EFEMÉRIDES: HÁ 433 ANOS, EM 18 DE MARÇO DE 1590 NASCEU MANUEL DE FARIA E SOUSA, FIDALGO, HUMANISTA, ESCRITOR, POETA, CRÍTICO, HISTORIADOR, FILÓLOGO E MORALISTA PORTUGUÊS.
Dom Manuel de Faria e Sousa nasceu em Felgueiras, Pombeiro de Ribavizela - Portugal e faleceu em 18 de março de 1590 em Madrid-Espanha, em 3 de junho de 1649. As suas obras foram quase todas escritas em língua castelhana, pátria que adotou. Foi Comendador da Ordem de Cristo.
Nascido na Quinta da Caravela numa família ilustre da velha aristocracia portuguesa, conforme as notas do Nobiliário do Conde D. Pedro, "os Farias” teriam tido origem num Fernandes Pires de Faria, alcaide-mor de Miranda, em tempos de D. Afonso III, ou, mais seguramente, num seu filho, Nuno Gonçalves de Faria. A este veio a suceder na sua casa um filho segundo, Álvares Gonçalves de Faria, que foi pai de João Álvares de Faria, combatente de Aljubarrota, a quem de fato Fernão Lopes menciona. Casado este, teve pelo menos dois filhos, Álvaro de Faria (comendador de Avis) e Afonso Anes de Faria." Este foi antepassado de Estácio de Faria, o qual "serviu nas armadas com o governador da Índia Diogo Lopes de Sequeira, teve ofício na fazenda do Brasil, foi douto em letras, ”gastou mais que juntou”, e teve vários filhos. De sua mulher Francisca Ribeira, dos Senhores do Couto do Pombeiro (Pombeiros de Ribavizela) teve Dona Luísa de Faria, sua mãe, casada com seu Pai, Amador Pires de Eiró, Senhor da Quinta da Caravela ”e mestre de seus filhos”, de Manuel de Faria e Sousa".
Estudou nos seminários de Braga para seguir a carreira eclesiástica, mas acabou por recusar esse caminho, casando com D. Catarina Machado, "filha de Pedro Machado, contador da Chancelaria do Porto, e de Catarina Lopes de Herrera, que o genro declara sepultada na Sé daquela cidade, e teve entre outros filhos a Pedro de Faria e Sousa, capitão da infantaria espanhola, na Flandres, que em Madrid casou com Dona Luísa de Nárvaez", da primeira nobreza espanhola, dos Condes de Rojas. Este seu filho após a morte do pai em Madrid, logo veio para Portugal onde "foi muito bem recebido por D. João IV, e viria a ser o preparador, para publicação, de grande parte da enorme massa de inéditos do eminente polígrafo."
D. Manuel de Faria e Sousa aos catorze anos entrou ao serviço dum amigo do seu pai, D. Gonçalo de Morais, Bispo do Porto, frequentando a escola episcopal, onde aprendeu História, Artes, Literatura, etc. Aí escreveu poesias que foram admiradas, e entrou em relação com altas figuras da época.
Teve vasta descendência, (famílias
Botelhos de Morais Sarmento - Conde de Armamar e Guarda-Mores do Sal de
Setubal-, Vasconcelos e Sá, Cabrais - de Évora -, Condes da Ervideira, Picão
Caldeira, etc.) estando a sua representação genealógica e chefia na família
Botelho de Morais Sarmento.
Os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro de Pombeiro em 1660, onde repousam, sob uma laje, à direita do altar-mor.
O maior elogio a Faria e Sousa, como crítico literário, encontra-se em Lope de Vega: "assi como Luiz de Camoens es príncipe de los poetas que escrivieron en idioma vulgar, lo es Manuel Faria de los commentadores en todas lenguas."
OBRAS
Frontispicio de Europa Portuguesa,
1678.
Muerte de Jesus y llanto de Maria.
madrid, 1623.
fabula de Narciso e Echo. Lisboa,
1623. Em português
Divinas e humanas flores. Madrid, por
Diego Flameco 1624.
Noches claras. Madrid, por Diego
Flameco 1624.
Fuente de Aganipe y Rimas várias.
Madrid, por Carlos Sánchez Bravo 1644 1646. Poesias em português e castelhano.
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