CIDADE - POEMA DE SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas,
Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,
Saber que existe o mar e as praias nuas,
Montanhas sem nome e planícies mais vasta
Que o mais vasto desejo,
E eu estou em ti fechada e apenas vejo
Os muros e as paredes, e não vejo
Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas.
Saber que tomas em ti a minha vida
E que arrastas pela sombra das paredes
A minha alma que fora prometida
Às ondas brancas e às florestas verdes.
– Sophia de Mello Breyner Andresen,
do livro “Coral e outros poemas” [seleção e apresentação de Eucanaã
Ferraz]. São Paulo: Companhia das
Letras, 2018.
************
BIOGRAFIA (RESUMO) DE SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Por Francisco Vignoli – no grupo de WhatsApp do Elos Clube Niterói
SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN (1919-2004) foi uma das mais importantes poetisas portuguesas contemporâneas. Foi a primeira mulher a receber o Prêmio Camões, o maior prêmio literário da língua portuguesa.
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) nasceu na cidade do Porto,
Portugal, no dia 6 de novembro de 1919. De família aristocrática era filha de
João Herique Andresen e Maria Amélia de Mello Breyner e neta do proprietário da
Quinta do Campo Alegre, hoje Jardim Botânico do Porto. Sua mãe era neta do
Conde Henrique de Burnay e filha do Conde de Mafra.
Estudou Filosofia Clássica na Universidade de Lisboa, entre 1936 e
1939, sem concluir o curso.
Participou de movimentos universitários...
...Sophia de Mello Breyner recebeu diversos prêmios e honrarias, entre eles, o título Honoris Causa, em 1998, pela Universidade de Aveiro, o Prêmio Camões (1999), o Prêmio de Poesia Max Jacob (2001) e o Prêmio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana em 2003.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu em Lisboa, no dia 2 de julho de 2004. Desde 2005 seus poemas foram colocados em exposição permanente no Oceanário de Lisboa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário