Tarsila do Amaral foi uma
artista plástica brasileira do movimento modernista. Juntamente com Anita
Malfatti, ficou conhecida como uma das mais importantes pintoras da primeira
fase do modernismo. E, ao lado dos escritores Oswald de Andrade e Raul Bopp,
Tarsila inaugurou o movimento denominado “Antropofagia”.
Tarsila de Aguiar do Amaral
nasceu em Capivari, no dia 01 de setembro de 1886 e faleceu em São Paulo, 17 de
janeiro de 1973. Ela é considerada uma das principais artistas modernistas
latino-americanas, além de ser considerada a pintora que melhor alcançou as
aspirações brasileiras de expressão nacionalista nesse estilo artístico.
Como integrante do Grupo dos
Cinco, Tarsila também é considerada uma grande influência no movimento da arte
moderna no Brasil, ao lado de Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Mário de
Andrade e Oswald de Andrade. Ela foi fundamental na formação do movimento
estético, Antropofagia (1928-1929); na verdade, foi Tarsila quem com seu
célebre quadro, Abaporu, inspirou o famoso Manifesto Antropófago de Oswald de
Andrade.
Ela nasceu em uma família
rica de fazendeiros e latifundiários que cultivavam café, dois anos antes do
fim da escravidão no Brasil. Naquela época, no Brasil, as mulheres não eram
incentivadas a grandes carreiras profissionais, principalmente se viessem de
famílias abastadas. No entanto, apesar de vir de uma família rica, Tarsila teve
o apoio para estudar. Quando adolescente, Tarsila e seus pais viajaram para a
Espanha, onde ela chamou a atenção das pessoas desenhando e pintando cópias das
obras de arte que viu nos arquivos de sua escola.[10] Tarsila frequentou a
escola em Barcelona e mais tarde estudou em sua cidade natal com o pintor Pedro
Alexandrino Borges (1864-1942). Ela também frequentou a Académie Julian em
Paris e estudou com outros artistas proeminentes (1920-1923).
A partir de 1916, Tarsila do
Amaral começou a estudar pintura em São Paulo. Todos eram professores
respeitados, mas conservadores.[10] Como o Brasil não tinha um museu de arte
público ou uma galeria comercial significativa até depois da Segunda Guerra
Mundial, o mundo da arte brasileira era esteticamente conservador e a exposição
às tendências internacionais era limitada.
Acredita-se que nessa época
(1913-1920) Amaral compôs uma canção em lá menor para voz e piano chamada
"Rondo D'Amour". A música permaneceu desconhecida até novembro de
2021, quando sua partitura foi descoberta na casa de sua sobrinha-neta em
Campinas. Em 25 de janeiro de 2022, a música foi gravada no teatro da Escola de
Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte por três professores da
instituição: o pianista Durval Cesetti, a soprano Elke Riedel e o tenor Kaio
Morais.
Voltando a São Paulo em
1922, Tarsila foi exposta a muitas coisas depois de conhecer Anita Malfatti,
Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses colegas
artistas formaram um grupo que recebeu o nome de Grupo dos Cinco. Antes de sua
chegada a São Paulo vindo da Europa, o grupo havia organizado a Semana de Arte
Moderna entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922. O evento foi fundamental
para o desenvolvimento do modernismo no Brasil. Os participantes estavam
interessados em mudar o estabelecimento artístico conservador brasileiro,
incentivando um modo diferenciado de arte moderna. Tarsila foi convidada a se
juntar ao movimento e juntos formaram o Grupo dos Cinco, que buscava promover a
cultura brasileira, o uso de estilos não especificamente europeus e a inclusão
de coisas indígenas do Brasil.
Durante um breve retorno a
Paris em 1929, Tarsila foi exposta ao cubismo, futurismo e expressionismo
enquanto estudava com André Lhote, Fernand Léger e Albert Gleizes.
Artistas europeus em geral
haviam desenvolvido um grande interesse em culturas africanas e primitivas em
busca de inspiração. Isso levou Tarsila a utilizar as formas indígenas de seu
próprio país enquanto incorporava os estilos modernos que havia estudado. Nessa
época, em Paris, pintou uma de suas obras mais famosas, A Negra (1923), cujo
principal tema é uma grande figura de uma mulher negra com um único seio
proeminente. Tarsila estilizou a figura e aplainou o espaço, preenchendo o
fundo com formas geométricas.
Animada com seu estilo
recém-desenvolvido e sentindo-se cada vez mais nacionalista, ela escreveu para
sua família em abril de 1923:
"Me sinto cada vez mais
brasileira. Quero ser a pintora do meu país. Como sou grata por ter passado
toda a minha infância na fazenda. As memórias desses tempos tornaram-se
preciosas para mim. Eu quero, na arte, ser a garotinha de São Bernardo,
brincando com bonecas de palha, como na última foto que estou trabalhando. Não
pense que esta tendência é vista negativamente aqui. Pelo contrário. O que eles
querem aqui é que cada um traga a contribuição de seu próprio país. Isso
explica o sucesso do balé russo, dos gráficos japoneses e da música negra.
Paris estava farta da arte parisiense".
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