terça-feira, 28 de março de 2023

CAMPOS DOS GOYTACAZES, PARABÉNS PELOS 188 ANOS!

 


CAMPOS DOS GOYTACAZES é um município brasileiro no interior do estado do Rio de Janeiro, Região Sudeste do país. Está localizado na região Norte Fluminense do estado. De acordo como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui uma população estimada de 514.643 habitantes, é a mais populosa cidade do interior do estado, a sétima mais populosa do estado e também o município com a maior extensão territorial do estado, ocupando uma área de 4.032,5 quilômetros quadrados. Localizam-se no município, importantes universidades públicas e privadas do estado do Rio de Janeiro. Segundo o IBGE, Campos dos Goytacazes tinha em 2013, o sétimo maior PIB do Brasil e é até hoje o segundo maior do estado do Rio de Janeiro, sendo a cidade não capital com o maior PIB nacional naquele ano. Campos dos Goytacazes está na décima colocação, dos municípios mais populosos do interior do Brasil. 

Em sua costa encontra-se a maior plataforma petrolífera do Brasil, a P-51 na Bacia de Campos, fazendo com que a cidade receba junto com Macaé, o título de Capital Nacional do Petróleo. 

Por ser a cidade polo da região Norte Fluminense, Campos funciona como cidade dormitório para os trabalhadores do Porto do Açu, o maior empreendimento porto-indústria da América Latina.

Campos dos Goytacazes possui a segunda maior área urbana do estado com 222 quilômetros quadrados, ficando atrás apenas da capital estadual Rio de Janeiro e ocupando a décima sétima maior área urbana do Brasil. 

Campos e sua região eram, originalmente, habitadas pelos índios goitacás. Após o fracasso da capitania de São Tomé, a grande baixada foi atacada pela tribo goitacá. Durante o século XVII, diversas tentativas de ocupação da planície foram feitas, entretanto, todos que entravam em confronto com os índios eram dizimados. Somente com a chegada dos jesuítas e beneditinos na região, e da pacificação junto aos índios, é que as terras passaram a ser conhecidas pelos colonizadores e senhores de engenhos. A colonização de origem portuguesa de fato só se iniciou a partir de 1627, quando o governador Martim Correia de Sá, em reconhecimento devido ao heroísmo nas lutas contras os índios, doou algumas porções de terra da capitania aos Sete Capitães, que, em 1633, construíram currais para o gado, próximos da Lagoa Feia e da Ponta de São Tomé. 

Os novos colonizadores pretendiam desenvolver a criação de gado na região, com o objetivo de aproveitá-los no trabalhos dos engenhos. Na enseada da Guanabara, não havia áreas para criação de gado, pois a área estava ocupada com a cana-de-açúcar. Desde então, começou a verdadeira ocupação de origem portuguesa da cidade de Campos. Os capitães, que moravam em seus engenhos no Rio de Janeiro e Cabo Frio, arrendaram quinhões de suas sesmarias, contribuindo assim para o crescimento da população. A criação do gado se multiplicou de forma assombrosa, tal como a diversificação de atividades. Algumas antigas lendas dizem que Campos recebera primeiro a energia elétrica do que o resto da América Latina, entretanto, o correto seria dizer que fora um de seus latifúndios, no caso, a atual Quissamã, local que pertencia a Campos na época de 1833.

Canaviais começaram a aparecer nas regiões mais elevadas da planície e a política, até então estável, foi quebrada com a chegada de latifundiários poderosos, entre eles, Salvador Corrêa de Sá e Benevides, que abusou do poder e da posição (pois era o governador da capitania na época), estabeleceu parcerias com os religiosos, se beneficiavam na partilha da planície. Começaram, então, as lutas pelas terras. De um lado, herdeiros dos capitães, pioneiros, colonos, campeiros e vaquejadores; de outro, os Assecas, herdeiros de Salvador de Sá. Durante aproximadamente 100 anos, a capitania viveu em conflitos pela posse das terras, a Coroa chegou a retomar a terra várias vezes, mas, devido às crises vividas pela mesma, voltou para as mãos dos Assecas. Somente em 1752, com a compra da capitania e a contribuição pecuniária da própria população, é que a região foi finalmente pacificada. 

No decorrer do domínio dos Assecas, a pequena propriedade predominava, mas também condicionada pelo meio natural, devido à inexistência de áreas contínuas de grande extensão, já que havia inúmeras lagoas. A partir do domínio da cana-de-açúcar, a região passou por um período de recuperação, mas continuava isolada da capital. No início dos anos 1800, toda a planície encontrava-se ocupada e partilhada, mas ainda restavam quatro latifúndios: Colégio dos Jesuítas e São Bento (correspondentes à cidade de Campos e seu entorno), Quissamã (primeira região da América Latina a receber energia elétrica), além da fazenda dos Assecas, onde surgiu o povoado da barra seca (atual município de São Francisco de Itabapoana). 

No ano de 1833, foi criada a Comarca de Campos e, em 28 de março de 1835, a Vila de São Salvador é elevada à categoria de cidade, com o nome de Campos dos Goytacazes. A pecuária e o cultivo da cana-de-açúcar se estenderam pela planície entre o Rio Paraíba do Sul e a Lagoa Feia. Em 1875, a cidade tinha 245 engenhos de açúcar, com 3 610 fazendeiros estabelecidos na região. A primeira usina foi construída em 1879, com o nome de Usina Central do Limão, pertencente ao doutor João José Nunes de Carvalho. Devido à sua importância, Campos recebeu a visita de D. Pedro II quatro vezes. 

Ao longo de sua história a elite política campista buscou em diversos momentos reivindicar para si a criação de um estado/província na região ou tornar-se a sede estadual/provincial do Rio de Janeiro. Empreenderam um movimento para desmembrar a vila da província do Espírito Santo e anexá-la ao Rio de Janeiro, tendo em vista transformar o seu potencial eleitoral em capital político na corte um movimento em direção ao sonho de a cidade de Campos ser a capital de uma nova província na nova configuração política administrativa e territorial do Império brasileiro. Já durante o período republicano, entre as diversas tentativas, destaca-se a que houve durante o governo de Edmundo de Macedo Soares e Silva, no final da década de 1940. 

Durante toda a república, a economia regional viveu períodos de altos e baixos em função do preço do açúcar internacionalmente, mas sempre mantendo sua importância no mercado na economia estadual e nacional. Ao final dos anos 1980, os municípios de Campos, Macaé e Conceição de Macabu, tinham uma agroindústria açucareira expressiva. A ascensão de São Paulo como maior produtor nacional, seus altos níveis de produtividade, além da expansão da área cultivada no Nordeste do país, aliados à falta de modernização do complexo campista, fizeram com que a região passasse a ser coadjuvante no contexto nacional. O endividamento de algumas usinas, obrigou muitas delas a se fecharem, atingido consequentemente a economia da região Norte Fluminense. A descoberta do petróleo na Bacia de Campos nos anos 1970 e a construção do Superporto do Açu tem contribuído para a recuperação da região nos dias de hoje.


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Foto: De cima para baixo, da esquerda para a direita: Câmara de Vereadores de Campos, AV. Dr. Nilo Peçanha, Universidade Estadual do Norte Fluminense, Praça do Santíssimo Salvador, Vista panorâmica da cidade, e Praia Farol de São Thomé.



FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_dos_Goytacazes

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