Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa, no dia 28 de março de 1810 e faleceu em Quinta de Vale de Lobos, Azoia de Baixo, Santarém, no dia 13 de setembro de 1877.
Como liberal que era, teve como preocupação maior, estabelecida nas suas ações políticas e seus escritos, sobretudo em condenar o absolutismo e a intolerância da coroa no século XVI para denunciar o perigo do retorno a um centralismo da monarquia em Portugal.
A sua obra, em toda a extensão e diversidade, ostenta uma profunda coerência, obedecendo a um programa romântico-liberal que norteou não apenas o seu trabalho, mas também a sua vida.
Herculano foi o responsável pela introdução e pelo desenvolvimento da narrativa histórica em Portugal.
Juntamente com Almeida Garrett, é considerado o introdutor do Romantismo em Portugal, desenvolvendo os temas da incompatibilidade do homem com o meio social.
Como
historiador, publicou História de Portugal, em quatro volumes, e entre 1854 e
1859, publica os três volumes da História da Origem e Estabelecimento da
Inquisição em Portugal. Organizou Portugaliae Monumenta Historica (coleção de
documentos valiosos recolhidos de cartórios conventuais do país).
A parte mais significativa da obra literária de Herculano concentra-se em seis textos em prosa, dedicados principalmente ao gênero conhecido como narrativa histórica. Esse tipo de narrativa combina a erudição do historiador, necessária para a minuciosa reconstituição de ambientes e costumes de épocas passadas, com a imaginação do literato, que cria ou amplia tramas para compor seus enredos. Dessa forma, o autor situa ação num tempo passado, procurando reconstituir uma época. Para isso, contribuem descrições pormenorizadas de quadros antigos, como festas religiosas, indumentárias, ambientes e aposentos, topografias de cidades. São frequentes as intervenções do narrador, que tece comentários filosóficos, sociais ou políticos, muitas vezes relacionando o passado narrado com o quotidiano do século XIX.
A narrativa de caráter histórico foi desenvolvida inicialmente por Walter Scott (1771–1832), poeta e novelista escocês que escreveu A Balada do Último Menestrel e Ivanhoé, entre outros trabalhos. Também o francês Vitor Hugo (1802–1885) serviu de modelo a Herculano: Hugo escreveu o romance histórico Nossa Senhora de Paris, em que surge Quasimodo, o famoso “Corcunda de Notre-Dame”. A partir desses modelos, desenvolveu-se a narrativa histórica de Herculano, que pode ser considerada o ponto inicial para o desenvolvimento da prosa de ficção moderna em Portugal.
As Lendas e Narrativas são formadas por textos mais ou menos curtos, que se podem considerar contos e novelas. Herculano abordou vários períodos da história da Península Ibérica. É evidente a preferência do autor pela Idade Média, época em que, segundo ele, se encontravam as raízes da nacionalidade portuguesa.
O
trabalho literário de Herculano foi, juntamente com as Viagens na Minha Terra,
de Almeida Garrett, o ponto inicial para o desenvolvimento da prosa de ficção
moderna em Portugal. A partir disto, as narrativas históricas foram focando
épocas cada vez mais próximas do século XIX. Deixou ainda alguma poesia,
romances não históricos e peças de teatro.
OBRAS
PRINCIPAIS
POESIA
A Harpa
do Crente — 1838 (eBook)
Poesias
— 1850 (eBook)
TEATRO
A
Crente na Liberdade — 1860
Drama
histórico português em 3 atos.
Representou-se
em Lisboa, em 1838, no teatro do Salitre.
Foi
editado no Rio de Janeiro em 1862
Os
Infantes em Ceuta — 1842
ROMANCE
O
Pároco de Aldeia (1825) — 1851[22]
O
Galego: Vida, ditos e feitos de Lázaro Tomé
ROMANCE
HISTÓRICO
O Bobo
(1128) — 1843 (eBook)
O
Monasticon
Eurico,
o Presbítero: Época Visigótica — 1844
O Monge
de Cister; Época de D. João I — 1848 (Digitalizado em Google)
LENDAS
E NARRATIVAS — 1851
O Alcaide
de Santarém (950–961)
Arras por
Foro de Espanha (1371–2)
O
Castelo de Faria (1373).
A
Abóbada (1401)
Destruição
de Áuria: Lendas Espanholas (século VIII)
A Dama
Pé de Cabra: Romance de um Jogral (Século XI)
O Bispo
Negro (1130)
A Morte
do Lidador (1170)
O
Emprazado: Crónica de Espanha (1312)
O
Mestre Assassinado: Crónica dos Templários (1320)
Mestre Gil:
Crónica (Século XV)
Três
Meses em Calecut: Primeira Crónica dos Estados da Índia (1498)
O Cronista: Viver e Crer de Outro Tempo.
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