sexta-feira, 3 de junho de 2022

ALUNA MINEIRA DE BAIXA RENDA É APROVADA EM HARVARD, YALE E STANFORD

 


BELO HORIZONTE - Curiosidade e esforço. Assim a estudante Sofia Santos de Oliveira, de 18 anos, explica o fato de ter sido aprovada em Harvard, Yale e Stanford, três das mais tradicionais universidades dos Estados Unidos. Moradora de Belo Horizonte, Sofia foi selecionada neste ano em um processo de uma organização não governamental (ONG).

Numa difícil decisão, a jovem que superou dificuldades financeiras escolheu Harvard, onde vai cursar Química e Ciências Sociais. Lá terá bolsa integral e uma ajuda de custo, durante quatro anos. O investimento, estimado em R$ 2 milhões, será bancado pela universidade.

“Sempre fui curiosa e procurei isso. Não apareceu ao acaso. Eu fui atrás. Não acho que sou mais inteligente do que ninguém. Se tem alguma diferença é que eu me esforço muito. Sempre gostei de estudar”, disse a jovem.

Em sua trajetória como estudante, Sofia passou por altos e baixos. Foram os momentos mais difíceis que a levaram a buscar alternativas nos estudos. “Foi um trauma. Ter que mudar de escola, ter que cancelar meu curso de inglês...”, afirmou ela, ao relembrar um período de dificuldades financeiras enfrentado pela família.

Na época, seu pai perdeu o emprego em uma siderúrgica na capital mineira. Com isso, Sofia teve de deixar a escola Hamleto Magnavacca, do Serviço Social da Indústria (Sesi), onde cursou o ensino fundamental, e precisou largar um curso particular de inglês. “Meu projeto de vida sempre foi estudar. Tive de buscar isso. Pesquisar muito. Descobri essa ONG na internet e a possibilidade de disputar uma bolsa”, disse a estudante.

Foi também nessa época que Sofia passou a estudar idiomas, sozinha. “Pegava os livros na biblioteca da escola e estudava sozinha. Virei autodidata”, disse ela. Hoje, a jovem fala e escreve fluentemente em inglês, e afirmou ter aprendido o alemão básico.

Nos últimos seis anos, a rotina de Sofia foi acordar às 5h, pegar dois ônibus para a escola, almoçar, e voltar a estudar, em grupos ou de forma individual. Às 20h, voltava para casa. “Procurar e descobrir as oportunidades. Correr atrás. Dedicar-se. Ter equilíbrio. Isso tudo é muito importante.”

Além do apreço pelos estudos, Sofia disse que gosta de música pop – ouve as bandas Capital Inicial e OneRepublic. É leitora de Paulo Freire e de Fiodor Dostoievski. Seu livro de cabeceira, contou, é o clássico Pedagogia do Oprimido, do educador brasileiro. “Como qualquer jovem”, a estudante afirmou ainda que frequenta academia de ginástica, sai com os amigos nos fins de semana e usa as redes sociais. “Faço tudo normal. Para estudar é necessário manter o equilíbrio.”

 

 

FONTE

Carlos Eduardo Cherem - https://www.msn.com/pt-br  

 

 

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