A poesia não é apenas um gênero literário. Ela é um estado de espírito, uma forma de ver o mundo com olhos que enxergam além da superfície. É o instante em que o verbo se curva à emoção, em que o silêncio ganha voz, em que o cotidiano se transfigura em beleza. A poesia é a arte de dizer o indizível, de tocar o intocável, de sentir o que ainda não tem nome.
Na essência da poesia habita o mistério. Ela não se explica, se vive. É feita de ritmo, de imagem, de respiração. É o sopro que transforma dor em verso, amor em metáfora, saudade em estrofe. A poesia não pede licença: ela invade, ela pulsa, ela se instala no peito como uma chama que não se apaga. E mesmo quando parece sussurrar, ela grita verdades que a prosa não alcança.
Ser poeta é ser tradutor de silêncios. É ouvir o que o mundo não diz e transformar em palavra o que o coração apenas pressente. É caminhar por entre ruínas e colher flores. É fazer do caos uma canção. A poesia é resistência, é refúgio, é revolução. Ela não precisa de palco, de plateia, de aplausos. Basta um papel, uma tela, uma alma inquieta.
A essência da poesia está na sua liberdade. Ela não se prende a regras, não se limita a formas. Pode ser haicai ou poema épico, pode rimar ou não, pode ser breve como um suspiro ou extensa como uma travessia. O que importa é que seja verdadeira. Que carregue em si a urgência de ser dita. Que revele o que estava escondido. Que toque quem lê, mesmo que seja só uma pessoa.
E é por isso que a poesia é tão necessária. Num mundo que corre, que grita, que consome, ela convida à pausa. Ao olhar demorado. Ao sentir profundo. Ela nos lembra de que somos humanos, que temos alma, que podemos ser vulneráveis. Que há beleza na imperfeição, força na delicadeza, sentido na dúvida.
Aos que escrevem, e aos que ainda não escrevem, um chamado: deixem a poesia acontecer.
Não esperem o momento perfeito, a inspiração divina, o verso genial. Escrevam com o que têm. Com o que sentem. Com o que vivem. Porque cada poema é um espelho. E cada leitor é um universo à espera de se reconhecer.
Não deixem seus textos na gaveta. Não escondam suas palavras do mundo. A poesia precisa circular, respirar, encontrar outros olhos. Seja num blog, num sarau, num portal cultural, numa rede social, compartilhem. Porque quando um poema é lido, ele se completa. Ele ganha vida fora de quem o escreveu.
A poesia é ponte. É abraço. É luz. E todos podem ser poetas, mesmo que nunca tenham escrito um verso. Basta sentir. Basta olhar com profundidade. Basta permitir que a palavra toque o coração.
Que a poesia continue sendo semente.
Que floresça em cada canto. Que transforme o mundo, um verso de cada vez.
FELIZ DIA NACIONAL DA POESIA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário