LÍNGUA PORTUGUESA
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio
amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem
brilho!
Vídeo do poema Língua Portuguesa | Poema de Olavo Bilac com narração de Mundo Dos Poemas.
No link: https://www.youtube.com/watch?v=z3EXg-cd1nE
ou assista no vídeo abaixo.
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