quarta-feira, 8 de março de 2023

EFEMÉRIDES: HÁ 193 ANOS, EM 08 DE MARÇO DE 1830 NASCEU JOÃO DE DEUS NOGUEIRA RAMOS EMINENTE POETA LÍRICO E PEDAGOGO PORTUGUÊS.


Poeta. Desenvolveu uma linguagem simples, direta e expressiva que revitalizou a poesia romântica portuguesa. Ele foi a maior influência sobre a literatura portuguesa no início do século 20.

João de Deus de Nogueira Ramos nasceu em São Bartolomeu de Messines, em 08 de Março de 1830. Muito conhecido por João de Deus, foi um eminente poeta lírico e pedagogo, considerado à época o primeiro do seu tempo, e o proponente de um método de ensino da leitura, assente numa Cartilha Maternal por ele escrita, que teve grande aceitação popular, sendo ainda utilizado. Gozou de extraordinária popularidade, foi quase um culto, sendo ainda em vida objeto das mais variadas homenagens. Foi considerado o poeta do amor e encontra-se sepultado no Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa.

Filho de Isabel Gertrudes Martins e de Pedro José dos Ramos, modestos proprietários dali naturais e residentes. João de Deus era o quarto de catorze irmãos, não lhe permitindo a situação socioeconômica da família aspirar a uma carreira universitária. Estudou latim na sua terra natal e ingressou no Seminário de Coimbra, então o único caminho para prosseguir estudos aberto aos menos abonados. Em 1850, aos 19 anos de idade, não tendo vocação para a vida eclesiástica, ingressou na Universidade de Coimbra como estudante de Direito.

Logo no ano de ingresso na universidade revelou o seus dotes líricos, escrevendo versos que circularam manuscritos no meio acadêmico e com os quais obtinha modestos rendimentos que ajudavam na sua parca subsistência. De 1851 conhece-se o poema Pomba e a elegia Oração, a qual foi a sua primeira obra publicada, tendo saído a público na Revista Acadêmica em 1855, tendo merecido imediata aclamação pública. São desta fase os poemas publicados na Estreia Literária, na Ateneu e no Instituto de Coimbra.

Com aquelas publicações a sua reputação de poeta lírico foi crescendo, com a sua obra a merecer, já em 1858, uma crítica fortemente elogiosa no artigo A propósito de um Poeta, publicado no Instituto de Coimbra por Antero de Quental.

Em 1859, terminado o curso, opta por permanecer em Coimbra, praticando pouca advocacia e continuando a escrever, agora produzindo poesia de caráter satírico, entre as quais ressalta A lata (publicada em 1860 e a sua primeira obra em separata) e A Marmelada. O poeta faleceu em Lisboa, 11 de Janeiro de 1896 aos 66 anos de vida.

OBRA

Na literatura da sua época, João de Deus ocupou uma posição singular e destacada. Surgido nos finais do ultrarromantismo, aproximou-se da tradição folclórica de forma mais conseguida que qualquer outro escritor romântico português. A sua poesia distinguiu-se, sobretudo, pela grande riqueza musical e rítmica.

Grande parte da sua obra poética está presente em Flores do Campo(eBook) (publicada em 1868), Folhas Soltas (1876) e Campos de Flores. Esta última obra, publicada em 1893, além de conter outros poemas, engloba também o conteúdo de Flores do Campo e Folhas Soltas, pelo que funciona como uma coletânea da sua obra poética.

Foi, ainda, autor de fábulas e de obras destinadas ao teatro, estas na maior parte dos casos traduções e adaptações de autores estrangeiros. Grande parte da sua produção em prosa foi reunida na coletânea Prosas.

Mas a sua obra mais importante viria a ser a Cartilha Maternal, um método destinado a ajudar a aprendizagem da leitura a criança, que ainda hoje mantém seguidores.

Para além das obras mencionadas, deixou um Dicionário Prosódico de Portugal e Brasil (1870), e as obras poéticas Ramo de Flores(eBook) (1869) e Despedidas de Verão (1880).

Algumas composições em prosa que se encontravam dispersas e parte importante da sua correspondência foram editadas postumamente por Teófilo Braga (Lisboa, 1898).

João de Deus colaborou também em algumas publicações periódicas, de que são exemplo O Panorama (1837-1868), A Esperança (1865-1866), Renascença  (1878-1879?), A Mulher (1879), Ribaltas e Gambiarras (1881), Ilustração Popular  (1884), A imprensa (1885-1891), A comedia portugueza (1888-1902) e A semana de Lisboa (1893-1895) e a título póstumo no semanário Azulejos  (1907-1909).O folheto avulso Cryptinas, normalmente atribuído a João de Deus, foi publicado em fac-símile pelas Edições Ecopy em 2008.

 

 

FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/João_de_Deus_de_Nogueira_Ramos

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