diplomata brasileiro. Imortal da Academia Brasileira
de Letras - ABL
José Pereira da Graça Aranha nasceu em 21 de junho de 1868 em
São Luís, MA, filho de Temístocles da Silva Maciel Aranha e de Maria da Glória
da Graça. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 26 de janeiro de 1931.
Formado
em Direito exerceu a magistratura no interior do Estado do Espírito Santo, fato
que lhe iria fornecer matéria para um de seus mais notáveis trabalhos - o
romance Canaã,
publicado com grande sucesso editorial em 1902.
Ao
traçar-lhe o perfil o romancista Afrânio Peixoto se manifestara da seguinte
forma: “Magistrado, diplomata, romancista, ensaísta, escritor brilhante, às
vezes confuso, que escrevia pouco, com muito ruído.”
Na
França publicou, em 1911, o drama Malazarte. De 1920, já no
Brasil, é A estética da vida e, três anos mais
tarde, A
correspondência de Joaquim Nabuco e Machado de Assis.
Na
famosa Semana da Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal de São Paulo,
Graça Aranha profere, em 13 de fevereiro de 1922, a conferência intitulada: “A
emoção estética na arte moderna”.
Iniciou-se
uma fase agitada nos círculos literários do país. Graça Aranha é considerado um
dos chefes do movimento renovador de nossa literatura, fato que vai acentuar-se
com a conferência “O Espírito Moderno”, lida na Academia Brasileira de Letras,
em 19 de junho de 1924, na qual o orador declarou: “A fundação da Academia foi
um equívoco e foi um erro”.
O
romancista Coelho Neto deu pronta resposta a Graça Aranha: “O brasileirismo de
Graça Aranha, sem uma única manifestação em qualquer das grandes campanhas
libertadoras da nossa nacionalidade, é um brasileirismo europeu, copiado do que
o conferente viu em sua carreira diplomática, apregoado como uma contradição à
sua própria obra.”
Em
18 de outubro de 1924, Graça Aranha comunicou o seu desligamento da Academia
por ter sido recusado o projeto de renovação que elaborara: “A Academia
Brasileira morreu para mim, como também não existe para o pensamento e para a
vida atual do Brasil. Se fui incoerente aí entrando e permanecendo, separo-me
da Academia pela coerência.”
Diplomata
aposentado, Graça Aranha regressara ao Brasil pouco depois do término da 1ª.
Guerra Mundial.
O
Acadêmico Afonso Celso tentou, em 19 de dezembro do referido ano, promover o
retorno de Graça Aranha às lides acadêmicas. Este, contudo, três dias depois,
agradeceu o convite, acrescentando: “A minha separação da Academia era
definitiva”, e, mais: “De todos os nossos colegas me afastei sem o menor
ressentimento pessoal e a todos sou muito grato pelas generosas manifestações
em que exprimiram o pesar da nossa separação”.
Em
1930 surgia A viagem maravilhosa, derradeiro romance do
autor de Canaã,
obra em que a opinião dos críticos da época se dividiu em louvores e ataques.
Foi
o único dos fundadores da Academia Brasileira de Letras a nela entrar sem
nenhum livro publicado, contrariando o estatuto.
Recebeu
o acadêmico Sousa Bandeira.
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