José
Francisco Borges, conhecido artisticamente como J. Borges é um artista,
cordelista popular, xilogravador e poeta. Este ano de 2022, o artista celebra
os seus 87 anos de idade.
É
um dos mais famosos xilógrafos de Pernambuco, nasceu em 1935 na cidade de
Bezerros no interior de Pernambuco, onde vive até hoje, começou o trabalho com
xilogravura para ilustrar suas histórias em cordéis hoje elas são vendidas a
colecionadores, artistas e intelectuais, também já publicou vários álbuns. O
escritor Ariano Suassuna o considerava o melhor gravador popular do Nordeste.
Filho
de agricultores. Frequenta a escola aos 12 anos, apenas por dez meses. Realiza
diversas atividades: marceneiro, mascate, pintor de parede, oleiro etc.
Em
1956, compra um lote de folhetos de cordel e começa a atuar como vendedor em
feiras populares. Em 1964, escreve seu primeiro folheto, O Encontro de Dois
Vaqueiros no Sertão de Petrolina, que é ilustrado pelo artista Dila (1937), de
Caruaru, e publicado pelo folheteiro Antonio Ferreira da Silva, que acompanhava
J. Borges nas feiras do interior.
O
folheto é um sucesso e vende cinco mil exemplares em apenas dois meses. Na
segunda publicação, O Verdadeiro Aviso de Frei Damião sobre os Castigos que
Vêm, J. Borges não encontra um clichê1 para a ilustração da capa do folheto e,
por economia, produz sua primeira xilogravura, inspirada na fachada da igreja
de Bezerros. Com esse trabalho, tem início sua carreira como xilogravador. Em
pouco tempo, ele adquire máquinas tipográficas e passa a editar folhetos.
A
partir de 1970, começa a receber diversas encomendas de gravuras, o que
fortalece sua obra e estimula a autonomia de suas gravuras em relação ao
cordel. J. Borges continua escrevendo e produzindo cordéis por vinte anos e
cria a gráfica Casa de Cultura Serra Negra, em Bezerros, na qual ensina o
ofício a seus filhos. A xilogravura lhe dá projeção nacional e internacional:
ele ilustra livros, como o Palavras Andantes, do escritor uruguaio Eduardo
Galeano (1940-2015), lançado pela LP&M, em 1993; participa de diversas
exposições; e ministra oficinas e workshops sobre cordel e xilogravura. A
partir da década de 1980, seu trabalho recebe prêmios que atestam a importância
de sua contribuição como artista popular. Entre eles, o prêmio de gravura
Manoel Mendive, na 5ª Bienal Internacional Salvador Valero Trujillo, Venezuela,
em 1995; medalha de honra ao mérito da Fundação Joaquim Nabuco, Recife, em
1990; medalha de honra ao mérito cultural, do Palácio do Planalto, Brasília, em
1999; e o Prêmio Unesco, em 2000. Em 2006, J. Borges passa a receber bolsa
vitalícia concedida com a Lei do Registro do Patrimônio Vivo2 e é criado o
Memorial J. Borges, em Bezerros, que assume as funções de ateliê, oficina e
galeria.
Descoberto
por colecionadores e marchands, viu seu trabalho ser levado aos meios
acadêmicos do país. Na década de 1970, José Borges desenhou a capa de "As
Palavras Andantes”, de Eduardo Galeano e gravuras suas foram usadas na abertura
da Telenovela Roque Santeiro, da Rede Globo. Nessa época, começou a gravar
matrizes dissociadas dos cordéis, de maior tamanho. Isso permitiu expor no
exterior: em 1992, na Galeria Stähli, em Zurique, e no Museu de Arte Popular de
Santa Fé, na cidade de Novo México. Depois, novas exposições, na Europa e nos
Estados Unidos.
Foi
convidado e deu aulas na Europa e nos EUA de Xilogravura e entalhamento em madeira.
J.
Borges foi condecorado com a comenda da Ordem do Mérito pelo presidente
Fernando Henrique Cardoso, recebeu o prêmio UNESCO na categoria Ação
Educativa/Cultural. Em 2002, foi um dos treze artistas escolhidos para ilustrar
o calendário anual das Nações Unidas. Sua xilogravura A Vida na Floresta abre o
ano no calendário. Em 2006, foi tema de reportagem no The New York Times.
Suas
xilogravuras são impressas em grande quantidade, em diversos tamanhos, e
vendidas a intelectuais, artistas e colecionadores de arte. Dono de uma técnica
própria de colorir as imagens, atende pedidos para representar cotidiano do
pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes
e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, sempre
ligados ao povo nordestino.
Em
janeiro de 2022 foi aberta a exposição "J. Borges – O Mestre da
Xilogravura", no Museu de Arte do Rio, com uma coletânea de 40
xilogravuras, sendo 10 obras inéditas, 10 matrizes inéditas e as 20 obras mais
importantes da sua carreira, com temas que retratam a trajetória de vida do
artista.
É
um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco. Em sua cidade natal, foi inaugurado o
Memorial J. Borges, com exposição de parte de sua obra e objetos pessoais.
FONTE
BIOGRÁFICA: https://pt.wikipedia.org/wiki/J._Borges
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