Alberto
Francisco Torres, conhecido como Alberto Torres, nasceu em Niterói, no dia 09
de setembro de 1912 e faleceu em Niterói, no dia 25 de novembro de 1998, foi um
político, jornalista e bacharel em direito. Foi um pensador social brasileiro
preocupado com questões da unidade nacional e da organização social brasileira.
Era
filho de Manuel Martins Torres, que foi vice-presidente no governo de José Porciúncula.
Iniciou
os seus estudos no Rio de Janeiro. Matriculou-se, em 1880, em Medicina e cursou
por apenas dois anos, vindo a abandonar este curso. Mudou-se para São Paulo,
matriculando-se na Faculdade de Direito, tendo também início, nesta mesma
ocasião, a sua atividade jornalística, colaborando com jornais como "O
Caiçara", "A Ideia", "O Constitucional" e "A
República". Bacharelou-se pela mesma Faculdade de Direito de São Paulo em
1886.
Regressando
ao Rio de Janeiro, trabalhou como advogado no escritório de dois renomados
profissionais, doutores Tomás Alves e Ubaldino do Amaral. Em 1889 foi nomeado
promotor público, mas não aceitou. No mesmo ano, foi candidato a deputado pelo
quarto distrito, sendo derrotado.
Proprietário
do jornal O Fluminense, de Niterói. Como deputado, participou da elaboração da
Constituição Federal de 1947 e da estadual de 1975.
Atuou
também como advogado, nas comarcas, das cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São
Gonçalo, Itaboraí e Rio Bonito e foi presidente da OAB. Em sua trajetória
política foi eleito seis vezes pelo voto direto como deputado estadual e
deputado federal. Foi ainda secretário estadual de Educação.
Casou-se
com Dolores Brochado Torres, com quem teve uma filha, Nina Rita Torres, já
falecida, que lhe deu dois netos, ela foi presidente do Grupo Fluminense.
Sempre
ativo em atividades de interesse público, também foi conselheiro e presidente
seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB e membro do Instituto dos
Advogados do Brasil. Na carreira acadêmica, lecionou, como titular, Direito
Constitucional, na Universidade Católica de Petrópolis.
Foi presidente da
Academia Fluminense de Letras, ocupou a Cadeira nº 27 Classe de Letras,
patronímica de Gomes Leite, o atual membro que ocupa a Cadeira nº 27 é o
jornalista Célio Erthal Rocha. Foi membro do Conselho Universitário da
Universidade Federal Fluminense, UFF. Membro com o título de Acadêmico
Benemérito da ACAMERJ - Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro.
Várias
instituições receberam seu nome, entre elas a Escola Municipal Alberto Torres,
em Niterói, o Centro de Oportunidades Jornalista Alberto Francisco Torres, que
funciona no Terminal Rodoviário João Goulart, no Centro de Niterói, e o
Hospital Geral Alberto Torres, no Colubandê, em São Gonçalo, além de outros
colégios no Estado. Depois da morte do jornalista, a principal via de Icaraí, a
que margeia a orla, passou a se chamar Avenida Jornalista Alberto Francisco
Torres.
Teve
importância substancial para a consolidação do nacionalismo brasileiro, com uma
análise aprofundada do problema nacional e um programa pormenorizado de organização
nacionalista do Brasil. Foi o inspirador de uma geração de nacionalistas da
direita e da esquerda, influenciando decisivamente o pensamento de Plínio Salgado
e Nelson Werneck Sodré. Além disso, foi o principal mentor de Oliveira Viana,
seu sucessor.
Em
sua obra refutava as teses tanto do socialismo como do individualismo como
incompatíveis à realidade brasileira e responsáveis por sua desagregação.
Cumpria, ao seu entender, conhecer objetivamente a sociedade brasileira para
que se pudesse propor mudanças pragmáticas e soluções aos problemas
encontrados. Isto só se faria com o entendimento da realidade social enquanto
unidade nacional, tendo um Estado forte à sua frente que conduzisse tais mudanças
necessárias.
Entusiasta
dos ideais republicanos, Alberto Torres funda em 1889, juntamente, com outros
publicistas, o jornal "O Povo". Após a Proclamação da República,
Torres torna-se deputado da Assembleia Constituinte fluminense instalada em 1º
de março de 1892, exercendo cargo de deputado estadual até o ano seguinte.
Em
1894 é eleito e inicia seu mandato de deputado federal. Em 1895, o então
presidente da República, Prudente de Morais nomeia Alberto Torres para o cargo
de Ministro da Justiça e Negócios Interiores, 30 de agosto de 1896 a 7 de
janeiro de 1897, demitindo-se pouco tempo depois, em protesto pela intervenção
na cidade de Campos dos Goytacazes decretada pelo vice-presidente Manuel
Vitorino.
Entre
31 de dezembro de 1897 e 31 de dezembro de 1900 exerceu o mandado de presidente
do estado do Rio de Janeiro, sucedido por Quintino Bocaiuva. No ano seguinte,
por decreto de 30 de abril de 1901, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal
Federal, cargo do qual se afastou em 1907, por motivos de saúde. Viajou à
Europa e quando retornou ao Brasil foi concedida sua aposentadoria, por decreto
de 18 de setembro de 1909, quando tinha 43 anos de idade.
Foi
ainda membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, IHGB desde 1911 e
ao abandonar a vida pública, Alberto Torres passou a dedicar seu tempo quase,
exclusivamente, ao estudo dos problemas políticos e sociológicos brasileiros.
Seus
restos mortais foram transferidos posteriormente para o Cemitério de Porto das
Caixas, em Itaboraí.
OBRAS
As
obras de Alberto Torres consistem em importantes lentes para o estudo do
período final do século XIX e inicial do século XX, tendo em vista que o autor
se preocupava em discutir e propor soluções para os principais problemas do
país. Ele tinha uma postura intelectual propositiva e em suas obras tinha a
preocupação de abordar como os governos, por meio da atuação estatal, poderiam
propor medidas que resolvessem os males do país naquele contexto.
Entre
novembro de 1910 e fevereiro de 1911, Alberto Torres publicou uma série de
artigos na "Gazeta de Notícias", que posteriormente viriam a compor
uma de suas mais importantes obras: "A Organização Nacional",
publicada em 1914.
Outra
obra importante de Alberto Torres, "O Problema Nacional Brasileiro",
foi elaborada a partir de artigos publicados no "Jornal do Comércio"
em 1912 e de um discurso proferido no Instituto Histórico em 1911.
Nessas
obras Alberto Torres aborda uma ampla variedade de questões, dentre eles uma
proposta de reforma da Constituição, o problema da formação da nacionalidade
nos países colonizados, a natureza da política nas sociedades modernas, a
crítica às teorias racistas predominantes em sua época, etc.
Vers
la paix, 1909;
Le
problème mondial, 1913;
O
problema nacional brasileiro, 1914;
A
organização nacional, 1914;
As
fontes da vida no Brasil, 1915.
No
campo dos estudos jurídicos, atribui-se que o remédio constitucional que hoje
se conhece por "Mandado de Segurança" foi mencionado pela primeira
vez, no Direito brasileiro, em sua obra A organização nacional, 1914, o qual
foi tratado por Alberto Torres como Mandado de Garantia, cujo objetivo era
primordialmente fazer consagrar, respeitar, manter ou restaurar preventivamente
os direitos individuais ou coletivos, públicos ou privados, lesados por ato do
Poder Público.
HOMENAGENS
Na
sua cidade natal, Itaboraí, uma escola municipal foi batizada com seu nome.
No
bairro da Cidade Baixa, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, um logradouro tem a
denominação de Rua Alberto Torres.
Em
Areal, pequeno município do interior do Rio de Janeiro, há um bairro que se
chama Alberto Torres.
Em
Pernambuco há uma escola estadual que recebe seu nome, assim como em Natal, no
Rio Grande do Norte, situada no coração do bairro nobre de Petrópolis.
Em
Mendes, RJ, há uma Rua Alberto Torres ligando a estação ferroviária, antiga
Parada Neri Ferreira ao centro da cidade. Na Rua situava-se o Frigorífico
Anglo, a igreja de Santa Cruz e o prédio da Inspeção Federal do Ministério da
Agricultura. Hoje além da igreja abriga a Câmara Municipal.
Há
ainda, no município de Lajeado, interior do Rio Grande do Sul, um colégio
denominado Colégio Evangélico Alberto Torres, CEAT.
FONTE:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alberto_Torres
https://www.acamerj.org/academico/168/alberto-francisco-torres
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