A
Transfiguração é uma pintura considerada a última e uma das mais importantes
obras de Rafael Sanzio, baseada na Transfiguração de Jesus, descrita no Novo
Testamento da Bíblia, no livro de Mateus, capítulo 17, versículos 1 a 21.
A
pintura datada do ano 1520 sob a técnica óleo sobre tela tem a dimensão de 405
× 278. Ela está localizada no Museu Vaticano, Vaticano-Itália.
Em
1517, o cardeal Giuliano de Médici, parente de Leão X, encomendou a Rafael
Sanzio uma Transfiguração para a catedral de Sant Juste Narbona, onde ele era
bispo, porém, em 1523, ela foi colocada na igreja romana, projetada por
Bramante de São Pietro in Montorio. Lá permaneceu até 1797, quando foi levada
para Paris, sendo devolvida em 1815 a Roma, onde permanece até a atualidade na
Pinacoteca do Vaticano.
Rafael
concebeu a obra em princípio, como uma simples Transfiguração, mas talvez com a
ideia de conferir-lhe uma maior vivacidade, decidiu agregar a cena do
endemoniado.
A
composição foi muito meditada como demonstram os numerosos desenhos que Rafael
e seus colaboradores realizaram para os diferentes personagens, assim como as
variantes da primeira versão que se revelaram após a restauração de 1977.
O
resultado foi uma das obras mais complexas de Rafael na qual, os únicos restos
dos modelos classicistas do pintor se encontram na mulher ajoelhada em primeiro
plano e na cabeça de São João.
O
quadro reflete dois episódios independentes, sem qualquer conexão, exceto o
fato de que, nos textos evangélicos que serviram de fonte iconográfica apareçam
relatados um detrás do outro.
Assim,
na parte superior, aparece Jesus elevando-se sobre o cume do monte Tabor, junto
a Moisés e ao profeta Elias, na presença dos apóstolos Pedro, Santiago e João.
A parte inferior representa o Milagre da cura do menino possuído pelo demônio.
O
resto responde a características próprias do maneirismo que se observam tanto
nos desenvolvidos efeitos expressivos cheios de dramatismo, como no forte
contraste de luzes e sombras que inunda violentamente a tumultuada e teatral
cena da zona inferior.
Após
a última restauração terminada em 1981 dissiparam-se as dúvidas existentes
sobre a exclusiva autografia rafaelesca desta obra, a qual finalmente pode ser
considerada, embora não plenamente acabada, de sua própria mão.
Até hoje ignorava-se o ponto em que se encontrava a composição no momento da morte de Rafael. Grande parte dos estudiosos defendiam que a parte inferior do quadro, somente esboçada pelo mestre havia sido realizada por seus discípulos entre 1520 e 1522 e concretamente por Giulio Romano, devido à existência de uma petição de pagamento a favor deste. Embora a autoria da obra já não seja motivo de dúvida, não se pode negar a intervenção de seus ajudantes na conclusão da parte inferior do quadro, mas sem dúvida estes seguiam o desenho concebido na sua totalidade por seu mestre.
Rafael
Sanzio nasceu em Urbino, 6 de abril de 1483 e faleceu em Roma, 6 de abril de
1520, foi um mestre da pintura e da arquitetura da escola de Florença durante o
Renascimento italiano, celebrado pela perfeição e suavidade de suas obras.
Segundo historiadores e mestres da arte, o mais adequado é chamá-lo de
Raffaello Santi, já que Sanzio fazia referência apenas ao seu local de
nascimento e Santi era o sobrenome de seu pai, Giovanni Santi, nascido em
Lucca, na Toscana. Junto com Michelangelo e Leonardo da Vinci forma a tríade de
grandes mestres do Alto Renascimento. Rafael morreu em Roma no dia do seu
aniversário de 37 anos, segundo seu biografo Giorgio Vasari, Leão X pensou em
nomea-lo como cardeal. Seu corpo repousou por certo tempo em uma das salas na
qual ele havia demonstrado sua genialidade. Foi honrado com um funeral público
e foi sepultado no Panteão de Roma.
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