terça-feira, 26 de dezembro de 2023

AMOR – POESIA DE ÁLVARES DE AZEVEDO. HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL.



AMOR

 

Amemos! Quero de amor

Viver no teu coração!

Sofrer e amar essa dor

Que desmaia de paixão!

 

Na tu’alma, em teus encantos

E na tua palidez

E nos teus ardentes prantos

Suspirar de languidez!

 

Quero em teus lábios beber

Os teus amores do céu,

Quero em teu seio morrer

No enlevo do seio teu!

 

Quero viver d’esperança,

Quero tremer e sentir!

Na tua cheirosa trança

Quero sonhar e dormir!

 

Vem, anjo, minha donzela,

Minh’alma, meu coração!

Que noite, que noite bela!

Como é doce a viração!

 

E entre os suspiros do vento

Da noite ao mole frescor,

Quero viver um momento,

Morrer contigo de amor!

 

 

Álvares de Azevedo foi um proeminente representante da segunda geração do romantismo, também conhecida como ultrarromantismo ou "mal do século". Em sua breve vida, de apenas 20 anos, deixou um legado que alcançou grande relevância no cenário literário nacional. Com um vocabulário sombrio e melancólico, Azevedo retratou a complexidade dos relacionamentos humanos e um universo em que dor e paixão estão entrelaçadas.

O escritor Álvares de Azevedo é o nosso Patrono na Cadeira 17 no Cenáculo Fluminense de História e Letras – Presidente Dra. Matilde Slaibi Conti. Fomos empossados, em 16 de agosto de 2013.

 

Minuta Alberto Araújo – Focus Portal Cultural

 

 

UM POUCO SOBRE  ÁLVARES DE AZEVEDO

 

Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo SP, 12 de setembro de 1831 e faleceu no Rio de Janeiro RJ, 25 de abril de 1852. Poeta, contista e dramaturgo. Filho de Inácio Manuel Álvares de Azevedo e Maria Luísa Mota Azevedo. Com 2 anos, encontra-se instalado com a família no Rio de Janeiro, onde passa a infância. Inicia os estudos num colégio de Niterói, Rio de Janeiro, onde é tido como incapaz para a aprendizagem. Transfere-se então, em 1840, para o colégio do professor Stoll, no Rio de Janeiro, destacando-se em todas as matérias, menos ginástica. Em 1847, aluno do poeta Gonçalves de Magalhães (1811 - 1882), torna-se bacharel em letras no Colégio Pedro II. No ano seguinte, muda-se para São Paulo e matricula-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e forma, com o poeta Aureliano Lessa (1828 - 1861) e o romancista Bernardo Guimarães (1825 - 1884), a Sociedade Epicuréia, que escandaliza a cidade com suas histórias, verídica ou não, de orgias e cultos a satã. É dessa época toda a sua produção, englobando os poemas, os contos de A Noite na Taverna, o drama Macário, suas traduções e ensaios literários. Por conta de seus outros interesses, abandona o curso de Direito. Em 1852, tuberculoso, ao passear a cavalo durante as férias pelas ruas do Rio de Janeiro, sofre uma queda, que resulta em tumor na fossa ilíaca. Sofrendo dores terríveis, é operado, sem anestesia, segundo familiares, e não resiste à cirurgia. Embora toda a sua obra tenha sido publicada postumamente (incluindo a Lira dos Vinte Anos, única preparada em vida), Álvares de Azevedo é um dos nomes mais representativos da chamada segunda geração do romantismo brasileiro. Seus poemas, influenciados pelos poetas Lord Byron (1788 - 1824) e Alfred Musset (1810 - 1857), tematizam a morte e o amor, frequentemente idealizados. É Patrono da Cadeira número 2 da Academia Brasileira de Letras – ABL e Patrono da Cadeira nº 17 do Cenáculo Fluminense de História e Letras.

 

OBRAS DE ÁLVARES DE AZEVEDO - PRIMEIRAS EDIÇÕES

 

POESIA

 

Lira dos Vinte Anos [única obra preparada para publicação pelo autor] e poesias diversas. [antologia poética], 1853.

O Conde Lopo: poema.

(inédito)1886.

O poema do frade: com uma noticia biographica do autor. 1890.

 

CONTOS

 

Noite na Taverna: contos phantasticos.1878.

 

PEÇA DE TEATRO

 

Macário. 1855.

 

OBRAS COMPLETAS

 

Obras. Vol. I. 1853

Obras. Vol. II. [inclui os contos de A Noite na Taverna], 1855.

Obras. Vol. I. (2ª edição). [Acrescentada com as obras inéditas, e um apêndice contendo discursos, poesias e artigos feitos à ocasião da morte do autor], 1862.

Obras. Vol. II. (2ª edição). [Acrescentada com as obras inéditas, e um apêndice contendo discursos, poesias e artigos feitos à ocasião da morte do autor], 1862.

Obras. [inclui O Conde Lopo], 1866.

Obras Completas. [inclui poemas inéditos e o drama Macário], 1941.

Melhores Poemas. (org.). CÂNDIDO, Antônio. 1985.

 

DISCURSO

 

Discurso. 1849.

 

CARTA

Cartas de Álvares de Azevedo. 1976.

 

TRADUÇÕES DE ÁLVARES DE AZEVEDO PARA PORTUGUÊS

Parisina. [Poema], de Lorde Byron

Otelo. [quinto ato], de William Shakespeare.



 

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