A
pintura da Natividade do artista italiano Lorenzo Lotto é uma obra
impressionante que retrata o nascimento de Jesus. O estilo artístico de Lotto é
caracterizado por sua atenção aos detalhes e sua capacidade de criar
composições complexas que capturam a atenção do espectador.
Neste
trabalho, Lotto utiliza uma paleta de cores vibrantes e contrastantes para
criar uma sensação de movimento e vida na cena. Os tons quentes das roupas dos
personagens contrastam com os tons frios do fundo, criando uma sensação de
profundidade e dimensão na pintura.
A
composição da obra também é muito interessante, pois Lotto usa vários níveis de
profundidade para criar uma sensação de espaço na cena. Os personagens e
animais estão dispostos em planos diferentes, dando a impressão de que a cena
se estende para além dos limites da pintura.
A
história da pintura também é fascinante. Acredita-se que tenha sido pintado por
volta de 1523-1524, durante o período em que Lotto morava em Veneza. A obra foi
encomendada pela família Venier, uma das famílias mais ricas e poderosas de
Veneza na época.
Apesar
de sua beleza e complexidade, há aspectos menos conhecidos da pintura da
Natividade que a tornam ainda mais interessante. Por exemplo, acredita-se que
Lotto tenha incluído sua própria imagem na obra, como um dos pastores adorando
o menino Jesus. Esta teoria é baseada na semelhança entre o rosto do pastor e
os auto-retratos conhecidos de Lotto.
Em
suma, a pintura da Natividade de Lorenzo Lotto é um trabalho impressionante que
combina habilidade técnica, composição complexa e uma história fascinante. É
uma obra que continua a cativar os espectadores ainda hoje, mais de 500 anos
após a sua criação.
LORENZO
LOTTO (1480 - 1556) foi um pintor,
desenhista e ilustrador italiano da Escola de Veneza. Ele pintou altares, obras
religiosas e retratos. Por estar ativo durante a chamada Alta Renascença, ele
constitui um estágio de transição entre os primeiros pintores de Florença e os
maneiristas romanos do século XVI.
Nascido
em Veneza, trabalhou em Treviso (1503-1506), em Roma (1508-1510), Bergamo
(1513-1525), Ancona (1549) e finalmente em Loreto.
Influenciou-se
por Giovanni Bellini, visto que tinha bons conhecimentos sobre a pintura de
Veneza. Também pode ver a marca do Naturalismo de Giorgione, em obras como a
Alegoria das Virtudes e dos Vícios. Com o tempo, evoluiu para obras mais
dramáticas, como aquelas de Correggio. Era amigo de Palma Vecchio.
Em
Treviso, trabalhou para o Bispo Bernardino de'Rossi. Em 1508, começou o
político Recanati, para a Igreja de São Domingos em Veneza. Ao mesmo tempo que
se tornava famoso, chamou a atenção de Bramante, o arquiteto papal. Foi
convidado para trabalhar em Roma e decorar os apartamentos papais. Essas obras
foram destruídas um tempo depois.
Seu
trabalho em Bergamo foi o melhor de sua carreira e faz parte de sua fase mais
produtiva. Desenvolveu a técnica do retrato psicológico (aquele que revelava os
pensamentos e emoções dos retratados). Nessa tradição, continuou o trabalho de
Antonello da Messina. Suas pinturas posteriores são, na maioria, pinturas
murais, tais como O Martírio de Santa Clara, onde representa cenas da vida
diária, como Cristo com a parreira em suas mãos, remetendo à frase: Eu sou a
parreira, vocês são os ramos.. Pintou também quadros privados, como Madonnas e
Deposições para altares domésticos.
Em
Veneza, abriu um ateliê e executava altares para diversas igrejas. Recebia
também encomendas de retratos particulares, dentre eles, Retrato de um Jovem.
Mas na cidade foi ofuscado pela fama de Ticiano, que dominava a cena artística.
Deixou Veneza em 1532 e foi para Treviso. Começou a vagar de cidade em cidade,
procurando por encomendas. Mas era cada vez mais difícil ganhar dinheiro. Em
1552, entrou na vida religiosa como irmão leigo. Morreu em 1556. Giorgio Vasari
incluiu a biografia de Lotto no terceiro volume de Vidas. Lotto mesmo deixou
várias anotações e diários. Entre muitos pintores influenciados por ele, está
Giovanni Busi.
Durante
sua vida, Lotto foi um pintor respeitado e popular no norte da Itália. Os
vários estilos que trabalhou durante a vida o colocam fora da Escola de Veneza,
a qual é comumentemente associado. Teve seu estilo individual e até mesmo
idiossincrático. Depois de sua morte, foi gradualmente esquecido, talvez pelo
fato de que suas obras permanecem em pequenas igrejas e museus menores. Graças
ao trabalho do historiador de arte Bernard Berenson, foi redescoberto e
aclamado como mestre no final do século XIX.
Nenhum comentário:
Postar um comentário