É
uma pintura a óleo sobre tela de José Aparício Inglada (1796). A Paz na pintura
é representada por uma mulher em vestes brancas e trazendo um ramo de oliveira.
Está exposta na Real Academia de Bellas Artes de San Fernando em Madrid,
Espanha.
UM
POUCO SOBRE O PINTOR
José
Aparício Inglada foi um conhecido pintor espanhol. Foi pintor de câmara do rei
Fernando VII de Espanha desde 1815. Estudou em Paris e em Roma, onde entrou em
contato com a arte do neoclássico, que vigorava na arte francesa. Primeiro
aluno espanhol de Jacques Louis David recebeu em Paris, em 1805, uma medalha de
ouro pelo seu quadro A Epidemia de Espanha.
Seu
nome completo era José Aparício y Inglada, filho de Vicente Aparício e de
Manuela Inglada, sendo o sétimo de oito irmãos. Era, portanto, o segundo mais
novo.
A
sua formação artística foi iniciada quando ingressou na Real Academia de São
Carlos de Valença, tendo ganhado o primeiro prêmio de pintura, em 1793.
Em
1799, Inglada obteve de Carlos IV de Espanha uma bolsa de doze mil reais, com a
qual foi estudar em Paris e, posteriormente, em Roma.
Durante
a sua estadia na cidade de Paris, foi o primeiro aluno espanhol de Jacques
Louis David, um dos pintores mais importantes da Revolução Francesa e do
Império Napoleônico, de quem recebeu uma extrema influência neoclássica. David
ensinava aos seus alunos o desenho de esculturas e modelo desnudo e só ele
decidia quando os seus poderiam começar a pintar. Deste modo Inglada aprendeu a
importância do estudo anatômico e a supremacia do desenho sobre a pintura, de
acordo com os ideais neoclássicos que imperavam nas academias de arte. Recebeu,
também, nesta cidade, uma medalha de ouro pelo seu quadro A Epidemia de
Espanha, no ano de 1805. Porém, da sua estadia em Paris, pouco mais se conhece.
Antes
de viajar para Roma, em 1907, Inglada expôs, por duas vezes, algumas das suas
obras nos salões da capital francesa. Entre as obras expostas encontrava-se a
obra pela qual ganhou a medalha de ouro em Paris.
Em
Roma, seguiu o processo de aprendizagem neoclássica e mostrou-se, mais uma vez,
fiel ao rei espanhol, ao negar-se a jurar fidelidade ao monarca francês. Devido
a este fato, José Aparício Inglada foi preso, tal como os restantes artistas
espanhóis bolsistas residentes em Roma, no castelo de Saint Angel, sendo
considerado prisioneiro civil na época fernandina.
Após
ser libertado, é chamado pelo governo espanhol, tendo desembarcado em Barcelona
a 21 de Maio de 1815. Parte para Madrid, onde finalmente inicia a sua carreira,
sendo nomeado em agosto do mesmo ano para pintor de câmara do rei espanhol,
recebendo um salário anual de 6.000 reais. Um ano mais tarde começa então a
pintar As Glórias de Espanha, que o ocuparia durante cerca de dois anos. E com
esta obra, dá-se início a uma grande série de quadros de grande tamanho que
abordavam, essencialmente, temas relacionados com o patriotismo.
Em
1818 pintou A Fome de Madrid e, na mesma época, A Batalha de San Marcial.
Porém, foi em 1823 que pintou a sua obra mais conhecida e importante: O
desembarque de Fernando VII no Porto de Santa Maria. Atualmente, este porto já
não existe, pois foi destruído. Por esta obra foi nomeado acadêmico de mérito
da Academia de San Carlos de Valença, em 1829 e, mais tarde, diretor da Real
Academia de Belas-Artes de São Fernando.
Mesmo
sendo os quadros de temas históricos os mais abordados na sua obra, Inglada
também foi um destacado retratista da elite política e de grandes aristocratas
e reis como o Marquês das Amarillas, o general Castaños, a baronesa de Mayneaud
de Pancemont, entre outros, e, como é hábito dos pintores espanhóis,
destacou-se também na temática religiosa.
Contudo,
com a morte de Fernando VII, iniciou-se o declino de Inglada, que não era nada
bem visto pelos liberalistas de Espanha. Morreu na pobreza em 1838 em Madrid.
Nenhum comentário:
Postar um comentário