sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

PAUL VERLAINE, «POETA MALDITO»






O valor da palavra na sua dimensão poética e musical assume em Paul Verlaine um estatuto da maior relevância.

 

O preciosismo da sua escrita, que lhe permite através do artifício poético convocar ideias ou mesmo sensações, coloca-o numa plataforma privilegiada entre os seus pares simbolistas, Baudelaire, Rimbaud, Mallarmé.

 

Se o caráter inquieto do poeta contribuiu de forma indelével para a sua escrita, a conversão ao catolicismo, o alcoolismo, a relação tempestuosa com Rimbaud, os internamentos hospitalares e a passagem pela prisão fazem igualmente parte da sua agitada biografia.

 

À exceção dos «Poemas Saturninos» (1866), que não integram a Coleção Calouste Gulbenkian, podemos sinalizar no conjunto de obras aqui exposto alguns dos momentos-chave do percurso literário de Verlaine. Refira-se ainda que a intenção de Calouste Gulbenkian ao reunir estas obras não foi literária, mas sim o gosto pela raridade das edições e a qualidade das encadernações e das ilustrações. Assim, procurou-se nesta seleção o justo equilíbrio entre revelar a poesia de Verlaine e a sua materialização gráfica através da ilustração. A exceção refere-se ao poema «Le ciel est, par-dessus…», incluído na primeira edição de Sagesse (1881), que embora não ilustrado, convoca a musicalidade sempre presente na obra poética de Verlaine, que inspirou composições de Gabriel Fauré e de Déodat de Séverac.

 

Paul Verlaine (1844-1896) foi um dos principais poetas simbolistas da língua francesa, autor dos famosos textos em prosa, “Os Poetas Malditos”.

 

Paul Verlaine nasceu em Metz, na França, no dia 30 de março de 1844. Passou sua infância em Andennes. Em 1851 mudou-se com a família para Paris, onde completou seus estudos secundários em 1862.

 

Em seguida foi morar com a família materna no norte da França, época em que se apaixonou pela prima Elisa. De volta a Paris, empregou-se em uma companhia de seguros e na prefeitura. Desde cedo começou a escrever poesias.

 

Em 1864 criou a famosa expressão “Poète Maudit”, para aqueles que levavam um estilo de vida fora dos padrões normais da sociedade. Em 1866 publicou “Poemas Saturninos”, sendo bem recebido pela crítica.

 

Em 1867 publicou a obra, “Amigas” editado em Bruxelas (era muito forte para ser publicado em sua terra natal). A obra reúne seis sonetos repletos de erotismo.

 

Em 1870 se casa com Mathilde Mauté na tentativa de formar uma família. Em homenagem a esposa escreveu “A Boa Canção”.

 

Em 1871 aconteceu o encontro fatal com o jovem poeta francês Jean-Arthur Rimbaud (1854-1891). Verlaine abandonou mulher e filho e iniciou uma tumultuada história de amor.

 

Em 1872, os dois foram para Bruxelas. Em 1873, depois de várias brigas e reconciliações, Verlaine feriu Rimbaud com um tiro de revólver e acabou passando dois anos na prisão.

 

Viveu na Inglaterra até 1877, quando regressou à França. Nessa época escreveu dois magníficos livros de poesias, “Romances Sem Palavras” (1874) e “Sabedoria” (1980).

 

Apesar de sua crescente fama  e de ser considerado um mestre pelos jovens simbolistas, não conseguiu se equilibrar. Conheceu o alcoolismo, a pobreza e uma vida errante.

 

Em momentos de lucidez escreveu poesia e também peças autobiográficas, entre elas: “Os Poetas Malditos” (1884), “Meus Hospitais” (1892) e “Minhas Prisões” (1893). Faleceu em Paris, França, no dia 8 de janeiro de 1896.





 

 

 

 

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