O
livro PAULICEIA DESVAIRADA, de Mário de Andrade, foi publicado pela primeira
vez em 1922 e já mostrava características do Modernismo. Nessa obra, o autor
rompe com o passado da literatura brasileira e inaugura um movimento, trazendo
novas possibilidades estéticas ao abordar a cidade de São Paulo, que é o tema do
livro.
Essa
é a primeira obra de poemas modernistas de Mário de Andrade, que elaborou sua
própria definição do livro. De acordo com ele, é “áspero de insulto e
gargalhante de ironia”, com “versos de sofrimento e de revolta”.
O
prefácio de Pauliceia Desvairada, no qual o autor mostra suas opiniões a respeito
da poesia e funda uma corrente chamada “desvairismo”, já vale como um manifesto
do Modernismo no Brasil.
UM
POUCO SOBRE MÁRIO DE ANDRADE
Mário
Raul de Moraes Andrade nasceu em São Paulo/SP
em 9 de outubro de 1893 e faleceu em São
Paulo/SP - 25 de fevereiro de 1945. Poeta, cronista e romancista, crítico de
literatura e de arte, musicólogo e pesquisador do folclore brasileiro,
fotógrafo. Conclui o curso de piano pelo Conservatório Dramático e Musical de
São Paulo em 1917. Nesse ano, sob o pseudônimo de Mário Sobral, publica seu
primeiro livro de versos, Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema. Conhece Oswald
de Andrade (1890 - 1954) e assiste à exposição modernista da pintora Anita
Malfatti (1889 – 1964).
Em
1918, escreve em A Gazeta como crítico de música e no ano seguinte colabora em
A Cigarra, O Echo e continua em A Gazeta. Trabalha assiduamente na revista
paulista Papel e Tinta em 1920. Nessa época frequenta o estúdio do escultor
Victor Brecheret (1894 – 1955), de quem compra um exemplar do bronze Cabeça de
Cristo. Em 1921, escreve para o Jornal do Comércio a série Mestres do Passado,
contra o parnasianismo e colabora com a revista Klaxon, em 1922. Integra o
Grupo dos Cinco com Tarsila do Amaral (1886 - 1973), Anita Malfatti, Oswald de
Andrade (1890 - 1954) e Menotti del Picchia (1892 - 1988).
Um
dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922, na ocasião
do evento lê seus poemas no palco do Theatro Municipal de São Paulo e é vaiado.
Nesse ano, lança seu segundo livro, Paulicéia Desvairada, um marco na
literatura moderna brasileira. Leciona história da música e da estética no
Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Em 1923, compra uma câmera
fotográfica Kodak e exerce a atividade de fotógrafo até 1931. Realiza com Olívia
Guedes Penteado (1872 - 1934), Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e outros,
uma viagem de estudos às cidades históricas mineiras com o objetivo de mostrar
o interior do país ao poeta franco-suíço Blaise Cendrars (1887 - 1961), em
1924.
Fonte:
Enciclopédia de Literatura/Itaú Cultural.
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