segunda-feira, 27 de outubro de 2025

EFEMÉRIDES - 27 DE OUTUBRO DE 2025 - 133 ANOS DO NASCIMENTO DE GRACILIANO RAMOS - FOCUS PORTAL CULTURAL

Hoje, o quadro EFEMÉRIDES do Focus Portal Cultural, sob a curadoria do jornalista Alberto Araújo, celebra o legado de um dos maiores escritores da literatura brasileira: Graciliano Ramos, nascido em 27 de outubro de 1892, em Quebrangulo, Alagoas. 

Autor de obras fundamentais como Vidas Secas, São Bernardo, Angústia e Memórias do Cárcere, Graciliano eternizou o drama do sertanejo nordestino com uma escrita enxuta, contundente e profundamente humana. Sua literatura é marcada pela crítica social, pela introspecção psicológica e pela denúncia das injustiças que assolam os mais vulneráveis. 

Além de escritor, foi também político e gestor público, tendo exercido o cargo de prefeito de Palmeira dos Índios e atuado como diretor da Imprensa Oficial de Alagoas. Em 1936, foi preso pelo regime do Estado Novo, experiência que resultou em uma das mais impactantes obras memorialísticas do país. 

Graciliano Ramos permanece atual, necessário e inspirador. Sua voz ressoa como testemunho da dignidade humana diante da adversidade. 

A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso. A palavra foi feita para dizer.” — Graciliano Ramos. Reverenciamos sua memória e sua obra. 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural

 

BIOGRAFIA 

No sertão de Alagoas, em 27 de outubro de 1892, nasceu Graciliano Ramos, filho da terra árida e da palavra enxuta. Em Quebrangulo, onde o sol castiga e a esperança se esconde entre mandacarus, veio ao mundo aquele que daria voz aos silêncios do Brasil profundo. Graciliano não escrevia para enfeitar — escrevia para dizer. E dizia com a força de quem viveu o que narrou.

Sua infância foi marcada por mudanças e inquietações. De Quebrangulo a Viçosa, depois Maceió, Recife, Palmeira dos Índios — cada cidade moldou o homem que viria a ser. Aos poucos, o menino tímido se transformava em observador agudo, crítico da miséria humana e da injustiça social. Foi tipógrafo, jornalista, professor, comerciante, prefeito. Mas foi, sobretudo, escritor — dos mais intensos e necessários. 

Em 1933, publicou Caetés, seu primeiro romance. Mas foi com São Bernardo (1934), Angústia (1936) e, sobretudo, Vidas Secas (1938), que Graciliano eternizou sua marca: uma prosa seca, dura, cortante como o chão rachado do sertão. Fabiano, Sinhá Vitória, os meninos e a cachorra Baleia não são apenas personagens, são símbolos de um Brasil que resiste, que sofre, que sonha em silêncio. 

Graciliano não se curvou ao poder. Em 1936, foi preso pelo regime de Getúlio Vargas. Passou quase um ano encarcerado, experiência que transformou em literatura com Memórias do Cárcere, obra póstuma publicada em 1953, ano de sua morte. Ali, o escritor revela o homem: indignado, lúcido, solidário com os humilhados. 

Sua escrita é feita de economia e precisão. Cada palavra pesa, cada frase fere ou consola. Graciliano não buscava adornos, buscava verdades. E encontrou muitas, nas entrelinhas da vida nordestina, nos gestos contidos, nos olhares desconfiados, na luta diária contra a fome, o sol e o esquecimento. 

Hoje, aos 133 anos de seu nascimento, reverenciamos Graciliano Ramos como um dos pilares da literatura brasileira. Sua obra continua a ecoar nas salas de aula, nos palcos, nas páginas dos livros, nas vozes dos que ainda acreditam que a palavra pode transformar. 

A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso. A palavra foi feita para dizer.” — Graciliano Ramos 

Reverência eterna ao mestre da palavra essencial. 

© Alberto Araújo

Focus Portal Cultural










 

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