Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira, nasceu em Rio Claro, no dia 05 de maio de 1917 e faleceu no Rio de Janeiro, no dia 30 de agosto de 1972, foi uma consagrada cantora e compositora brasileira, de ascendência portuguesa, sendo considerada uma das mais importantes cantoras do Brasil e dona de uma voz poderosa, marcando época como intérprete.
Nascida em uma família humilde na cidade de Rio Claro, interior de São Paulo, era filha de um carpinteiro mulato chamado Mário de Paula Oliveira, conhecido como Mário Carioca, e da portuguesa Alice do Espírito Santo Oliveira.
Em 1935, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, em busca de uma vida melhor. Frequentava o Cine Pátria, onde conheceu seu primeiro namorado, Herivelto Martins, que formava ao lado de Francisco Sena o dueto Preto e Branco; foi terminado o dueto e nascia o Trio de Ouro.
De voz afinada, e bela, considerada a Rainha da Voz ou o rouxinol brasileiro, sua extensão vocal ia do contralto ao soprano.
Em 1937 gravou, junto com a Dupla Preto e Branco, o batuque Itaquari e a marcha Ceci e Peri, ambas do Príncipe Pretinho. O disco foi um sucesso, rendendo várias apresentações nas Rádios. Foi César Ladeira, em seu programa na Rádio Mayrink Veiga, que pela primeira vez anunciou o Trio de Ouro. Em 1949 deixou o trio, quando excursionavam pela Venezuela com a Companhia de Dercy Gonçalves.
Em 1950, retomou a carreira solo, lançando os sambas Tudo acabado J. Piedade / Osvaldo Martins e Olhos verdes de Vicente Paiva, e o samba-canção Ave Maria de Vicente Paiva / Jaime Redondo, sendo os dois últimos, grandes sucessos da cantora. No ano seguinte, foi eleita Rainha do Rádio, e excursionou pela Argentina, apresentando-se na Rádio El Mundo, de Buenos Aires, na qual conheceu Tito Climent, que se tornou seu empresário e depois marido, pai de sua filha, como mencionado anteriormente. Ainda em 1951, filmou Maria da praia, dirigido por Paulo Wanderley, e Milagre de amor, dirigido por Moacir Fenelon.
Na primeira versão do filme Branca de Neve e os Sete Anões, produzida pelos estúdios Disney, em 1938, Dalva de Oliveira dublou os diálogos da personagem Branca de Neve. As canções foram interpretadas pela dubladora Maria Clara Tati Jacome.
Dalva
realizou mais de 400 gravações e sua voz está em vários coros de discos de
Carmen Miranda, Orlando Silva, Francisco Alves, Mário Reis, entre outros.
Em 1952, consagrada na música mundial é eleita "Rainha do Rádio" de 1951, Dalva de Oliveira resolve excursionar pela Argentina, para conhecer o país e cantar em Buenos Aires.
MORTE
Três dias antes de morrer, Dalva pressentiu o fim e, pela primeira vez, em sua longa agonia de quase três meses, lutando pela vida, falou da morte. Ela tinha um recado para sua melhor amiga, a cantora Dora Lopes, que a acompanhou ao hospital: "Quero ser vestida e maquiada, como o povo se acostumou a me ver. Todos vão parar para me ver passando!". Morreu em 30 de agosto de 1972 na casa de saúde Arnaldo de Morais em Copacabana na presença de seus filhos, Pery Ribeiro, Bily e Gigi. Vítima de uma hemorragia interna causada por um câncer esofágico. Seu corpo está enterrado no Cemitério Jardim da Saudade na Cidade do Rio de Janeiro.
HOMENAGENS
Em 1974, foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz, com o enredo O Rouxinol da Canção Brasileira. Em 1976, a Escola de Samba Turunas do Riachuelo, de Juiz de Fora, foi tricampeã do carnaval da cidade com o enredo "Estrela Dalva", que foi homenageada de forma não biográfica, sendo o samba antológico na cidade.
Em
1987, a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense levou para a Sapucaí o enredo
"Estrela Dalva", sendo último trabalho do carnavalesco Arlindo
Rodrigues.
Em sua cidade natal, Rio Claro, existe uma praça em sua homenagem com nome de Dalva de Oliveira, inaugurada em 15 de julho de 2000. No local existe um busto em bronze da cantora. A praça fica localizada na avenida Tancredo Neves com a rua 14, bairro Jardim Claret e também foi inaugurada uma Praça com o seu nome em Irajá, Rio de Janeiro como outra forma de homenagem.
Em 2017, por ocasião do centenário de seu nascimento, foi homenageada com a exposição “Dalva de Oliveira - 100 anos do mito”, no Instituto Cultural Cravo Albin, com curadoria do seu biógrafo Paulo Henrique de Lima. A obra, resultado de oito anos de pesquisa, e que em breve será publicada, já foi destaque nos jornais: O Globo, Folha de S. Paulo e O Tempo.
Em 2018, Dalva volta a ser homenageada na Sapucaí. Desta vez na Unidos do Porto da Pedra, como uma das dez homenageadas do enredo "Rainhas do Rádio - Nas ondas da emoção, o Tigre coroa as Divas da canção".
NA CULTURA POPULAR
Marília Pêra interpretou a cantora no musical A Estrela Dalva, em 1987, no Teatro João Caetano.
Em 2002, o teatrólogo mineiro Pedro Paulo Cava produziu e dirigiu o espetáculo teatral Estrela Dalva, cujo sucesso rendeu ao elenco de 16 atores viagens, por diversas capitais brasileiras e cidades do interior de Minas Gerais, após quase dois anos em cartaz na capital mineira. Dalva foi interpretada por Rose Brant; Herivelto Martins por Léo Mendonza e Nilo Chagas por Diógenes Carvalho. O espetáculo foi baseado no livro de Renato Borghi e João Elísio Fonseca, e adaptado pelo diretor da peça. O elenco tinha ainda Diorcélio Antônio, Freddy Mozart, Rui Magalhães, Márcia Moreira, Leonardo Scarpelli, Felipe Vasconcelos, Libéria Neves, Jai Baptista, Ivana Fernandes, Patrícia Rodrigues, Meibe Rodrigues, Fabrizio Teixeira e Bianca Xavier. A produção executiva foi de Cássia Cyrino e Luciana Tognolli. Todo o elenco passou por meses de preparação vocal e corporal dando vida e emoção sempre aplaudidos de pé pelo público que lotava as sessões.
Cantoras do Rádio, documentário de 2009 dirigido por Gil Baroni, retrata a "Era de Ouro" do rádio brasileiro.
A vida de Dalva de Oliveira foi retratada em janeiro de 2010, com a minissérie Dalva e Herivelto: uma Canção de Amor, produzida pela Rede Globo. A atriz Adriana Esteves interpretou Dalva, enquanto o ator Fábio Assunção interpretou Herivelto Martins. Por sua atuação, Esteves recebeu o Prêmio Contigo de TV de melhor atriz de série ou minissérie e foi indicada ao Prêmio Emmy Internacional de melhor atriz.
DISCOGRAFIA
ÁLBUNS DE ESTÚDIO
A
Voz Sentimental do Brasil 1953
Dalva
de Oliveira, Roberto Inglês e sua orquestra 1955
Os
Tangos Mais Famosos na Voz de Dalva de Oliveira 1957
Dalva
1958
Em
Tudo Você 1960
Tangos
1961
Dalva
de Oliveira 1961
O
Encantamento do Bolero 1962
Tangos
- Volume II 1963
Rancho
da Praça Onze 1965
La
romantica Dalva de Oliveira 1966
A
Cantora do Brasil 1967
É
Tempo de Amar 1968
Bandeira
Branca 1970
Grossas
Nuvens de Amor 1972
O
Amor É O Ridículo da Vida 1973
Dalva
em Recital no Teatro Senac 1973
Dalva
de Oliveira Especial, Vol. 1 1982
Dalva
de Oliveira - Série Os Ídolos do Rádio vol. V 1987
Trio
de Ouro 1993
Saudade…
1994
Meus
Momentos 1994
Dalva
de Oliveira 1995
A
Rainha da Voz 1997
Dalva
de Oliveira e Roberto Inglez e sua Orquestra 2000
Bis
- Dalva de Oliveira 2000
Canta
Dalva 2006
100 Anos de Dalva de Oliveira Ao Vivo 2018.
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