Produção de Yuri Garfunkel com
curadoria de João Carlos Villela pode ser vista gratuitamente até 25/05 no
Museu do Folclore, em São José dos Campos.
A
exposição “Nos Braços do Violeiro”,
do desenhista, músico e educador Yuri Garfunkel,
com curadoria de João
Carlos Villela, promoverá neste domingo
(19), a partir das 15h, um evento especial com exibição de curta-metragem,
bate-papo e roda de viola, no Museu do Folclore, em São José dos Campos.
Com entrada gratuita, a programação integra a edição do Museu Vivo na 22ª
Semana Nacional de Museus.
Na
mostra “Nos Braços do Violeiro”, o público tem a oportunidade de apreciar
as páginas originais da HQ "A Viola Encarnada: Moda de Viola em
Quadrinhos", um romance gráfico inspirado em mais de 80 canções do
repertório caipira, com roteiro e artes visuais Yuri Garfunkel. Além do contato com as
páginas originais da obra em HQ (história em quadrinhos) e seus esboços, o
visitante poderá apreciar violas do músico e luthier Edu Viola (já falecido) e
até montar sua própria história em um quadro interativo que também faz parte da
exposição.
Premiada
pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) 2019 e com introdução
escrita pelo violeiro, professor e pesquisador Ivan Vilela, a HQ
"A Viola Encarnada: Moda de Viola em Quadrinhos" foi
indicada ao prêmio HQ MIX na
categoria Melhor Adaptação em 2020. Umas das propostas da exposição,
contemplada pelo ProAC Circulação, da
Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado, é promover a interação do
público com os processos criativos do artista.
EXIBIÇÃO DO CURTA “XANGRI-LÁ”
A
partir das 15h deste domingo (19) será exibido o curta-metragem
“Xangri-lá – A história de Quinzinho Viola” (BRA | 2020 | Doc | 12 min),
dirigido por Mário de Almeida, da Maravilha Filmes, com a presença do
protagonista Joaquim Inácio Filho. Quinzinho Viola é um poeta e
violeiro de São Francisco Xavier, no interior do estado de São Paulo. Criado na
zona urbana de Caçapava, sempre procurou estar em contato com a sua identidade
caipira, a natureza e as coisas simples. Com cenas documentais e ilustrações
animadas feitas por Yuri, que também compôs a trilha sonora, o curta-metragem
narra a história de migração de Quinzinho em busca de seu ideal de vida.
Mário
de Almeida explica que foi o interesse na temática da viola que proporcionou o
encontro com Yuri Garfunkel que resultou em parcerias profissionais unindo os
quadrinhos e o audiovisual. “Nosso trabalho tinha semelhança, interesses em
comum e diferenças em relação ao foco então eles se complementavam de uma forma
muito legal”, afirma.
Ele
conta que o filme “Xangri-lá” foi feito a partir de um material de pesquisa
utilizado no projeto de longa metragem “Viola Perpétua”. “Eu e o Yuri Garfunkel
colocamos a nossa imaginação a serviço do projeto, ouvindo as histórias do
Quinzinho que já estavam gravadas, editando essa história, com a ajuda da
Carolina Scatolino, que fez a pré-edição do material e me ajudou no roteiro.
Yuri fez um trabalho incrível de história em quadrinhos por camadas, que a
gente pôde animar depois”, pontua Almeida.
O
filme com duração de 12 minutos foi lançado pelo Poiesis -Instituto de Apoio à
Cultura, à Língua e à Literatura. “O curta rendeu um novo fruto da minha
parceria com o Yuri, e que pode ser muito bem o símbolo de uma bela amizade
entre o documentário e as histórias em quadrinhos, tendo a viola como um elo. E
a viola e a cultura caipira, todo o universo que cerca essa viola mais caipira.
É uma honra estar com ele nesse evento para falar dessa produção”, afirma o
documentarista. Após a exibição do filme, Yuri Garfunkel comandará um bate-papo
com Mário de Almeida, Joaquim Inácio e o roteirista Rogério Faria. Haverá
tradução em libras. Na sequência terá uma roda de viola com participação de
Lula Fidalgo e convidados.
UNIVERSO DA MÚSICA CAIPIRA E ARTES VISUAIS
Garfunkel
conta que a ideia inicial da Viola Encarnada era traduzir o universo da música
caipira para a linguagem dos quadrinhos e das artes visuais. “Criar um ponto de
vista para diálogos contemporâneos com a nossa cultura. A estreia da exposição
concretizou essa vontade. Foi um grande encontro de pessoas interessadas em
participar desse diálogo e um primeiro passo muito especial para circulação que
faremos durante esse ano”, declara Yuri.
Desta
forma, além do contato com os originais da obra e seus esboços originais, o
visitante da exposição “Nos Braços do Violeiro” terá acesso à viola
física que foi inspirada na viola vermelha de Tião Carreiro e encomendada ao
Luiz Armando da luthieria Trevo, exclusivamente para este
projeto. Inspirado nesse universo, o público também poderá montar sua
própria história em um painel com imãs das imagens da HQ. Oportunidade para
soltar a criatividade e fazer parte da mostra.
Para
propiciar uma imersão na HQ como um todo, a exposição disponibiliza áudios das mais de 80 músicas do
repertório caipira. O material possui recursos de
acessibilidade como
audiodescrição, textos em braile e em alguns dos encontros promovidos com o
público, como rodas de viola e bate-papo, terão tradução em Libras.
Por
ser uma exposição multidisciplinar sobre um instrumento
singular que marca a nossa história musical, um dos objetivos dos idealizadores
é compartilhar o conteúdo com um público diverso, inclusive estudantes, universitários e grupos de idosos e outros interessados. “Essa
é uma exposição que mescla Arte Contemporânea, História em Quadrinhos e Música
Caipira, por isso a intenção em cada uma das 6 cidades por onde passaremos é
dialogar, trocar e aprender com os agentes locais de cada um desses campos”,
explica João Carlos Villela.
“A VIOLA ENCARNADA”
Em suas páginas, a obra "A Viola Encarnada' conduz o leitor para uma
viagem sonora afinada e cheia de história, a partir de uma viola avermelhada
nas mãos de um violeiro e de um vaqueiro, numa jornada que percorre os sertões
até chegar na cidade grande, testemunhando a história da música caipira desde
suas origens rurais. Yuri Garfunkel detalha que a ideia da HQ se
formou ao longo de muitos anos ouvindo música caipira.
De
modo geral, e no gênero Moda de Viola principalmente, ele explica que as
canções descrevem narrativas tão intensas que muitas músicas inspiraram filmes.
“Mas até agora não conheço outra graphic
novel feita a partir desse repertório. Entendi que era um
trabalho que poucos poderiam pôr em prática, e mergulhei de cabeça. No final de
2017 eu já tinha clara a estrutura do roteiro, fui a uma palestra do Ivan
Vilela e me apresentei a ele que se interessou imediatamente pelo projeto
e começamos a trabalhar”, relembra.
Garfunkel
conta que Vilela sugeriu uma que a história fosse além dos temas mais faroeste
previstos inicialmente, com muito boi e bala. “Ampliamos o roteiro com a origem
da viola, derivada de instrumentos mouros e vinda ao Brasil com as primeiras
caravelas portuguesas, e com a construção da Viola Encarnada, protagonista da
história. Para isso, busquei ajuda do Luiz Armando da luthieria Trevo, que
construiu efetivamente a viola em um mês! O Ivan também sugeriu outro desfecho
para a HQ, que termina na cidade grande, completando todo o trajeto percorrido
pela música caipira", comenta Garfunkel.
PROGRAMAÇÃO
A
circulação da Exposição 'Nos Braços do Violeiro' estreou dia 24 de
fevereiro na Casa Lebre, em Bragança Paulista. No Museu do Folclore, em São José dos Campos, a exposição ficará até 25/05.
Depois a mostra seguirá para o Centro Cultural Casarão, em Campinas, 31/05 a 20/06; ficará
de 22/06 a 26/07 no MAGMA (Museu Aberto de Geociências, Mineralogia e
Astronomia), em Botucatu; Centro Max Feffer, em Pardinho, 27/07 a 25/08 e Instituto
Elpídio dos Santos, em São Luís Paraitinga, 31/08 a 21/09.
Os
idealizadores contam que a proposta de montar a exposição surgiu durante a
pandemia de COVID-19. Em outubro de 2021, “Nos Braços do Violeiro” foi
apresentada na A7MA Galeria, na Vila Madalena, em São Paulo, com a realização
de bate-papo com o curador e convidados como Xênia França, Lucas Cirillo, Shell
Osmo e Renato Shimmi e roda de viola com a participação da cantora e violeira
Adriana Farias e dos violeiros Gerson Curió e Inimar dos Reis. Em junho de
2022, integrou a Mostra ‘No Braço da Viola’ no Teatro do Sesc Rio Preto. Na
ocasião, Yuri Garfunkel apresentou-se ao lado de grandes nomes da viola
contemporânea e ministrou oficinas de criação de HQ a partir de modas de viola.
Ficha Técnica ‘Nos Braços do Violeiro':
-Yuri
Garfunkel:
Artista expositor, músico, coordenação geral
- João Carlos
Villela:
Curadoria e Produção Artística
- Cris Rangel: Produção Executiva
- Lula Fidalgo: Montagem e direção musical
- Ellen B.
Fernandes:
Assessoria de Imprensa
- Mário de Almeida: Registro Audiovisual
- Rodrigo Camargo: Consultoria Jurídica
Realização: ProAC Editais, Cult SP,
Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo
Contato: garfunkelyuri@gmail.com //
@yurisopa // facebook.com/yuri.sopa
SERVIÇO:
Exposição
“Nos Braços do Violeiro” – Evento especial
Data:
19/05/2024-domingo
Horário: 15h
Visitação: Até dia 25/05, de terça a
sexta, das 09h às 17h. Aos sábados e domingos, das 14h às 17h
Local: Museu do Folclore, Avenida
Olivo Gomes, 100, São José dos Campos. Entrada gratuita
Os idealizadores
Yuri Garfunkel: Artista visual, músico e educador- Autor dos romances gráficos A Viola
Encarnada: modas de viola em quadrinhos, indicado ao prêmio HQMIX 2020 na
categoria Melhor Adaptação, e A Outra Anita, sobre a trajetória da pintora
Anita Malfatti, lançada em 2022 para o centenário da Semana de Arte Moderna de
1922. Criador do Sopa Art Br, estúdio de artes visuais, ilustração e
design, com mais de 10 anos de experiência em comunicação visual ligada à
cultura. Desenvolve seu trabalho a partir de pesquisas na união de linguagens
artísticas, relacionando HQs com arte urbana, música e educação. Com quatro
exposições criadas nesse conceito, circulou por galerias como Coletivo, Matilha
Cultural e A7MA, parques e estações do Metrô de São Paulo, e expôs na
Argentina, Itália e Espanha. Como músico, Yuri integra desde 2008 o grupo
instrumental Kaoll, com o qual gravou 3 álbuns, realizou mais de 300
apresentações pelo Brasil e uma turnê europeia em 2014. Em 2015 Yuri passou a
integrar o grupo Pequeno Sertão de música caipira autoral, com quem lançou dois
álbuns, em 2016 e 2021. Como educador, Yuri cria e ministra cursos e oficinas
de desenho e criação artística com propostas adequadas para diferentes
públicos, de crianças e terceira idade à profissionalização, com circulação no
Estado de São Paulo pela rede do Sistema S e centros culturais.
João Carlos Villela: Curador, art advisor e produtor - Atua há 12 anos no mercado de
arte tendo trabalhado como produtor e diretor de vendas em galerias de arte
contemporânea do mercado primário. Como produtor, foi responsável por mais de
30 exposições, em galerias e espaços institucionais como o Centro Universitário
Maria Antônia e o Instituto Tomie Ohtake. Entre as exposições que produziu
estão as de artistas como, Ana Prata, Claudio Mubarac, Elisa Bracher, Fabio
Miguez, Oswaldo Goeldi, Paulo Monteiro e Sergio Lucena. Como pesquisador na Art
Options, escritório de consultoria de arte, foi responsável pela aquisição de
artistas para coleções privadas e para a coleção corporativa do
escritório. Desde 2016, como art advisor e curador independente, assessora
colecionadores privados e artistas em desenvolvimento de carreira. Curou a
exposição coletiva Campo para o Exercício da Liberdade na FUNARTE-SP em 2018,
a exposição individual do artista Lumumba no Matilha Cultural em 2018, a
exposição Los Silencios sobre o filme homônimo da cineasta Beatriz Seigner no
Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca em 2019, e a exposição Nos Braços do
Violeiro com obras de Yuri Garfunkel em 2021 na A7MA Galeria e em 2022 no
Sesc-Rio Preto. Dirigiu e produziu em 2021 os shows Ao Vivo da Mooca e In
Goma, do trio instrumental A Timeline, ambos com o respectivo patrocínio e
apoio do ProAC SP e do Teatro Arthur Azevedo.
Perfil dos participantes do evento de 19/05
Mário de Almeida: É documentarista,
diretor, roteirista e produtor. Pesquisa cultura e música popular, temáticas
sobre as quais já realizou diversos documentários de curta e longa-metragem.
Seu primeiro longa “Viola Perpétua” (2018) segue sendo exibido na TV e em
plataformas digitais. Entre seus trabalhos recentes destaca-se o documentário
“Mostra Reverbo”, selecionado para o festival IN-Edit Brasil 2023.
Rogério Faria: É roteirista de HQs e editor-assistente da Editora Draco
desde 2019. Suas obras destacam-se por biografias históricas como Marighella
#LIVRE (2020) e Paulo Freire #PRESENTE (2022), vencedor do edital ProAC de
quadrinhos de 2021 e que lhe rendeu uma indicação ao 35º Troféu HQMix como Novo
Talento Roteirista e ao 39º Troféu Angelo Agostini como Melhor Lançamento de
2022. Recentemente lançou Pobrefobia – Vivências das ruas com Pe. Júlio
Lancellotti, com Laura Athayde, Lila Cruz, Luiza Lemos, Danilo Dias, Pedro
Balduino e Raphael Salimena; e Corpos-Secos: Mãe, com Ton Albuquerque, uma
ficção científica com terror na roça.
Lula Fidalgo: É músico instrumentista, guitarra,
viola caipira e violão de 7 cordas formado pela ULM, graduado pela Faculdade
Paulista de Artes e Mestre em música pela Unicamp. Como compositor, atua em
diversos trabalhos autorais, com destaque ao projeto "Toca do Canário"
de música instrumental brasileira. Como instrumentista acompanhou diversos
artistas, como Anelis Assumpção, Ari Colares, Paulo Garfunkel, Tião
Carvalho, Dinho Nascimento, Alice Caymmi, Ivan Vilela, Edson Lopes, Nãnãna da
Mangueira, Gustavo e Mateus, Silvana Teixeira, Cantora Cláudia e Denise Mello.
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