Carmen Dolores tornou-se conhecida aos 14 anos quando começou a declamar poesia e a fazer teatro radiofônico na Rádio Clube Português, RCP, ao lado de nomes como Alves da Costa, António Silva e Isavel Wolmar. Estreou-se oficialmente ao público em 1943, aos 19 anos com quando participou da adaptação romance homônimo de Camilo Castelo Branco, "Amor de Perdição" sob a direção teatral de António Lopes Ribeiro.
Carmen Dolores Cohen Sarmento Veres nasceu em Lisboa, 22 de abril de 1924 e faleceu em Lisboa, 16 de fevereiro de 2021 aos 97 anos foi uma atriz e escritora portuguesa.
Filha de José de Matos Sarmento de Beja e de sua mulher, María del Pilar Manuela Cohen y Muñoz. Foi irmã do já falecido ator António Sarmento.
Frequentou o Liceu D. Filipa de Lencastre e teve como professor e mestre Manuel Lereno. Deu-se a conhecer através da rádio, em teatro radiofônico na RCP[6] onde se iniciou aos 12 anos, ao lado de nomes como Rogério Paulo, Alves da Costa, Isabel Wolmar, Laura Alves, Álvaro Benamor e Josefina e António Silva.
Aos 19 anos estreia-se no cinema, como protagonista de Amor de Perdição 1943, adaptação de António Lopes Ribeiro do romance de Camilo Castelo Branco. Seguir-se-á Um Homem às Direitas, 1945 de Jorge Brum do Canto, A Vizinha do Lado, 1945 de Lopes Ribeiro e Camões, 1946 de José Leitão de Barros.
Aparece no teatro em 1945, integrada na Companhia Os Comediantes de Lisboa, sediada no Teatro da Trindade, depois foi somando sucessos.
Casou em Vila Nova de Gaia, Santa Marinha, no dia 30 de abril de 1947 com Vítor Manuel Carneiro Veres que nasceu em Lisboa, 13 de junho de 1917 e faleceu em Lisboa, 18 de abril de 2011, engenheiro, filho de Manuel Henriques Veres e de sua mulher Josefina Aurora Carneiro.
Em 1951 passou para o palco do Teatro Nacional D. Maria II, sob a direção de Amélia Rey Colaço, com diversos sucessos de que se salienta Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett.
Criou, com outros atores, o Teatro Moderno de Lisboa, no palco do Cinema Império, tendo desenvolvido um projeto que levou à cena novas encenações de peças de autores consagrados como Fiódor Dostoiévski, William Shakespeare, August Strindberg ou José Cardoso Pires.
Viveu sete anos em Paris. Na década de 80 trabalhou no cinema com José Fonseca e Costa, em A Mulher do Próximo, 1988 e Balada da Praia dos Cães, 1987. Em 1998 foi dirigida por Diogo Infante em Jardim Zoológico de Cristal de Tennessee Williams, no Teatro Nacional.
Apareceu, esporadicamente, em televisão, nas telenovelas Passerelle, A Banqueira do Povo e A Lenda da Garça.
Abandonou os palcos em 2005 com a peça Copenhaga, de Michael Frayn, encenada por João Lourenço.
Em julho de 2018, foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com as insígnias de Grande-Oficial da Ordem do Mérito, no âmbito de uma homenagem no Teatro da Trindade à atriz, que incluiu a estreia da peça Carmen inspirada nas suas memórias, e o batismo da sala principal com o seu nome.
Carmen Dolores foi ainda distinguida com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuído pelo Presidente da República Jorge Sampaio, com a Medalha de Ouro da Câmara Municipal de Lisboa, o prêmio Sophia de Carreira, da Academia Portuguesa de Cinema, e o Prêmio António Quadros de Teatro, entre outros galardões.
Faleceu
a 16 de fevereiro de 2021, aos 96 anos de idade, em Lisboa. O funeral
realizou-se a 19 de fevereiro, seguindo da Igreja de Nossa Senhora de Fátima
para o Cemitério do Lumiar, em Lisboa, onde foi sepultada.
OBRAS
Retrato
inacabado, 1984, O Jornal, Lisboa
No
palco da memória, 2013, Porto Editora, Porto
Vozes
Dentro de Mim, 2017
TELEVISÃO
1964 O Óleo
1966 A Bela Doroteia
1967 Frei Luís de Sousa
1968 A Chave
1972 A Senhora das Brancas Mãos
1987 Cobardias
1988 Passerelle Maria
do Carmo
1990 Chuva de Maio Teresa
1991 Claxon Miranda
Buick
1993 A Viúva do Enforcado
1993 A Banqueira do Povo Tininha
1999 A Lenda da Garça Beatriz Bessa
2000 Casa da Saudade Elvira Lago
CINEMA
Amor
de Perdição 1943
Um
Homem às Direitas 1945
A
Vizinha do Lado 1945
Camões
1946
Três
Espelhos 1947
A
Garça e a Serpente 1952
O
Princípio da Sabedoria 1975
Balada da Praia dos Cães 1987
A
Mulher do Próximo 1988
PRÊMIOS
E DISTINÇÕES
1944
- Prêmio de Melhor Atriz de Cinema no filme Um Homem às Direitas
1945
- Pisou pela primeira vez o palco na Companhia de Comediantes de Lisboa (Teatro
da Trindade), na peça Electra, A Mensageira dos Deuses, de Jean Giraudoux.
Transitou depois para o Teatro Nacional D. Maria II (Companhia Amélia Rey
Colaço - Robles Monteiro) onde permaneceu durante oito anos. Passou depois pelo
Teatro de Sempre de Gino Saviotti, Teatro Nacional Popular, de Ribeirinho e no
princípio dos anos 60, com Rogério Paulo, Fernando Gusmão e Armando Cortez
fundou o Teatro Moderno de Lisboa, que ficou como um marco importante na
história do teatro independente.
1959
- Prêmio Lucinda Simões, para melhor intérprete feminino de teatro declamado,
do SNI pelas peças O Gebo e a Sombra Raul Brandão, O Fim do Caminho Allan L.
Martin e Seis Personagens Em Busca do Autor Luigi Pirandello
1959
- Foi feita Dama da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a 11 de julho.
1962
- Conquistou o Prêmio de Popularidade como atriz de teatro radiofônico.
1969
- Prêmio Lucinda Simões do SNI, e o Prêmio da Imprensa pela sua interpretação
em A Dança da Morte de Strindberg.
1984
- Prêmio da revista Eles e Elas, pelo seu trabalho em Comédia À Moda Antiga de
Arbuzov.
1985
- Prêmio de Crítica em Virgínia Vida de Virgínia Woolf de Edna O'Brian.
1987
- Troféus de cinema das revistas Nova Gente e Sete, pelo seu desempenho no
filme de Fonseca e Costa Balada da Praia dos Cães
1991
- Medalha de Mérito Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura.
1992
- Troféu de Prestígio, revista Sete
1998
- Prêmio da Casa da Imprensa pelo seu trabalho em Jardim Zoológico de Cristal
de Tennessee Williams.
1998
- Distinguida pela Federação Iberolatina Americana de Artistas Intérpretes ou
Executantes pela sua trajetória profissional e humana
2003
- Edição do seu CD de poesia Poemas Da Minha Vida
2004
- Globo de Ouro (2004) de Melhor Atriz de Teatro pela peça Copenhaga.
2004
- Interpreta a personagem de Luisa Todi num disco editado por ocasião do
centenário da cantora e foi agraciada com a Medalha de Mérito Cultural dos
Municípios de Cascais e de Oeiras.
2005
- Foi feita Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, a 13 de maio.
2014
- Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro, da Câmara Municipal de Lisboa.
2016
- Prêmio António Quadros.
2016
- Prêmio Carreira 2016 nos Prêmios Sophia da Academia Portuguesa das Artes e
Ciências Cinematográficas.
2018
- Foi feita Grande-Oficial da Ordem do Mérito, a 12 de julho.
CONDECORAÇÕES
ORDENS HONORÍFICAS
Dama
da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, 11 de julho de 1959
Grande-Oficial da Ordem do Infante D.
Henrique, 13 de maio de 2005
Grande-Oficial da Ordem do Mérito, 12 de julho
de 2018
MEDALHAS
Medalha de Mérito Cultural. 1991
Medalha de Ouro de Mérito Municipal de Lisboa,
2014
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