domingo, 26 de novembro de 2023

04 - A LÍNGUA OFICIAL DE CABO VERDE É O PORTUGUÊS E A MATERNA É O CRIOULO.

 


Nome Oficial: República de Cabo Verde

Capital: Cidade da Praia

Habitantes: 558.514 mil

Outras cidades importantes: Mindelo, Assomada, São Filipe.

Data da atual Constituição: 25 de setembro de 1992. Foi revista em julho de 1999.

Língua: A língua oficial é o Português, utilizando-se, localmente, o Crioulo.

Unidade monetária: Escudo de Cabo Verde (CVE).

 

Você sabia que Cabo Verde é um país africano formado por ilhas? Ele fica no meio do Oceano Atlântico, a 570 quilômetros da África. Essa informação é importante porque, quando os portugueses chegaram ao arquipélago, em 1460, o país se transformou em um polo comercial de escravos. Além disso, era rota entre Brasil, Portugal e países da África. Quando a coroa chegou por lá, as ilhas não eram povoadas. Por isso, tornou-se um centro comercial. Com o passar dos anos, as pessoas foram se estabelecendo, assim como a língua portuguesa, hoje oficial no país. Entretanto, mesmo com o português como língua oficial, o crioulo cabo-verdiano é amplamente falado no país. 

Enquanto que o crioulo é a língua materna de quase toda a população, o português é a língua oficial. O crioulo é, portanto, usado coloquialmente, no dia a dia, enquanto que o português é usado em situações oficiais, no ensino, nos meios de comunicação social, etc. O português e o crioulo vivem uma situação de diglossia. 

Obviamente, o português falado em Cabo Verde não é uniforme. Existe um continuum que revela vários aspectos: o maior ou menor grau acadêmico, a maior ou menor exposição à língua portuguesa, a maior ou menor frequência do uso da língua portuguesa, etc.

Até 2013, quando se fundou a Academia Cabo-verdiana de Letras, não existia instituição ou algum organismo que regia o uso da língua portuguesa em Cabo Verde. Assim, até 2013, existiam conceitos empíricos acerca do que era «correto» ou «incorreto» sobre o modo de falar, conceitos esses que resultaram de: modelos consensuais entre a maioria da classe culta e/ou que tem maior exposição ao português; modelos consensuais entre acadêmicos, professores da língua, etc.; a partir do momento em que certos fenômenos linguísticos ocorrem de um modo sistemático e regular, esses fenômenos já não podem ser considerados como desvios à norma ou idioletos, mas sim, a expressão genuína de uma variedade específica de uma comunidade; 

Outro fenômeno é que se por um lado o português em Cabo Verde desenvolveu certa especificidade, por outro lado, durante os vários anos de colonização, os modelos paradigmáticos eram do português europeu, e até hoje as obras de referência (gramáticas, dicionários, manuais escolares, etc.) são originárias de Portugal. Nisto, há dois movimentos de sentido oposto que ocorrem em simultâneo: de um lado o português falado em Cabo Verde caminha para um desenvolvimento de características próprias, e; por outro lado as normas europeias do português continuam a fazer uma pressão que trava um desenvolvimento mais rápido de uma variante tipicamente cabo-verdiana. 





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