segunda-feira, 13 de março de 2023

EFEMÉRIDES: HÁ 451 ANOS EM 12 DE MARÇO DE 1572 É PUBLICADA A PRIMEIRA EDIÇÃO DE OS LUSÍADAS DE LUIZ VAZ DE CAMÕES





No anexo: OS LUSÍADAS, a importante obra do talentoso escritor universal Camões. Os Lusíadas - Luís de Camões – Porto editora - 3ª edição. Livro em Português (Brasil). Medida 18,5 x 13 x 3 cm. Tenho aqui em minha biblioteca essa terceira edição. Alberto Araújo.

 

Os Lusíadas é uma obra de poesia épica do escritor português Luís Vaz de Camões, a primeira epopeia portuguesa publicada em versão impressa. Provavelmente iniciada em 1556 e concluída em 1571, foi publicada em Lisboa em 1572 no período literário do Classicismo, ou Renascimento tardio, três anos após o regresso do autor do Oriente, via Moçambique.

 

A obra é composta por dez cantos, 1.102 estrofes e 8 816 versos em oitavas decassilábicas, sujeitas ao esquema rímico fixo AB AB AB CC – oitava rima real, ou camoniana. A ação central é a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, à volta da qual se vão evocando outros episódios da história de Portugal, glorificado o povo português.

 

Estrutura

 

“As armas e os barões assinalados A

Que, da ocidental praia lusitana, B

Por mares nunca de antes navegados A

Passaram ainda além da Taprobana, B

Em perigos e guerras esforçados, A

Mais do que prometia a força humana, B

E entre gente remota edificaram C

Novo reino, que tanto sublimaram. C”

 

— Os Lusíadas, Canto I, estrofe 1

 

A estrutura externa refere-se à análise formal do poema: número de estrofes, número de versos por estrofe, número de sílabas métricas, tipos de rimas, ritmo, figuras de estilo, etc. Assim: A obra Os Lusíadas é constituída por dez partes, chamadas de cantos na lírica; cada canto tem um número variável de estrofes (em média, 110); as estâncias são oitavas, tendo, portanto oito versos; a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos (AB AB AB CC, ver na citação ao lado); cada verso é constituído por dez sílabas métricas (decassilábico), em sua maioria heroicas (acentuadas nas sextas e décimas sílabas).

 

Sendo Os Lusíadas um texto renascentista, não poderia deixar de seguir a estética grega que dava particular importância ao número de ouro. Assim, o clímax da narrativa, a chegada à Índia, foi colocada no ponto que divide a obra na proporção áurea (início do Canto VII). A estrutura interna relaciona-se com o conteúdo do texto. Esta obra mostra ser uma epopeia clássica ao dividir-se em quatro partes:

 

Proposição - introdução, apresentação do assunto e dos heróis (estrofes 1 a 3 do Canto I);

Invocação - o poeta invoca as ninfas do Tejo e pede-lhes a inspiração para escrever (estrofes 4 e 5 do Canto I);

Dedicatória - o poeta dedica a obra ao rei D. Sebastião (estrofes 6 a 18 do Canto I);

Narração - a narrativa da viagem, in medias res, partindo do meio da ação para voltar atrás no tempo e explicar o que aconteceu até ao momento na viagem de Vasco de Gama e na história de Portugal, e depois prosseguir na linha temporal.

 

Por fim, há um epílogo a concluir a obra (estrofes 145 a 156 do Canto X).

Camões Lendo «Os Lusíadas» aos Frades de São Domingos (1929), de António Carneiro.

 

OS PLANOS TEMÁTICOS DA OBRA SÃO:

Plano da Viagem - onde se trata da viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia de Vasco da Gama e dos seus marinheiros;

Plano da História de Portugal - são relatados episódios da história dos portugueses;

Plano da Mitologia - são descritas as influências e as intervenções dos deuses da mitologia greco-romana na ação dos heróis.

Plano das considerações do Poeta - Camões refere-se a si mesmo enquanto poeta admirador do povo e dos heróis portugueses;

Ao longo da narração deparam-se-nos vários tipos de episódios: bélicos, mitológicos, históricos, simbólicos, líricos e naturalistas.

 

IMPRESSÃO

Da edição impressa pela primeira vez em 1572 em Lisboa, ou de outras apresentadas com a mesma data, mas que podem ter sido impressas nos anos seguintes ainda ao abrigo da mesma licença, subsistem apenas 34 exemplares conservados em três Continentes.

 

INSTITUIÇÕES COM EXEMPLARES DA PRIMEIRA EDIÇÃO

 

Academia Brasileira de Letras

Academia das Ciências de Lisboa

Ateneu Comercial do Porto

Biblioteca José Mindlin (Universidade de São Paulo)

Biblioteca Nacional do Brasil, Rio de Janeiro

Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa

Biblioteca Nacional da Espanha, Madrid

Biblioteca Nazionale, Nápoles

Biblioteca Nacional da França

Biblioteca Bodleiana, Universidade de Oxford

Bosch Brazilian Library, Estugarda

Biblioteca Britânica

Casa de Bragança

Universidade Harvard

Lello & Irmãos

Real Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro

Universidade de Coimbra

Harry Ransom Humanities Research Center, Universidade do Texas em Austin

The Hispanic Society of America, New York

John Carter Brown Library, Universidade Brown, Providence

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, Açores






FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lusíadas

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