MEMÓRIAS DE UM TROPEIRO, AUTOR JORGE ANTÔNIO SALEM
LIVRO RESGATA A CONTRIBUIÇÃO DOS TROPEIROS PARA A CONSTRUÇÃO DA
IDENTIDADE BRASILEIRA.
Jorge Antonio Salem reconstrói as histórias contadas pelo
falecido sogro, João Boiadeiro, sobre a época em que ele desbravava o Brasil
liderando comitivas de animais a cavalo, nos anos 1950.
As memórias de João Azevedo revelam a riqueza cultural e a
resiliência dos tropeiros, os desafios do cotidiano e os momentos de
celebração, pintando um retrato vívido de uma era que moldou a identidade do
Brasil. Uma jornada emocionante que destaca a importância desses heróis
anônimos na construção da história do país. O renomado escritor Arnaldo Zubioli
traz, no prefácio deste livro, que o respeito e a admiração que o ilustre
autor, farmacêutico, poeta, empreendedor e amigo de longa data, goza entre seus
pares e entre as diversas pessoas que têm o privilégio de sua convivência,
credencia esta obra como uma ótima leitura para todas as pessoas que amam a
reconstrução histórica da formação familiar com o propósito de estabelecer a
ponte entre o passado e o presente com as interpretações necessárias sobre o
que somos. Transformar ideias e fatos em um conjunto de sinais que traduzam um
vernáculo harmonioso, objetivo e que sirva de deleite, como a melodia de quem
toca um clássico no piano, é um talento que Jorge Antônio Salem cultiva desde
sempre.
João Azevedo, mais conhecido como João Boiadeiro, costumava
reunir familiares e amigos para contar as lembranças da época em que levava a
vida como tropeiro, no início da década de 1950. Natural de Santo Anastácio, em
São Paulo, o trabalhador viajou por diversas terras distantes enquanto liderava
comitivas de animais a cavalo. Em 2020, aos 95 anos, ele morreu de velhice.
Logo depois, a filha dele, Maura Lúcia, faleceu em decorrência da covid-19.
Agora, o genro do patriarca e viúvo, Jorge Antonio Salem, publica Memórias de
um tropeiro para eternizar essas histórias e homenagear a trajetória da família
Azevedo.
Junto com a esposa, o autor foi vizinho de João Azevedo em Nova
Esperança, no Paraná. A cada visita que fazia à casa do sogro, ouvia
atentamente os detalhes narrados sobre as experiências vividas no campo e nas
estradas. Com um gravador, Jorge registrou ao longo dos anos muitas dessas
conversas e, após o falecimento do líder familiar, decidiu transcrever e transformar
as gravações neste livro que é escrito em primeira pessoa, pelo ponto de vista
do próprio Boiadeiro, para retratar a forma como ele contava as memórias quando
ainda estava vivo.
Trabalhei como tropeiro por quase 30 anos. Essa atividade fazia o
meu coração bater mais forte e era o que realmente me fazia bem. Viajar, o
vento e o sol no rosto, o barulho da tropa andando, e nós observando as pessoas
às margens das estradas e as paisagens pelo longo caminho. (Memórias de um
tropeiro, p. 39)
O tropeirismo surgiu como uma alternativa para promover a
interligação dos polos econômicos inexistentes no Brasil do passado, a partir
do século XVII. Esses trabalhadores transportavam grandes quantidades de
animais por entre rios e montanhas, abrindo rotas e fundando vilas. João
Azevedo iniciou esse trabalho em 1952, formando grupos de peões que conduziam
centenas de cabeças de gado pelo país afora: ele passou pelos estados de Mato
Grosso, São Paulo e Santa Catarina, e por países como Argentina, Paraguai e Bolívia.
A obra oferece um retrato dessas viagens, como as distâncias
percorridas, os locais desbravados, as pessoas que ele conheceu e as guerras
que presenciou pelo caminho. Para trazer ainda mais fidelidade aos relatos do
sogro, o autor visitou pessoalmente cidades próximas a Ponta Grossa (PR), onde
trotavam as caravanas que saíam do Rio Grande do Sul em direção a Sorocaba
(SP). Além disso, as páginas são recheadas de fotografias de arquivos pessoais
que não apenas ilustram as aventuras de João Boiadeiro, mas também mostram
registros históricos datados entre as décadas de 1950 e 1980.
Em uma jornada que destaca a importância dessa prática para a cultura e a economia do país, as memórias de João Azevedo pintam um retrato vívido de uma era que moldou tanto a identidade quanto a construção do interior brasileiro e da América Latina. Recomendada a todos os leitores que apreciam narrativas históricas e familiares, essa leitura estabelece uma ponte entre o ontem e o hoje para revelar a herança cultural (e muitas vezes anônima) deixada por esses condutores de tropas.
Sobre o autor: Além de escritor, Jorge Antônio Salem é
farmacêutico-fiscal do Conselho Regional de Farmácia do Paraná desde 1996 e
mestre em Ciências da Saúde. Ele também publicou a obra 60 anos – Uma história
de dedicação ao conhecimento e o livro de poemas Poesias da vida cotidiana. Foi
casado por 30 anos com Maura Lúcia Azevedo, filha de João Azevedo, personagens
que inspiraram a publicação de Memórias de um tropeiro.
Redes sociais do autor
Site: www.jorgesalemescritor.com.br
Instagram: @jorge_antonio_salem
Ficha técnica
Título: Memórias de um tropeiro
Autor: Jorge Antonio Salem
Páginas: 104
Preço: Trinta e oito reais e noventa centavos
Onde encontrar: Amazon:
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