quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

CENTENÁRIO DO PETIT TRIANON DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

 

15 DE DEZEMBRO DE 1923, o governo francês presenteou a Academia Brasileira de Letras com o edifício originalmente destinado ao pavilhão da França na Exposição Internacional em comemoração ao Centenário da Independência do Brasil. 

O PETIT TRIANON, uma réplica do palácio homônimo em Versalhes, na França, tornou-se a primeira sede própria da Academia. Desde então, tem servido como local para reuniões regulares dos Acadêmicos, bem como para sessões solenes e cerimônias de posse de novos membros da ABL. Seu interior abriga não só a riqueza literária do país, mas também parte da sua história.

Ao longo dos anos, o prédio foi palco de inúmeros eventos significativos, consolidando-se como um espaço histórico que testemunha o comprometimento da Academia Brasileira de Letras com a promoção da literatura e da cultura.

No jardim, junto à entrada do Petit Trianon, encontra-se um dos mais conhecidos símbolos da Casa, a escultura em bronze de Machado de Assis, de autoria de Humberto Cozzo. 

O Saguão, com piso em mármore, lustre de cristal francês e peças de porcelana de Sèvres, conduz ao Salão Nobre, ao Salão Francês e à Sala Francisco Alves. O andar térreo compreende, também, a Sala dos Poetas Românticos, a Sala Machado de Assis e a Sala dos Fundadores. 

No Salão Francês, o Acadêmico eleito cumpre a tradição de permanecer sozinho, em momentos de reflexão, antes da cerimônia de posse. A seguir, Acadêmicos especialmente designados buscam o novo confrade e o introduzem no Salão Nobre, onde será empossado na Cadeira para a qual foi eleito.

Nas solenidades, à semelhança da Academia Francesa, os imortais brasileiros envergam o fardão, vestimenta verde escuro com folhas bordadas a ouro, que tem como complemento um  chapéu de veludo negro com plumas brancas e uma espada. As Acadêmicas, que passaram a integrar a Casa de Machado de Assis em 1977, usam um longo e reto vestido de crepe, na mesma tonalidade do fardão, também com folhas bordadas a ouro. 

Além das posses, realizam-se no Salão Nobre as Sessões Solenes e Sessões Ordinárias comemorativas. 

No lado oposto ao do Saguão, a Sala dos Poetas Românticos abre-se para um belo pátio e reverencia Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Castro Alves, Fagundes Varela e Gonçalves Dias, imortalizados em bustos de bronze. 

Na Sala Machado de Assis, organizada pelo Acadêmico Josué Montello, destacam-se objetos pessoais do escritor, como: livros de sua biblioteca, a escrivaninha onde trabalhava e um  belo retrato a óleo de autoria de Henrique Bernardelli.

A Sala dos Fundadores e a Sala Francisco Alves, onde são realizados os lançamentos de livros dos Acadêmicos, abrigam importantes obras de arte e peças decorativas do acervo da Academia. 

No segundo andar do Petit Trianon, estão a valiosa Biblioteca Acadêmica Lúcio de Mendonça, a Sala de Sessões e o Salão de Chá, onde se reúnem os Acadêmicos, às quintas-feiras. 

Uma grande reprodução dos Estatutos da Academia, de 1897, assinados por Machado de Assis, Joaquim Nabuco e membros da primeira Diretoria, está afixada na Sala de Sessões, que também possui dois painéis com retratos dos fundadores e dos patronos das 40 Cadeiras da ABL.

A primeira sessão da ABL no Petit Trianon foi realizada em 15 de dezembro de 1923, sob a presidência de Afrânio Peixoto. Desde sua criação, em 1897, era a primeira vez que a Academia tinha uma sede própria e adequada para receber os imortais e seu acervo. O prédio diferentemente da maioria dos 13 edifícios provisórios erguidos por países participantes da exposição em homenagem ao centenário da Independência do Brasil foi solidamente construído, já que a ideia do governo francês era deixá-lo como presente ao governo brasileiro.











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