segunda-feira, 6 de novembro de 2023

EFEMÉRIDES: HÁ 110 ANOS, EM 07 DE NOVEMBRO DE 1913 NASCEU ALBERT CAMUS ESCRITOR, FILÓSOFO, ROMANCISTA, DRAMATURGO, JORNALISTA E ENSAÍSTA FRANCO-ARGELINO. RECEBEU O PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA EM 1957.

 


Albert Camus foi galardoado ainda novo com o Nobel da Literatura. Tinha apenas 44 anos quando foi distinguido. Com o futuro pela frente, menos de dois anos volvidos, o escritor francês morreu num acidente de viação, em França. Apesar de desaparecido precocemente, é hoje um dos maiores nomes da literatura francesa e mundial, pelo seu pensamento visionário e um caminho excepcional. Com oito milhões de cópias vendidas, "O Estrangeiro", primeiro livro publicado em 1942 e traduzido em 40 línguas, é o seu best-seller absoluto.

Teve um trabalho profícuo incluindo peças de teatro, novelas, notícias, filmes, poemas e ensaios, onde ele desenvolveu um humanismo baseado na consciência do absurdo da condição humana e na revolta como uma resposta a esse absurdo.

A sua dissertação de mestrado foi sobre neoplatonismo e a sua tese de doutoramento, assim como a de Hannah Arendt, foi sobre Santo Agostinho.

Em 1938, Camus ajudou a fundar o jornal Alger Républicain e durante a Segunda Guerra Mundial, até 1947, colaborou no jornal Combat, além de ter colaborado no jornal Paris-Soir.

Albert Camus nasceu em Mondovi, 07 de novembro de 1913 (Mondovì é uma comuna italiana da região do Piemonte, província de Cuneo) e faleceu em Villeblevin, 4 de janeiro de 1960 (Villeblevin é uma comuna francesa na região administrativa de Borgonha-Franco-Condado, no departamento de Yonne).

A curta carreira de Camus como jornalista do Combat foi ousada. Atuando como periodista, ele tomou posições incisivas em relação à Guerra de Independência Argelina e ao Partido Comunista Francês. Ao longo de sua carreira, Camus envolveu-se em diversas causas sociais, protestando veementemente contra as desigualdades que atingiam os muçulmanos no Norte de África, defendendo os exilados espanhóis antifascistas e as vítimas do stalinismo. Ele ainda foi um entusiasmado defensor da objeção de consciência.

À margem de outras correntes filosóficas, Camus foi, sobretudo uma testemunha de seu tempo. Intransigente, recusou qualquer filiação ideológica. Lutou energicamente contra todas as ideologias e abstrações que deturpavam a natureza humana. Dessa maneira, ele foi levado a opor-se ao existencialismo e ao marxismo, discordando de Jean-Paul Sartre e de seus antigos amigos. Camus incorporou uma das mais elevadas consciências morais do século XX. O humanismo de seus escritos foi fundamentado na experiência de alguns dos piores momentos da história. A sua crítica ao totalitarismo soviético rendeu-lhe diversas retaliações e culminou na desavença intelectual com seu antigo colega Sartre.

Albert Camus nasceu na costa da Argélia, numa localidade chamada Mondovi (hoje denominada Dréan), durante a ocupação francesa, numa família pied-noir. O seu pai, Lucien Auguste Camus (1885-1914), era francês nascido na Argélia e a sua mãe, Catherine Hélène Sintès (1882-1960), também nascida na Argélia, era de origem minorquina (Sant Lluís). Camus conheceu cedo o gosto amargo da morte: o seu pai morreu em 1914, na batalha do Marne, durante a Primeira Guerra Mundial. A sua mãe então foi obrigada a mudar-se para Argel, para a casa de sua avó materna, no famoso bairro operário de Belcourt onde, anos mais tarde, durante a guerra de descolonização da Argélia, houve um massacre de muçulmanos.

O período de sua infância, apesar de extremamente pobre, é marcado por uma felicidade ligada à natureza, que ele volta a narrar em O Avesso e o Direito, mas também em toda a sua obra. Na casa, moravam, além do próprio Camus, o seu irmão que era um pouco mais velho, a sua mãe, a sua avó e um tio um pouco surdo, que era tanoeiro, profissão que Camus teria seguido se não fosse pelo apoio de um professor da escola primária Louis Germain, que viu naquele pequeno pied-noir um futuro promissor. Ao princípio, a sua família não via com bons olhos o fato de Albert Camus seguir para a escola secundária, sendo pobre. O próprio Camus diz que tomar essa decisão foi difícil para ele, pois sabia que a família precisava da renda do seu trabalho. Portanto, ele deveria ter uma profissão que logo trouxesse frutos - como a profissão do seu tio. No fundo, Camus também gostava do ambiente da oficina, onde o tio trabalhava. Há um conto escrito por ele que tem como cenário a oficina e no qual a camaradagem entre os trabalhadores é exaltada.

A sua mãe trabalhava lavando roupa para fora, a fim de ajudar no sustento da casa. Durante o segundo grau, ele quase abandonou os estudos devido aos problemas financeiros da família. Neste ponto, outro professor foi fundamental para que o ganhador do Prêmio Nobel de 1957 seguisse estudando e se graduasse em filosofia: Jean Grenier. Tanto Grenier quanto o velho mestre Guerin serão lembrados, posteriormente, pelo escritor. O Homem Revoltado (1951) é dedicado a Grenier, e Discursos da Suécia (que inclui o discurso pronunciado por Camus, ao receber o Nobel), a Germain.

Camus deixou uma inegável contribuição para a literatura e o pensamento contemporâneo. Sua obra reflete profundamente sobre a condição humana, a liberdade e a responsabilidade individual, notável em romances como "O Estrangeiro" e "A Peste". Além disso, sua influência se estendeu à filosofia, política e arte, tornando-o uma figura fundamental cujo legado perdura.

 

A banda de heavy metal americana Avenged Sevenfold afirmou que seu álbum "Life Is But A Dream..." foi inspirado na obra de Camus.

Albert Camus também serviu de inspiração para o Cavaleiro de Ouro Aquarius Camus no anime e mangá clássico Cavaleiros do Zodíaco.

HOMENAGENS

Em Tipasa (Argélia), foi erigida em 1961 uma estela em homenagem a Albert Camus, dentro das ruínas romanas, de frente para o mar e para o monte Chenoua, com esta frase em francês extraída de sua obra Noces à Tipasa : “Entendo aqui o que se chama glória: o direito de amar desmedidamente" (« Je comprends ici ce qu'on appelle gloire : le droit d'aimer sans mesure. »).

O Correio francês publicou um selo com sua efígie em 26 de junho de 1967.


Obras

 

Révolte dans les Asturies (Revolta nas Astúrias), 1936, Ensaio de criação coletiva

•L'Envers et l'Endroit (O Avesso e o Direito), 1937, Ensaio

•Noces (Núpcias), 1939 antologia de ensaios e impressões

•Réflexions sur la Guillotine (Reflexões sobre a Guilhotina), 1947

•L'Étranger (O estrangeiro), 1942, romance

•Le Mythe de Sisyphe (O mito de Sísifo), 1942, ensaio sobre o absurdo

•Les justes (Os justos), Peça em 5 atos, Editor Gallimard, Folio teatro, 2008, ISBN 2-07-033731-6

•Le Malentendu (O malentendido), 1944, Peça em três atos.

•Lettres à un ami allemand (Cartas a um amigo alemão), publicadas com o pseudônimo de Louis Neuville, Editor Gallimard, collection folio ISBN 2-07-038326-1

•Caligula (Calígula) (primeira versão em 1941), Peça em 4 atos.

•La peste (A peste), Editor Gallimard, Coleção Folio, 1972, ISBN 2-07-036042-3

•L'État de siège (Estado de sítio), (1948), Espetáculo em três partes.

•L'Artiste en prison (O Artista na prisão), 1952 prefácio sobre Oscar Wilde.

•"Actuelles (Atuais) I, Crônicas, 1944-1948", 1950

•"Actuelles (Atuais) II, Crônicas, 1948-1953

•L’homme révolté (O homem revoltado)

•L'Été (O Verão), 1954, Ensaio.

•Requiem pour une nonne (Réquiem para uma freira)

•La chute (A queda), Editor Gallimard, Coleção Folio, 1972, ISBN 2-07-036010-5

•L'Exil et le Royaume (O exílio e o reino), Gallimard, 1957 contos (La Femme adultère (A mulher adúltera), Le Renégat (O Renegado), Les Muets (Os Mudos), L'Hôte (O Hóspede), Jonas.

•La Pierre qui pousse (A Pedra que brota).

•Os discursos da Suécia (publicado juntamente com O avesso e o direito)

•Carnets I (Cadernetas I), maio 1935-fevereiro 1942, 1962

•Carnets II (Cadernetas II), janeiro 1942-março 1951, 1964

•Carnets III (Cadernetas III), março 1951-dezembro 1959

•La Postérité du soleil, photographies de Henriette Grindat. Itinéraire par René Char (A posteridade do Sol, fotografias de Henriette Grindat. Itinerário por René Char, edições E. Engelberts, 1965, ASIN B0014Y17RG - nova edição Gallimard, 2009

•Les possédés (Os possessos), 1959, adaptação ao teatro do romance de Fiódor Dostoiévski

•Résistance, Rebellion, and Death (Resistência, Rebelião e Morte)

•Le Premier Homme (O primeiro homem), Gallimard, 1994, publicado por sua filha, romance inacabado

•La mort heureuse (A morte feliz)

•Albert Camus, Maria Casarès. Correspondance inédite (1944-1959). Avant-propos de Catherine Camus, Gallimard, Collection Blanche, 2017, ISBN 9782072746161

 

ALGUNS LIVROS























FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Camus

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