PRAIA
VIVA é o segundo livro de contos de Lygia Fagundes Telles, publicado no ano de
1943, pela Livraria Martins Editora, sob o nome de Lígia Fagundes.
Estrutura:
São 10 contos, distribuídos em 136 páginas.
Táxi,
cavalheiro?
Praia
Viva
Há
um grilo sob a janela
Ponto
número seis
Delírio
Além
da estrada larga
Flor
de laranjeira
O
Avô
Comício
Paredes de Vidro
A obra tematiza, primordialmente, relacionamentos que não deram certo ou que estão esfacelados, além de apresentar um primeiro conto macabro (“Além da estrada larga”) e um primeiro com contornos políticos (“O comício”).
A
crítica especializada não recebeu o livro com entusiasmo, apontando que a
autora tinha qualidades que precisavam ser mais desenvolvidas. Também se faz
crítica ao fato de Lygia ser mulher e escrever textos que, segundo a crítica,
não seriam propícios às mulheres.
UM POUCO SOBRE LYGIA FAGUNDES TELLES
Foi uma escritora brasileira. Romancista e contista e representante do movimento Pós-Modernista. Foi membro da Academia Paulista de Letras, da Academia Brasileira de Letras e da Academia de Ciências de Lisboa.
Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo, no dia 19 de abril de 1923. Filha do promotor Durval de Azevedo Fagundes e da pianista Maria do Rosário Silva Jardim de Moura, passou sua infância em várias cidades do interior em função do trabalho do pai.
Seu interesse por literatura começou na adolescência. Com 15 anos, com a ajuda do pai, publicou seu primeiro livro de contos, "Porão e Sobrado".
De volta à capital, estudou no Instituto de Educação Caetano de Campos. Em seguida, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo. Nessa mesma época, cursou Educação Física na mesma universidade.
Ainda estudante, colaborava com os jornais “Arcádia” e “A Balança”, ambos vinculados à Academia de Letras da faculdade. Nessa época, frequentava os encontros de literatura com Mário e Oswald de Andrade.
A estreia oficial de Lygia Fagundes Telles na literatura ocorreu em 1944, com o volume de contos "Praia Viva". Em 1947, casou-se com um de seus professores, o jurista Goffredo Telles Júnior, com quem teve um filho.
Lygia seguiu com a contínua produção de contos e romances, entre eles, “Ciranda de Pedra” (1954), no qual relata a história de um casal que se separa e a caçula vai morar com a mãe, onde vive os dramas ocultos de uma jovem de pais separados. (A obra foi posteriormente adaptada para uma novela na TV Globo).
Em 1958, Lygia publicou o livro de contos, "História do Desencontro", que recebeu o Prêmio Artur Azevedo do Instituto Nacional do Livro. Em 1960 separou-se do marido. Em 1963 casou-se com o ensaísta e crítico de cinema Paulo Emílio Salles Gomes. Nesse mesmo ano, publicou seu segundo romance “Verão no Aquário”, que recebeu o Prêmio Jabuti.
Junto com Paulo Emílio, escreveu o roteiro para o filme Capitu (1967), baseado na obra Dom Casmurro de Machado de Assis, uma encomenda de Paulo César Saraceni, que recebeu o Prêmio Candango de Melhor Roteiro Cinematográfico.
A década de 70 foi um período da consagração de Lygia: O livro de contos “Antes do Baile Verde” (1970) recebeu o Prêmio Internacional de Escritoras, na França.
O livro “As Meninas”, publicado em 1973, que se tornaria um dos seus mais importantes romances, recebeu o Prêmio Jabuti, em 1974 e foi adaptado para o cinema em 1975, dirigido por Emiliano Ribeiro. A obra traça um paralelo entre a vida de três pessoas que agitaram a juventude em um período conturbado da história do Brasil.
A obra “Seminário dos Ratos” (1977) recebeu o Prêmio PEN Clube do Brasil. “A Disciplina do Amor” (1980) recebeu o Prêmio Jabuti e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte.
Em 1982, Lygia Fagundes Telles foi eleita para a Academia Paulista de Letras. Em 1985, tornou-se a terceira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira n.º 16, no dia 12 de maio de 1987. Foi eleita para a Academia das Ciências de Lisboa.
A
consagração de Lygia veio em 2001, quando recebeu o Prêmio Camões, que lhe foi
entregue em 13 de outubro de 2005, durante a VIII Cúpula Luso-brasileira,
realizada na cidade do Porto, Portugal. Em 2016 e aos 92 anos de idade, Lygia
Fagundes Telles tornou-se a primeira mulher brasileira a ser indicada para
receber o prêmio Nobel de Literatura. Lygia Fagundes Telles faleceu aos 98 anos
em São Paulo em 3 de abril de 2022.
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