quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

MACHADO DE ASSIS: CAIXA REÚNE 26 LIVROS DO MAIOR ESCRITOR BRASILEIRO.

 


BOX CONTA COM OBRAS LANÇADAS EM VIDA PELO FUNDADOR DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E PERMITE ACOMPANHAR O DESENVOLVIMENTO DE SUA ESCRITA

Maior nome da literatura brasileira, Machado de Assis (1839-1908) começou a escrever cedo, com apenas 15 anos, e só parou poucos meses antes de morrer, aos 69 anos. No mais de meio século em que esteve ativo, produziu de tudo, intensamente: romances, poesias, contos, crônicas e peças de teatro. Mas como alertava o poeta francês Arthur Rimbaud – contemporâneo de Machado –, ninguém é sério aos 17 anos. 

Foi justamente movido pelo desejo de acompanhar a evolução literária de Machado de Assis, do jovem que se arriscava em poemas, críticas teatrais e pequenos textos publicados em jornal ao gigante da literatura mundial que o professor Hélio de Seixas Guimarães, livre-docente de literatura brasileira no departamento de Letras Clássicas e Vernáculas na Universidade de São Paulo (USP), idealizou a coleção “Todos os livros de Machado de Assis”, publicada pela editora Todavia. “Costumo dizer que Machado de Assis não nasceu pronto: ele se constituiu como esse autor imenso que conhecemos a partir de muito talento, claro, mas também de muito trabalho e dedicação”, conta o professor. 

São 26 volumes, entre poesia, teatro, conto e romance, com tudo o que Machado escreveu e publicou em livros ao longo de sua vida. Estão lá clássicos como “Quincas Borba”, “Dom Casmurro” e “Memórias póstumas de Brás Cubas”, acompanhados de raridades como “Desencantos”, uma peça de teatro de 1861 que marcou a estreia de Machado de Assis em livros, e o último romance, “Memorial de Aires”, de 1908. Livros póstumos, como “A semana” (1914) e “Casa velha” (1944), além das inúmeras coletâneas de contos criadas por editoras ao longo dos anos, não entraram na seleção. 

A cronologia facilita ao leitor acompanhar como os temas desenvolvidos pelo fundador da Academia Brasileira de Letras se desenvolveram ao longo de sua carreira, como questões de raça e gênero, além de aspectos políticos e da história do Brasil. Afinal, Machado testemunhou e relatou na sua obra as mudanças do país, como o fim da escravidão e a proclamação da República. Também foi respeitada a pontuação dos textos originais, ainda que causem estranheza aos leitores de hoje. “Penso que a coleção, que traz tudo aquilo que Machado escolheu para figurar em seus livros, permite conhecer o escritor em todos os seus momentos, considerando também seus altos e baixos e suas contradições”, diz Guimarães (leia entrevista ao lado). 

Uma equipe de mais de 20 pessoas – entre designers, leitores críticos, preparadores, consultores, revisores técnicos e editores – se debruçou sobre o projeto ao longo de quatro anos, que contou com o apoio do Itaú Cultural. “O maior desafio foi dar conta da quantidade e variedade dos livros. São 25 livros, mais um volume extra, que somam alguns milhares de páginas e mais de um milhão de palavras”, detalha o professor. 

O trabalho pode ter sido intenso, mas o resultado certamente valeu a pena. O tratamento é de luxo, e o projeto gráfico foi baseado em uma pesquisa nos originais do escritor. Batizada de Machado Serifada, uma nova família tipográfica foi desenvolvida exclusivamente para os livros. A tiragem da caixa completa é limitada a apenas 500 exemplares. A partir do primeiro semestre do ano que vem, os livros começarão a ser vendidos de forma avulsa. 


OS TÍTULOS DA COLEÇÃO 


Desencantos (1861);

Teatro (1863);

Quase ministro (1864);

Crisálidas (1864);

Os deuses de casaca (1866);

Falenas (1870);

Contos fluminenses (1870);

Ressurreição (1872);

Histórias da meia-noite (1873);

A mão e a luva (1874);

Americanas (1875);

Helena (1876);

Iaiá Garcia (1878);

Memórias póstumas de Brás Cubas (1881);

Tu só, tu, puro amor… (1881);

Papéis avulsos (1882);

Histórias sem data (1884);

Quincas Borba (1891);

Várias histórias (1896);

Páginas recolhidas (1899);

Dom Casmurro (1899);

Poesias completas (1901);

Esaú e Jacó (1904);

Relíquias de casa velha (1906);

Memorial de Aires (1908);

Volume extra: Terras, Compilação para estudo (1886).

 



 

Coleção "Todos os livros de Machado de Assis"

Machado de Assis

Editora Todavia

R$ 1.599,90

Disponível no site www.todavialivros.com.br 




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