quinta-feira, 26 de maio de 2022

CENTENÁRIO DA PUBLICAÇÃO DA OBRA: PAULICÉIA DESVAIRADA. MÁRIO DE ANDRADE. SÃO PAULO: CASA MAYENÇA, 1922.




O livro PAULICEIA DESVAIRADA, de Mário de Andrade, foi publicado pela primeira vez em 1922 e já mostrava características do Modernismo. Nessa obra, o autor rompe com o passado da literatura brasileira e inaugura um movimento, trazendo novas possibilidades estéticas ao abordar a cidade de São Paulo, que é o tema do livro.

Essa é a primeira obra de poemas modernistas de Mário de Andrade, que elaborou sua própria definição do livro. De acordo com ele, é “áspero de insulto e gargalhante de ironia”, com “versos de sofrimento e de revolta”.


O prefácio de Pauliceia Desvairada, no qual o autor mostra suas opiniões a respeito da poesia e funda uma corrente chamada “desvairismo”, já vale como um manifesto do Modernismo no Brasil.








UM POUCO SOBRE MÁRIO DE ANDRADE


Mário Raul de Moraes Andrade  nasceu em São Paulo/SP em 9 de outubro de 1893  e faleceu em São Paulo/SP - 25 de fevereiro de 1945. Poeta, cronista e romancista, crítico de literatura e de arte, musicólogo e pesquisador do folclore brasileiro, fotógrafo. Conclui o curso de piano pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo em 1917. Nesse ano, sob o pseudônimo de Mário Sobral, publica seu primeiro livro de versos, Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema. Conhece Oswald de Andrade (1890 - 1954) e assiste à exposição modernista da pintora Anita Malfatti (1889 – 1964).

Em 1918, escreve em A Gazeta como crítico de música e no ano seguinte colabora em A Cigarra, O Echo e continua em A Gazeta. Trabalha assiduamente na revista paulista Papel e Tinta em 1920. Nessa época frequenta o estúdio do escultor Victor Brecheret (1894 – 1955), de quem compra um exemplar do bronze Cabeça de Cristo. Em 1921, escreve para o Jornal do Comércio a série Mestres do Passado, contra o parnasianismo e colabora com a revista Klaxon, em 1922. Integra o Grupo dos Cinco com Tarsila do Amaral (1886 - 1973), Anita Malfatti, Oswald de Andrade (1890 - 1954) e Menotti del Picchia (1892 - 1988).

Um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922, na ocasião do evento lê seus poemas no palco do Theatro Municipal de São Paulo e é vaiado. Nesse ano, lança seu segundo livro, Paulicéia Desvairada, um marco na literatura moderna brasileira. Leciona história da música e da estética no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Em 1923, compra uma câmera fotográfica Kodak e exerce a atividade de fotógrafo até 1931. Realiza com Olívia Guedes Penteado (1872 - 1934), Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e outros, uma viagem de estudos às cidades históricas mineiras com o objetivo de mostrar o interior do país ao poeta franco-suíço Blaise Cendrars (1887 - 1961), em 1924.


Mário de Andrade no Conservatório Musical e Dramático 




Fonte: Enciclopédia de Literatura/Itaú Cultural.

 

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