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O ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA
COM MÁRCIA PESSANHA, ANL, 24 04 19
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FOCUS PORTAL CULTURAL
ACADEMIA NITEROIENSE DE LETRAS APRESENTA NO PROJETO "CICLO
DE COLÓQUIOS" DA ANL O ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA de CECÍLIA MEIRELES
Celebrando a memória da constituição do povo brasileiro e
a proximidade do 21 de abril, foi resumidamente, apresentado, um dos textos
clássicos de nossa literatura: O Romanceiro da Inconfidência, de Cecília
Meireles. A exposição feita pela acadêmica Márcia Maria de Jesus Pessanha.
O ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA é uma
coletânea de poemas da escritora brasileira Cecília Meireles, publicada em
1953, que conta a História de Minas dos inícios da colonização no século XVII
até a Inconfidência Mineira, revolta ocorrida em fins do século XVIII na então
Capitania de Minas Gerais.
Publicada em 1953, e escrito na década
de 1940 quando a autora, então jornalista, chegou a Ouro Preto, com a
finalidade de documentar os eventos de uma Semana Santa. Assim, envolvida pela
“voz irreprimível dos fantasmas”, conforme dissera, passou a reescrever, de
forma poética, os episódios marcantes da Inconfidência Mineira, destacando,
evidentemente, o martírio de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes,
personagem principal da obra.
O Romanceiro é formado por um conjunto
de romances, poemas curtos de caráter narrativo e ou lírico, destinados ao
canto e transmitidos oralmente, por trovadores, e que permaneceram na memória
coletiva popular. Expressão poética específica do passado ibérico: saída
técnica para dar maior autenticidade e força evocativa ao episódio histórico.
Seus autores, em regra geral, ficaram
anônimos. Os romanceiros eram conhecidos na Espanha e em Portugal desde o
século XV e tinham várias funções: informação, diversão, estímulo agrícola,
doutrinamento político e religioso.
Construindo com o Romanceiro da
inconfidência um mosaico em que cristalizariam vibrações captadas na terceira
margem da memória coletiva, Cecília consolidava uma teia de mitos suscetíveis
de fortalecer o sentimento da identidade brasileira.
Em 85 "romances", mais
quatro "cenários" e outros de prólogo e êxodo, Cecília evoca primeiro
a escravidão dos africanos na região central do planalto em episódios da
exploração do ouro e dos diamantes no século 18; logo o centro da coletânea é
dedicado ao destino dos heróis da chamada "Inconfidência Mineira" –
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, Tomás Antônio Gonzaga, sua noiva e
amada Marília de Dirceu bem como de outras figuras históricas implicadas no
acontecimento, como D. Maria I a louca, na altura Rainha de Portugal.
Mais lírica do que narrativa, a obra
assume o lado dos derrotados transformados depois em heróis da Independência do
Brasil denunciando o sistema colonial que favorece a exploração dos desvalidos:
"A terra tão rica
e – ó almas inertes! –
o povo tão pobre...
Ninguém que proteste!"
(...) (in: Do animoso Alferes, Romance
XXVII)
"Estes branquinhos do Reino
nos querem tomar a terra:
porém, mais tarde ou mais cedo,
os deitamos fora dela."
(in: 'Do sapateiro Romance XLII)
A nova interpretação da história
serve, no entanto de ponto de partida para uma reflexão filosófica e metafísica
sobre a condição humana. Surgindo Tiradentes como um avatar de Cristo e
sofrendo o sacrifício do bode expiatório, ele se torna num redentor do Brasil,
que abriria a nova era da liberdade.
Marcia Pessanha
(palestrante)
Plateia presente
Presidente Juber Baesso,
palestrante Marcia Pessanha
e Alberto Araújo editor desta revista.
Alberto Araújo exibe o livro
Romanceiro da Inconfidência de Cecília Meireles.
Neide Barros Rêgo
e Wanderlino Teixeira L. Netto
assistem atento à palestra.
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