O DESAFIO DE SER MÃE - UMA CRÔNICA DE IRISLENE MORATO
Existem duas
etapas bem distintas na vida de uma mulher: antes de ser mãe e após ser mãe.
Numa visão
sistêmica, podemos perceber a vida se desenvolvendo dentro de nós, nosso corpo
mudando, transformando nossa mente, sensações, desejos…
Sentimos muitas
vezes, de início, como se tivéssemos comido algo estragado; só que não passa,
mesmo não comendo nada. Enjoo, azia; às vezes, queimação parece até que vamos
soltar fogo, que nem dragão! Dieta é vital e água, água…
Um estado
fisiológico, como se fosse patológico.
E a libido, os
desejos, esses podem aflorar muitas vezes estranhos, como vontade de comer
temperos exóticos, tijolo ou de comer carne quase crua, sangrenta… Cruzes…
Tudo muito louco,
um barato, uma curtição, sem necessidade de droga alguma. Apenas o resultado de
processos físico-químicos naturais da formação da Vida, do embrião e feto.
Aí, vem o
primeiro ultrassom, que emoção! Ouvir o coração do feto de 10 cm, igual a uma
“locomotiva” acelerada, e ver se mexendo os dedinhos das mãos, pezinhos
formadinhos. Sentimo-nos mãe e digo, com certeza, que é a maior emoção em
nossas vidas, até aquele momento. E vem mais emoção…
No segundo
ultrassom, dá para ver o sexo do bebê. Nós descobrimos, nesse momento, de ter
certeza do sexo do bebê, que para as Mães, filhos não têm sexo. Amamos igual,
não faz diferença alguma para nós, se for menino ou menina.
Quando entramos
lá pelos 7 a 8 meses da virada, onde o bebê deixa a posição de sentado e vira
de cabeça para baixo no útero, para se encaixar, é demais a virada e tudo, em
geral, acontece à noite. Literalmente, não dormimos, que loucura! E haja calor,
aff…
Dor nas costas,
nosso centro de gravidade mudou, para o equilíbrio. Pés inchados; não têm mais
tornozelos, quase. A nossa respiração fica mais curta, devido à compressão do
diafragma, para tudo se encaixar, normal.
A barriga,
algumas vezes, parece um balão, que pode estourar, e o medo vem de não dar
conta do parto e do depois do parto, nó!…
Mesmo passando
por tudo isso, nos sentimos heroínas, vencedoras, geradoras e criadoras de
vida, que poder… Poderosas! E somos, mesmo…
Por isso, como se
esquecêssemos das dores e desconfortos da gravidez e dos meses e anos difíceis,
queremos muitas vezes mais filhos, dar irmãos, fazer família. Muito bom essa diversidade
de seres humanos, aprendemos mais e mais…
O tal “Amor
Incondicional”, que nós não sabíamos o que era, direito, ficamos sabendo na
hora que todo esse fenômeno acontece. E em uma frase curta, o definimos.
Sair de Si, do
seu Ego e se transportar ao outro. Passamos, até insanamente, a nos
preocuparmos com alguém, mais do que conosco mesmas. Ninguém nasce mãe,
vamo-nos tornando, aprendendo, desenvolvendo talentos, a partir de nossas
escolhas e determinação, como qualquer outra escolha de grande responsabilidade.
Tudo que
passamos, todo sacrifício, penúria, os desafios vividos são grandes
oportunidades de aprendizado, para nos conhecermos melhor. O que seria da
evolução humana se não fossem os desafios; zona de conforto não faz ninguém
crescer.
Sair de si é o
Amor Incondicional de mãe! Uma nova mulher nasce junto à concepção, a Mulher
após o Desafio de Ser Mãe…
*Crônica premiada
em 1º Lugar em concurso de Contos e Crônicas pela Poemas a Flor da Pele, 2018,
RS.
MULHER E MÃE
Poema de Irislene Morato
És menina
És mulher
És feita de amor
És feita com amor
És feita com dor
És como a rosa
Se faz linda
Despetala
Se faz linda de novo
Num vai e vem constante
Se reinventa
Se refaz
És mãe faz tudo e tudo faz
Faz ninhos de
amores
És singular, magnânima!
És simplesmente Mulher
Obs: A Homenagem no vídeo, para ser colocada no Reels foi reduzida a estrofe:
És menina
És mulher
És feita de amor
És feita com amor
És feita com dor
IRISLENE CASTELO BRANCO MORATO é
natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, onde vive rodeada das
montanhas, que adora. Filha de escritores, cresceu aprendendo a comunicação em
prosa e verso, através das histórias contadas, seguindo também os exemplos de
seus pais. Graduada como Cirurgiã-Dentista Especialista e Mestre em
Odontologia, pelas PUC e UFMG, onde desenvolveu a arte da pesquisa científica,
aguçou o olhar para os detalhes, assim como a empatia, que é a sabedoria de se
colocar no lugar do outro.
Como escritora e poeta, Irislene
contempla tudo à sua volta, escreve, se apaixona pelo que faz, sentindo, se
emocionando e dando asas à imaginação… Surpreendendo e se encontrando em cada
passo do caminho!
Membro Efetivo de diversas
Academias nacionais e internacionais, lançou quatro livros solos, sendo dois
infantis bilíngues em português e inglês, em 2018, 2019 e 2020. Presidente
Coordenadora da AJEB–MG, Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil,
Coordenadoria Minas Gerais, 2018/2022, atual Presidente da AJEB NACIONAL,
Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil no período de e 2022/2023. Organizadora da Coletânea da
AJEB-MG, “O Nu da Palavra-Prosa e Verso”, O Feminino através do Tempo.
Atualmente está organizando a Coletânea da AJEB/MG “Olhares Permitidos” em processo de execução com lançamento para Março/2022.
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