quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

PEDRO VARELLA ABRE A INSTALAÇÃO “DE ONDE NÃO SE VÊ QUANDO SE ESTÁ”, NO MAC.



 
 
 
 
Pela primeira vez, em 21 anos de existência do MAC Niterói, a cobertura do museu será ocupada e visitada. O público poderá subir no teto do MAC para ter uma visão da paisagem, a partir do local, sem o museu. Essa é a proposta do artista e arquiteto Pedro Varella com a instalação “De onde não se vê quando se está”, que será aberta neste domingo, 10 de dezembro, a partir das 10h, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói. O projeto conta com a colaboração do gru.a (Grupo de Arquitetos) e foi contemplado pelo III Prêmio Reynaldo Roels Jr. – uma parceria entre a EAV Parque Lage e o MAC Niterói.


 
“De onde não se vê quando não se está” tem como proposta tirar o MAC da vista e qual é o local mais adequado para isso? A cobertura! “A arquitetura do MAC parece querer dominar a paisagem da Baía de Guanabara. Com um único ponto de contato com o solo, a estrutura apresenta-se autônoma, absoluta. O trabalho apresentado torna possível desvelar outras situações, marcadas por um espaço-tempo atípico, possível somente no contexto de uma fugaz obra instalativa”, explica Varella.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O artista propõe ainda um desafio: como se desvencilhar da imagem que domina a experiência de quem visita o MAC? O projeto busca, portanto, adicionar à experiência do público a chance de simultaneamente estar neste objeto marcante e perder de vista sua imagem. Para isso, a ideia da ocupação da laje de cobertura do museu, de onde não se pode mais determinar seus limites nem reconhecer sua forma. “A instalação de uma escada em estrutura tubular no trecho da rampa que dá acesso ao pavimento de exposições – a mesma estrutura usada por alpinistas contratados para limpar os vidros do museu – oferece ao público a oportunidade de habitar a cobertura. A forma da superfície de cobertura, côncava para quem mira por baixo – a partir do salão de exposições – e convexa para quem a ocupa por cima, potencializa o que chamamos da dissolução do MAC, ou ao menos da imagem que se tem dele”, diz Pedro.
 
“Estar na cobertura do MAC aponta ainda para o que foi aquele sítio antes da construção do museu: o mirante da boa viagem, um promontório debruçado sob o mar da Guanabara. A possibilidade de engendrar essas interpretações fez com que o projeto que aqui se apresenta se contaminasse positivamente, apresentando-se, agora, como resultado do rico cruzamento ocorrido durante as duas semanas de seminário oferecido pela EAV Parque Lage, em parceria com o MAC Niterói, dentro do contexto do III Prêmio Reynaldo Roels Jr”, finaliza o artista.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para a instalação e o acesso à cobertura, serão distribuídas pulseiras a quem tiver adquirido ingresso para entrar no museu (e quarta-feira será de graça). As pulseiras serão distribuídas em quatro horários durante o dia (9h30, 11h30, 13h30 e 15h30) exclusivamente para o acesso nos horários de visitação subsequentes. A distribuição obedecerá a ordem de chegada à recepção do museu. Portanto, não haverá possibilidade de compra antecipada ou de reserva. 
 
Sobre o Prêmio Reynaldo Roels Jr
 
Em consonância com o universo reflexivo de Reynaldo Roels Jr., o prêmio visa a valorização de experimentalismos artísticos para além dos lugares tradicionais. Nesse sentido, o Prêmio Reynaldo Roels Jr. da Escola de Artes Visuais do Parque Lage contempla jovens artistas interessados na linguagem da instalação em virtude de sua capacidade de questionar o ambiente onde é realizada.

O termo “instalação” foi incorporado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960, designando uma situação (em galerias, museus ou na rua), cuja lógica é regida pela relação entre os objetos e o corpo do observador. Esse tipo de intervenção artística tem a característica de estimular o público a sair de uma atitude puramente contemplativa para adotar uma apreciação crítica do espaço que acolhe a obra de arte.

Com o Prêmio Reynaldo Roels Jr., a Escola de Artes Visuais do Parque Lage amplia seu lugar de atuação para espaços extramuros e permite que seus alunos realizem um trabalho de escala pública. A iniciativa oferece aos estudantes e ex-estudantes de arte da EAV uma inserção no tecido social e urbano do Rio de Janeiro, no momento em que a cidade se torna palco de enormes investimentos financeiros que vêm transformando sua paisagem e, consequentemente, a circulação da população.
 
 
 
 
 
 
 
Da seleção...
 
 
A Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage abriu inscrições para o III Prêmio Reynaldo Roels Jr. e o Seminário A Síntese entre Arte, Arquitetura e Paisagem, voltados a trabalhos de instalação. 
 
As inscrições, gratuitas, puderam ser feitas até às 12h do dia 14 de setembro. Os 20 selecionados tiveram seus nomes anunciados no dia 18 do mesmo mês. Os selecionados participaram do seminário (50 horas de duração e realizado do dia 25 de setembro até 6 de outubro de 2017) para concorrer ao prêmio. O autor do projeto vencedor recebeu R$ 20 mil para produzir uma peça com as características de uma instalação, a ser exibida ainda este ano ao ar livre, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói), cujo projeto arquitetônico é de Oscar Niemeyer. 
 
O prêmio foi criado em 2015 para homenagear o crítico de arte Reynaldo Roels Jr., que dirigiu a EAV entre 2002 e 2006. Os patronos do prêmio são os colecionadores Helio Portocarrero, economista, e Nelson Eizirik, advogado. 
 
Por isso, o que foi pedido à arte – e aos artistas – é que ultrapassem os limites e ocupem o território. Reynaldo Roels Jr. “Pede-se ultrapassar o limite”. Exposição coletiva “Território ocupado”, EAV Parque Lage, novembro de 1987. 
 
O I Prêmio Reynaldo Roels Jr. teve como jurados os artistas Rosângela Rennó e Nelson Félix, além do curador Pablo León de La Barra. A vencedora foi Bia Martins, com o projeto “Salário”, exibido no armazém 4 Pier Mauá durante toda a ArtRio 2015.
 
O II Prêmio Reynaldo Roels Jr. foi concedido a Maria Baigur, pelo projeto “À toa”, realizado em colaboração com o Estúdio Chão. A comissão de premiação foi composta pelos críticos e curadores Clarissa Diniz, Fernando Cocchiarale e Marisa Flórido. A obra foi exibida no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM).
Pedro Varela foi o selecionado pelo III Prêmio Reynaldo Roels Jr. a participar com obra, no MAC Niterói.
 
Ficha técnica
Título: "De onde não se vê quando se está"
Autoria: Pedro Varella
Desenvolvimento: gru.a (grupo de arquitetos)
Projeto de estrutura: Rodrigo Affonso
Colaboradores: Caio Calafate, André Cavendish, Julia Carreiro
Estrutura: jirau
Montagem: New Alfa
Agradecimento: Bruno Contarini
 
 
 
    
SERVIÇO
 
“De onde não se vê quando se está”,
instalação do artista Pedro Varella
Abertura: 10 de dezembro de 2017, a partir das 10h
Visitação: até 23 de dezembro de 2017
Local: Museu de Arte Contemporânea de Niterói
(MAC Niterói)
Endereço: Mirante da Boa Viagem, s/n,
Boa Viagem, Niterói-RJ
 
 
 
 
 
 
Ingresso: R$ 10
Distribuição de senhas a quem tiver adquirido ingresso para entrar no museu.
Horário de visitação: das 10h às 18h (distribuição de senhas para acesso à instalação ocorrerá em quatro horários: 9h30, 11h30, 13h30 e 15h30).
As pessoas com idade entre 12 e 18 anos só poderão acessar a instalação acompanhados por responsáveis.
O acesso à instalação será realizado em grupos de 15 pessoas para visitas de 15 minutos de duração.
Ingressos para os espaços expositivos que permite a subida à cobertura com visitação à instalação “De onde não se vê quando se está”: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Na quarta-feira, a entrada é gratuita para todos.
 
 
 
 
 
Nas fotos: O artista Pedro Varella (crédito: Leo Zulluh)


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FONTE

Departamento de Imprensa SMC/FAN
Secretaria Municipal de Cultura - Niterói
Fundação de Arte de Niterói - FAN
 
 
 
 
 
 
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