Sétimo ocupante da Cadeira nº 34,
eleito em 7 de outubro de 1993, na sucessão de Carlos Castello Branco e
recebido em 8 de junho de 1994 pelo Acadêmico Eduardo Portella. Faleceu no dia
18 de julho de 2014, no Rio de Janeiro, aos 73 anos.
João Ubaldo (Osório Pimentel) Ribeiro
nasceu em Itaparica (BA), em 23 de janeiro de 1941. Dos primeiros meses de
idade até cerca de onze anos, viveu com sua família em Sergipe, onde o pai era
professor e político. Passou um ano em Lisboa e um ano no Rio de Janeiro para,
em seguida, fixar-se em Itaparica, onde viveu aproximadamente sete anos.
Entre 1990 e 1991, morou em Berlim, a
convite do Instituto Alemão de Intercâmbio (DAAD – Deutscher Akademischer
Austauschdienst). Na volta, passou a morar no Rio de Janeiro. É Casado com
Berenice de Carvalho Batella Ribeiro, tendo o casal dois filhos. Do casamento
anterior com Mônica Maria Roters, João Ubaldo teve duas filhas.
Bacharel em Direito (1959-62) pela
Universidade Federal da Bahia, jamais chegou a advogar. Pós-graduado em
Administração Pública pela mesma Universidade e Mestre (Master of Science) em
Administração Pública e Ciência Política pela Universidade da Califórnia do
Sul.
Entre outras atividades, foi professor
da Escola de Administração e da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal
da Bahia e professor da Escola de Administração da Universidade Católica de
Salvador. Como jornalista, foi repórter, redator, chefe de reportagem e
colunista do Jornal da Bahia; colunista, editorialista e editor-chefe da
Tribuna da Bahia. É colunista do jornal Frankfurter Rundschau, na Alemanha;
colaborador de diversos jornais e revistas no país e no exterior, entre os
quais, além dos citados, Diet Zeit (Alemanha), The Times Literary Supplement (Inglaterra),
O Jornal (Portugal), Jornal de Letras (Portugal), Folha de S. Paulo, O Globo, O
Estado de S. Paulo, A Tarde e muitos outros.
A formação literária de João Ubaldo
Ribeiro iniciou ainda nos primeiros anos de estudante. Foi um dos jovens
escritores brasileiros que participaram do International Writing Program da
Universidade de Iowa. Trabalhando na imprensa, pôde também escrever seus livros
de ficção e construir uma carreira que o consagrou como romancista, cronista,
jornalista e tradutor.
Seus primeiros trabalhos literários
foram publicados em diversas coletâneas (Reunião, Panorama do Conto Baiano).
Aos 21 anos de idade, escreveu seu primeiro livro, Setembro não Tem Sentido,
que ele desejava batizar como A Semana da Pátria, contra a opinião do editor. O
segundo foi Sargento Getúlio, de 1971. Em 1974, publicou Vencecavalo e o Outro
Povo, que por sua vontade se chamaria A Guerra dos Paranaguás.
Consagrado como um marco do moderno
romance brasileiro, Sargento Getúlio filiou o seu autor, segundo a crítica, a
uma vertente literária que sintetiza o melhor de Graciliano Ramos e o melhor de
Guimarães Rosa. A história é temperada com a cultura e os costumes do Nordeste
brasileiro e, em particular, dos sergipanos. Esse regionalismo extremamente
rico e fiel dificultou a versão do romance para o inglês, obrigando o próprio
autor a fazer esse trabalho. A seu respeito pronunciaram-se, nos Estados Unidos
e na França, as colunas literárias de todos os grandes jornais e revistas.
Em 1999, foi um dos escritores escolhidos
em todo o mundo para dar depoimento, ao jornal francês Libération, sobre o
Terceiro Milênio. E Viva o Povo Brasileiro foi o tema do exame de Agrégation,
concurso para detentores de diploma de graduação na universidade francesa. Este
romance e Sargento Getúlio constaram da maior parte das listas dos cem melhores
romances brasileiros do século.
Prêmios e distinções
– Prêmio Golfinho de Ouro, do Estado
do Rio de Janeiro, conferido, em 1971, pelo romance Sargento Getúlio;
– Dois prêmios Jabuti, da Câmara
Brasileira do Livro, em 1972 e 1984, respectivamente para o Melhor Autor e
Melhor Romance do Ano, pelo romances Sargento Getúlio e Viva o povo brasileiro;
_ Prêmio Altamente Recomendável -
Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil,1983, para Vida e Paixão de
Pandonar, o Cruel ;
– Prêmio Anna Seghers, em 1996
(Mogúncia, Alemanha);
– Prêmio Die Blaue Brillenschlange
(Zurique, Suíça);
– Detém a cátedra de Poetik Dozentur
na Universidade de Tubigem, Alemanha (1996).
_ Prêmio Lifetime Achievement Award,
em 2006;
_ Prêmio Camões, em 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário