Exposição no Museu de Arte Contemporânea de Niterói celebra
a resiliência do Carnaval, da cultura e da vida, por meio da história de
superação da Unidos do Viradouro. Assim como a Fênix, a escola de samba
renasceu e, em apenas 3 anos, saiu do grupo de acesso para ser campeã do
Carnaval do Rio em 2020, o ano da pandemia.
Abertura: 21 de janeiro de 2021, das 8h às 18h, com entrada
gratuita.
Apresentação Viradouro, às 17h.
Temporada: Até 28 de fevereiro de 2021
O público vai poder visitar, a partir do dia 21 de janeiro,
às 8h, a exposição “Das Cinzas Voltar, Nas Cinzas Vencer, Viradouro de Alma
Lavada”, no pátio do MAC Niterói. Trata-se de uma intervenção ao ar livre, a
partir de uma grande estrutura circular, que representa o ciclo da vida e do
Carnaval.
O projeto, idealizado pelos fotógrafos Renata Xavier e
Leandro Lucas, não deixa passar em branco uma época tão simbólica para o povo
fluminense e brasileiro: o Carnaval. As mais de 400 fotos presentes na mostra
começaram a ser produzidas pela dupla de fotógrafos em 2017, quando a
agremiação de Niterói, ainda no Grupo de Acesso, se preparava para o espetáculo
de 2018. A Viradouro conquistou o título que garantiu o retorno ao Grupo
Especial. No ano seguinte, já na disputa com as principais escolas, com um desfile
arrebatador, foi vice-campeã, feito inédito na história dos espetáculos na
Marquês de Sapucaí, já que nunca uma agremiação havia conseguido esta colocação
no retorno ao grupo de elite. O verso forte do samba para o enredo de 2019 que
abordava a superação ‘Das cinzas voltar, nas cinzas vencer’ dá título à
exposição.
No último Carnaval, mais uma quebra de paradigma: sendo a
segunda escola a desfilar na noite de domingo, posição considerada ingrata no
universo carnavalesco, a vermelho e branco saiu aclamada da pista e o
favoritismo se confirmou na Quarta-Feira de Cinzas, quando foi consagrada a
grande campeã.
Na exposição, os visitantes vão poder viajar nas imagens dos
preparativos do barracão, quadra, ensaios de rua e dos espetáculos apresentados
pela Viradouro no Sambódromo – em seus marcantes últimos três desfiles – bem
como conferir os registros da festa de comemoração do título, o segundo
conquistado no chamado grupo de elite.
Diversos painéis com até sete metros de comprimento cada
estarão dispostos em círculos, por onde o público poderá, literalmente,
caminhar entre eles, descobrindo os bastidores dessa história de resistência e
luta da Viradouro, além de acompanhar, através de uma contagem regressiva, como
é feita a construção do Carnaval de uma grande escola de samba. O que está por
trás? As pessoas, os profissionais, a comunidade, um trabalho feito por
milhares de mãos com muita criatividade, embalado pela fantasia e,
principalmente, pela esperança. O formato circular da exposição é uma alegoria
ao Carnaval, à vida e ao eterno recomeçar. A mostra terá como pano de fundo a
paisagem deslumbrante do Rio de Janeiro e a obra icônica de Oscar Niemeyer.
A escolha do MAC para o lançamento dessa exposição, segundo
Renata e Leandro, se dá por inúmeros motivos: o fato de ser um local de
interseção, um ponto de encontro cultural de Niterói. Pelo espaço, passa um
público heterogêneo que inclui a população de alta e baixa renda da cidade, bem
como turistas de todo o mundo devido à importância nacional e internacional que
o museu possui. A localização privilegiada com paisagem cinematográfica do Rio
de Janeiro e a arquitetura circular em forma de obra de arte de Niemeyer.
Estabelece-se aí um elo fundamental para a exposição: Niemeyer era apaixonado pelo
samba e é o mesmo arquiteto que projetou o Sambódromo do Rio de Janeiro, palco
maior do Carnaval no mundo.
“2020 foi um ano muito atípico. Logo após a vitória, o
barracão da Viradouro foi atingido por um incêndio de grandes proporções que
deixou em cinzas boa parte da sua infraestrutura. Uma pandemia global afetou
todas as pessoas e países provocando muito sofrimento. O mundo do samba foi
atingido em cheio por essa situação sem precedentes. Pela primeira vez desde
que foram oficialmente criados, em 1932, não haverá desfiles em fevereiro. No
meio dessas cinzas, buscar sobreviver, renascer. A esperança é o que move a
Viradouro, o Carnaval e todos nós”, explica Renata.
Os registros fotográficos dos últimos anos da Viradouro não
estarão disponíveis somente no MAC. O público terá ainda um acervo iconográfico
com as milhares de imagens produzidas para esse projeto, que poderá ser
acessado através de QR codes impressos na exposição para que os integrantes da
escola, da comunidade e a população possam procurar e compartilhar suas imagens
nos desfiles, ensaios e em todos os eventos fotografados por Renata Xavier e
Leandro Lucas. O virtual e o real poderão interagir através das mídias sociais,
hashtags e instagram. A conta oficial da exposição no instagram é @dascinzasvoltar
e o site: http://www.dascinzasvoltar.com.br .
Os Autores Renata Xavier e Leandro Lucas
Ela é fotojornalista, nascida em Niterói, cursou Cinema e
Publicidade na UFF, trabalhou no jornal O Globo e para as revistas das Editoras
Abril e Globo. É uma das mais premiadas fotógrafas brasileiras da atualidade,
com diversos prêmios nacionais e internacionais, palestrante em congressos e
universidades, e influencer da multinacional japonesa Nikon para a América
Latina e partner da européia DreambooksPro.
Ele nasceu na capital fluminense e há anos mora em Niterói.
Estudou engenharia civil na UERJ e fotografa há 20 anos. Palestrou em
congressos de fotografia e suas imagens foram premiadas no Brasil e no
exterior. Algumas imagens da Viradouro incluídas na exposição foram premiadas
pelo Prix de la Photographie Paris.
Os dois são um casal há 27 anos e, juntos, fotografam
pequenos e grandes eventos pelo Brasil e pelo mundo.
O Carnaval é a maior festa da Terra, por isso os dois
fotógrafos resolveram encarar o desafio de fotografá-lo através da escola de
samba da cidade em que vivem: Niterói. Os registros do cotidiano da Viradouro,
escola do coração deles, teve início quando a agremiação ainda integrava o
grupo de acesso. Os dois foram surpreendidos pela garra, força, paixão e
determinação de todos os integrantes, o famoso “chão” da escola. O que começou
como projeto pessoal de ambos tornou-se um registro histórico do Carnaval, já
que a escola quebrou paradigmas, emplacando uma sequência inédita de vitórias.
Num exemplo de resiliência, nunca se abateu com problemas, desafios, tensões,
transformações e adversidades. A escola e sua comunidade sempre foram
conscientes que a dor faz parte da trajetória cíclica da vida. Caíram,
levantaram, caíram novamente e perseveraram, se reergueram e seguiram adiante
olhando para frente e repetindo o lema que é quase um mantra dentro da escola:
Avante Viradouro!
Curadoria: Marcelo Velloso, Renata Xavier e Leandro Lucas
Exposição contemplada pelo edital de fomento às artes Nº
007/2019 da Secretaria Municipal das Culturas | Fundação de Arte de Niterói.
O Museu de Arte Contemporânea de Niterói - MAC
O Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) foi projetado
pelo arquiteto Oscar Niemeyer e é considerado uma das maravilhas arquitetônicas
do mundo, inaugurado em 2 de setembro de 1996. Eleito, em 2020, pelo Instituto
de Gerenciamento de Projetos (PMI), organização americana sediada na
Pensilvânia, uma das 10 construções mais influentes dos últimos 50 anos. O MAC
está ao lado do Opera House de Sidney, na Austrália, do Burj Khalifa, o prédio
mais alto do mundo em Dubai, e do Museu Guggenheim em Bilbao, na Espanha. A
lista internacional elencou os mais impactantes e inspiradores projetos de
arquitetura ao redor do mundo. Essa ousadia em sua forma e conceito transformou
o MAC num dos principais pontos turísticos da cidade de Niterói, do estado do
Rio de Janeiro e do Brasil. Construído sobre o Mirante da Boa Viagem, na orla
de Niterói, o museu, com sua fachada futurista, integra arte e natureza.
Apresenta exposições também na parte interna, no salão principal, no mezanino e
na varanda, onde há um conjunto de janelas em formato de anel, que possibilita
que o visitante desfrute de vistas panorâmicas também no interior.
O museu possui um acervo de aproximadamente 1.300 obras da
Coleção João Sattamini e cerca de 500 da coleção MAC-Niterói, com obras doadas
por diversos artistas.
Segundo a visão de Niemeyer, o museu, ao celebrar o encontro
entre a liberdade da criação artística e a sociedade como partes da
paisagem-mundo, promove a sensação de pertencimento e acolhimento público, um
lugar de partilhar afetos nas relações humanas propondo a experiência da beleza
acessível para ricos e pobres. Utopia e futurismo presentes em suas linhas
arquitetônicas circulares e cheias de sinuosidade.
SERVIÇO:
Das Cinzas Voltar, nas Cinzas Vencer, Viradouro de Alma
Lavada
Local: MAC - Museu de Arte Contemporânea de Niterói - Pátio
Abertura da Exposição: 21 de janeiro de 2021, quinta-feira,
das 8h às 18h
Visitação: domingo a domingo, das 8h às 18h.
Entrada Gratuita, seguindo os protocolos sanitários, como a
obrigatoriedade do uso de máscaras, controle de acesso e aferição de
temperatura.
FONTE
Departamento de Imprensa SMC/FAN
Secretaria Municipal de Cultura - Niterói
Fundação de Arte de Niterói - FAN
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