Para
o artista: “O Rio de Janeiro foi a cidade de sua referência ética”. Tendo se
destacado como um dos principais gravadores da história da técnica do Brasil.
Grande parte de suas obras são em preto e branco, com predominância para o
preto. Em algumas, Goeldi colocou detalhes em vermelho, azul ou amarelo. Pode
ser caracterizado como pertencendo a estética expressionista, movimento
artístico que teve lugar especialmente na Alemanha, no começo do século XX. Os
sentimentos angustiados do artista expressam um real deformado, que ele mostra
de forma intensa em sua arte.
Oswaldo
Goeldi nasceu no Rio de Janeiro, 31 de outubro de 1895 e morreu no Rio de Janeiro,
16 de fevereiro de 1961, foi um desenhista, ilustrador, gravador e professor
brasileiro.
Até
os seis anos de idade, viveu em Belém do Pará, onde seu pai dirigia o Museu
Paraense Emílio Goeldi. Dos seis aos 24 anos viveu na Suíça. Filho do cientista
suíço Emilio Augusto Goeldi. Com apenas um ano de idade, muda-se com a família
para Belém, Pará, onde vivem até 1902, quando se transferem para Berna, Suíça.
Aos 20 anos ingressa no curso de engenharia da Escola Politécnica, em Zurique,
mas não o conclui. Em 1917, matricula-se na Ecole des Arts et Métiers (Escola
de Artes e Ofícios), em Genebra, porém abandonou o curso.
A
seguir, passa a ter aulas no ateliê dos artistas Serge Pahnnke (1875 - 1950) e
Henri van Muyden (1860 - s.d.). No mesmo ano, realiza a primeira exposição
individual, em Berna, na Galeria Wyss, quando conhece a obra de Alfred Kubin
(1877 - 1959), sua grande influência artística, com quem se corresponde por
vários anos. Em 1919, fixa-se no Rio de Janeiro, sua cidade natal, e passa a
trabalhar como ilustrador nas revistas Para Todos e Ilustração Brasileira. Dois
anos depois, realiza sua primeira individual no Brasil, no Liceu de Artes e
Ofícios carioca, que, com o Palace Hotel também da Capital Federal, foram as
duas primeiras galerias de arte moderna do Brasil a partir de fins da década de
1910. O Salão Nacional de Belas Artes foi o principal espaço de divulgação da
obra de Goeldi na primeira metade do século XX.
No período da Primeira Guerra Mundial abandonou o curso da Escola Politécnica para se matricular, em 1917, no Liceu de Artes e Ofícios, em Genebra. No mesmo ano realizou sua primeira exposição individual em Berna, época em que conheceu a obra do austríaco Alfred Kubin, que se tornou seu mentor artístico.
Em
1919 retornou ao Rio de Janeiro cosmopolita, sua cidade natal. Foi no Rio de
Janeiro que conheceu a xilogravura, seu principal meio de expressão poética.
Ali realizou sua primeira exposição no Brasil. Integrando-se com parcimônia à
vida social, no entanto, estabeleceu relações com escritores modernistas como
Graça Aranha, Raul Bopp, Álvaro Moreyra, Manuel Bandeira, Aníbal Machado,
Ronald de Carvalho, Béatrix Reynal e pintores como Di Cavalcanti, José Maria
dos Reis Junior e outros. Carlos Drummond de Andrade dedicou-lhe um poema. No
entanto, no período em que viveu no Rio, onde trabalhou no governo de Getúlio
Vargas, Mario de Andrade não desenvolveu grande proximidade com Goeldi. A
partir de 1923 dedicou-se intensamente à xilogravura e fez ilustrações para
revistas, livros e periódicos Em 1923, inicia seu aprendizado com Ricardo Bampi
em Niterói. Na década de 1930, lança o álbum 10 Gravuras em Madeira de Oswaldo
Goeldi, com introdução do poeta Manuel Bandeira (1884 - 1968) para periódicos e
livros, como Cobra Norato, de Raul Bopp (1898 - 1984), publicado em 1937, com
suas primeiras xilogravuras coloridas. Dedica esta edição a Tarsila. Em 1941,
trabalha na ilustração das Obras Completas de Dostoievski, publicadas pela
Editora José Olympio. Em 1955, inicia a carreira de professor, na Escolinha de
Arte do Brasil, e, em 1955, torna-se professor da Escola Nacional de Belas
Artes - Enba, no Rio de Janeiro, onde abre uma oficina de xilogravura. Foram
seus alunos Adir Botelho (seu assistente e substituto), Anna Letycia (que
escreveu sobre Goeldi), Samico, Antonio Dias e Roberto Magalhães. Em 1995, o
Centro Cultural Banco do Brasil realiza exposição comemorativa do centenário do
seu nascimento, no Rio de Janeiro com curadoria de Noemi Ribeiro, a partir do
acervo do Museu Nacional de Belas Artes.
Consolidado
como ilustrador, expôs na 25ª Bienal de Veneza, em 1950, e ganhou o Prêmio de
Gravura da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. Sua carreira como
professor começou em 1952 e, após três anos passou a ensinar xilogravura na
Escola Nacional de Belas Artes. Em 1956 foi realizada sua primeira
retrospectiva no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, sua mais importante
exposição em vida, e no MAM-SP.
A
obra de Goeldi já participou de mais de uma centena de exposições póstumas no
Brasil, Argentina, França, Portugal, Suíça e Espanha. Todo o acervo do artista
hoje é preservado e catalogado pela Associação Artística Cultural Oswaldo
Goeldi e pelo Projeto Goeldi, segundo estas instituições.
Goeldi
nunca se casou. Hoje, a quase totalidade das matrizes e muitas centenas de
gravuras e desenhos de Goeldi estão no Rio de Janeiro, no Museu Nacional de
Belas Artes e na Biblioteca Nacional, que também guarda os arquivos do artistas
transferidos da PUC-RJ. O terceiro fundo de obras de Goeldi é a antiga coleção
do Banco do Estado da Guanabara (BEG), adquirida com recursos públicos da
cidade do Rio de Janeiro. No período da fusão, o BEG foi renomeado como BANERJ
e, por ocasião da privatização deste, o acervo Goeldi foi transferido par o
Museu do Estado do Rio de Janeiro no Palácio do Ingá em Niterói. Nada é
comparável a estes três acervos, mas outras coleções públicas são dignas de
nota: o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a Casa de Rui Barbosa e o
Museu de Arte do Rio (MAR) na cidade natal de Goeldi, o Museu de Arte Moderna
de São Paulo, a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o MAC-USP e o Museu da
Gravura de Curitiba. A artista Lygia Pape e seu marido Günther Pape foram um
dos colecionadores da obra de Goeldi, além de outros apreciadores da obra de Oswaldo
Goeldi.
Sua
obra tem participado de centenas de exposições no Brasil, Argentina, Equador,
México, Uruguai, Bélgica, França, Portugal, Suíça e Espanha. O respeito à obra
de Goeldi é resguardado é preservado pelo Projeto Goeldi, que além de um acervo
de obras possui o maior acervo documenta e iconográfico sobre o artista, além
de utensílios e objetos pessoais resguardados pela instituição fundada pelos
herdeiros do artista.
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