domingo, 7 de maio de 2023

O INSTITUTO ARQUEOLÓGICO, HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE PERNAMBUCO COMPLETOU 161 ANOS DE EXISTÊNCIA.



LOCALIZADO NA RUA DO HOSPÍCIO, INSTITUTO É O SEGUNDO MAIS ANTIGO DO BRASIL E GUARDA UM ACERVO CONSIDERADO "MEMÓRIA DO MUNDO" PELA UNESCO. 

O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) é uma entidade de fomento da pesquisa e preservação histórico-geográfica, cultural e de ciências sociais do estado brasileiro de Pernambuco, localizada na cidade do Recife. Inaugurado no dia 28 de janeiro de 1862, é o mais antigo instituto histórico regional do Brasil, e a segunda instituição dedicada à história no país, após o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 

A entidade guarda recordações do passado de Pernambuco, como das primeiras guerras ocorridas no estado, a exemplo da Batalha dos Guararapes.

O instituto preserva, também, o exemplar do Preciso, único documento impresso pelos revoltosos da Revolução Pernambucana, no qual se detalham as ações a serem realizadas pelo governo recém-constituído, além da prensa usada para imprimi-lo.

HISTÓRIA

O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano teve suas origens, segundo pesquisadores, a partir de críticas feitas pelo Imperador Pedro II, quando da sua visita ao Recife, em 1859, sobre o descaso e a indiferença dos intelectuais pernambucanos quanto ao passado histórico do estado.

A instituição foi fundada por um grupo de intelectuais progressistas da Faculdade de Direito do Recife no ano de 1862 constituindo-se no primeiro instituto regional do Brasil. O primeiro presidente eleito foi o Monsenhor Francisco Muniz Tavares. 

Inicialmente funcionou nas dependências do Convento do Carmo, posteriormente na Biblioteca Pública Provincial do mosteiro de São Francisco e depois em um prédio na praça da Concórdia, que hoje é chamada de praça Joaquim Nabuco. De 1912 a 1919, se instalou no Ginásio Pernambucano no ano de 1920 se mudou definitivamente para o prédio de número 130, na Rua do Hospício. A atual sede do IAHGP foi doada pelo governador Manoel Borba e passou por uma grande reforma para estar apta a receber a instituição. Trata-se de um casarão com dois andares, porta larga na entrada, três janelas e varanda. 

O IAHGP conserva em seu acervo, documentos e objetos relativos à memória de Pernambuco, com destaque para a biblioteca, composta por cerca de 16 mil volumes, entre livros, mapas e outras raridades, como um exemplar do Atlas Vingboons, uma coluna em pedra com o brasão que serviu como marco divisório entre as capitânias de Pernambuco e Itamaracá, os bustos de Frei Caneca, retratos a óleo e quadros de personalidades como Maurício de Nassau, e objetos como a xícara que o político João Pessoa segurava no momento em que foi assassinado, no Recife.[5] A sessão magna do IAHGP ocorre anualmente no dia 28 de janeiro e celebra a Restauração Pernambucana. Todo esse acervo é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. 

Ao longo de sua existência o IAHGP deixou seu registro no espaço público do Recife, seja através de placas de bronze indicando a importância de monumentos e localidades, seja por meio dos seus sócios que possuíam uma atuação intensa na imprensa pernambucana, como o jornalista e historiador Mário Melo, entre outros. Em 2015, o Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano iniciou um projeto que consiste na instalação de painéis nos bairros das Graças, Espinheiro, Boa Vista e Santo Antônio. Os painéis, feitos de azulejos, demarcam oito históricas ruas da cidade de Pernambuco. Além de informar o nome das ruas, as placas também contam com informações básicas, como um breve resumo sobre o significado e a origem dos nomes. Os painéis tem apoio cultural, e é financiado por empresas ou pessoas físicas. 

REVISTA DO INSTITUTO 

Desde 1863, o Instituto produz e edita uma revista autoral, que leva o nome de Revista do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco. A periodicidade da publicação foi irregular até o ano de 1920. Apenas durante alguns anos, entre 1920 e 1936, manteve-se uma periodicidade de duas edições por ano, uma em janeiro e outra em dezembro.

COMEMORAÇÃO AOS 150 ANOS

O Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco completou, em 2012, 150 anos. Para prestar uma homenagem a esse aniversário, a Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ), juntamente e por intermédio da sua biblioteca, a Biblioteca Central Blanche Knopf, disponibilizaram um inventário bibliotecário sobre a história do Instituto entre os anos de 1862, quando foi inaugurado, até 2012. O objetivo de tal feito era, além de comemorar o aniversário de 150 anos e homenagear o Instituto, contribuir para o registro de sua memória institucional e divulgar melhor seu acervo, democratizando e facilitando o acesso aos pesquisadores mais interessados. 

O inventário disponibilizado foi organizado cronologicamente e inclui livros, folhetos, matérias e artigos publicados em diversos periódicos, mas principalmente aqueles publicados pela revista do próprio IAHGP. Todos os documentos foram mantidos em sua ortografia original. 

COMEMORAÇÃO AO BICENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817 

No ano de 2017, em parceria com a Academia Pernambucana de Letras (APL), o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco promoveu sessão solene em homenagem ao Bicentenário da Revolução pernambucana de 1817. De entrada gratuita, as palestras foram ministradas pelo acadêmico Vamirech Chacon. 

Ainda em 2017, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, em parceria com o Museu da Cidade do Recife, localizado no Forte das Cinco Pontas, ponto turístico de Pernambuco, realizou exposição em homenagem a Revolução Pernambucana de 1817 e que tem duração de 12 de março até o final do ano. A exposição é dividida em cinco "eixos", e tem como objetivo caracterizar a Pernambuco de 1817, transmitindo as ideias que influenciaram a revolução. 

OBRAS E PEÇAS


O museu obtém algumas obras e peças significativas para a história de Pernambuco, dentre elas estão:

Uma lápide com o brasão e a coroa portuguesa, que serviu de divisão entre as capitanias de Pernambuco e Itamaracá;

O busto de Frei Caneca;

O brasão de munições de Duarte Coelho;

O primeiro prelo no Jornal de Pernambuco;

O busto de Oliveira Lima;

Um canhão holandês feito em bronze;

O retrato de Maurício de Nassau;

O busto de Alfredo de Carvalho;

Painéis sobre a Primeira e a Segunda Batalha dos Guararapes;

O retrato de Dom Pedro II;

Uma coleção numismática;

O busto de Mário Melo;

O retrato do Bispo Azeredo Coutinho;

Estampas do Recife Antigo;

Mobiliário Pernambucano de XIX;

O retrato de João Alfredo;

Manuscritos Raros de Pernambuco;

Pilares do Arco de Santo Antônio, que foi demolido;

O retrato do Conde da Boa Vista.

 







REFERÊNCIAS

 «Diário de Pernambuco (PE) - 1920 a 1929 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 6 de novembro de 2018.










 

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