A Coroação de Pedro II do Brasil como Imperador do Império do Brasil ocorreu na Capela Imperial, Rio de Janeiro, no dia 18 de julho de 1841. D. Pedro II foi coroado dez anos depois da abdicação de seu pai, o imperador D. Pedro I, em 7 de abril de 1831, quando teve de ir a Portugal para lutar contra seu irmão, D. Miguel, que havia usurpado o trono da rainha D. Maria II, filha do antigo monarca. O imperador foi coroado aos 15 anos de idade. O evento durou 9 dias.
ANTEVÉSPERA DA COROAÇÃO
No dia 16 de julho, o cortejo se dirigiu à cidade. Junto ao cortejo, iam a cavalaria, a fanfarra e todos aqueles que teriam alguma função no evento. Alguns resquícios do feudalismo português, como o Rei de Armas, arautos, passavantes, porteiros da maça e porteiros da câmara, também participaram da procissão.
O Cortejo, direcionado para a Capela
Imperial, foi ovacionado ao passar pelas ruas do Rio de Janeiro que estavam
cobertas de folhas e flores. As sacadas das casas da cidade estavam enfeitadas
de bandeiras e colchas coloridas.
Quando chegaram a capela, foram
recebidos por um bispo e por um cabido. O jovem Imperador entrou na igreja e
depois o cortejo seguiu em direção ao Paço Imperial. No outro dia, ele e suas
irmãs se prepararão para o evento que aconteceria no dia seguinte.
ENTRADA NA IGREJA
Às 11h30min, Pedro II, a corte, os
ministros, e o corpo diplomático partiram para Capela Imperial. O imperador
trajava um manto branco e azul, carregando a placa de Grão-mestre da Imperial
Ordem do Cruzeiro. Foi recebido pelo Bispo do Rio de Janeiro e pelo o clero. Na
entrada da varanda se lia "Deus protege o Imperador e o Brasil".
O ATO DE COROAÇÃO DE DOM PEDRO II
RITUAL RELIGIOSO
Seis bispos o conduziram ao trono e
depois ao presbitério. Lá fora ungido no pulso direito e nas espáduas. Após
isso, o Imperador foi revestido com as vestes imperiais e ouviu a missa,
sentado no trono. Terminada a missa, ele se dirigiu ao altar e recebeu as
insígnias imperiais e então se sentou no trono pela segunda vez, agora para
ouvir o Te Deum. Estavam presentes as suas irmãs, o corpo diplomático e a
corte. Todos assistiram à cerimônia, que durou três horas.
Quando o ato religioso terminou, o
imperador saiu da igreja, sendo ovacionado pelo povo que o esperava na praça.
ACLAMAÇÃO
O cortejo então se direcionou para a varanda que tinha vista para a praça. Quando o imperador apareceu entre as colunas, o povo prorrompeu em vivas, o Rei de Armas gritou para a multidão que estava na praça: "Ouvide, ouvide, estais atentos!". Então o Alferos-mor anunciou por três vezes:
"Está sagrado o mui alto e mui poderoso príncipe, o Sr. D. Pedro II por graça de Deus e unânime aclamação dos povos, imperador constitucional e defensor perpétuo do Brasil. Viva o Imperador!".
CUMPRIMENTOS
Após as aclamações, pode se ouvir
salva de tiros de artilharia. D. Pedro então se dirigiu à sala do trono do
Paço, aonde recebeu os cumprimentos dos convidados e da corte. No dia seguinte,
ele recebeu um cortejo de pessoas que vieram o felicitar.
APRESENTAÇÕES E COMEMORAÇÕES
O PAÇO IMPERIAL
Na noite do dia 19 houve um espetáculo no Teatro São Paulo. Os outros dias também tiveram apresentações, como a apresentação musical da nova versão do Hino da Abdicação, que se tornara agora o Hino Nacional, composto por Francisco da Silva.
No dia 24, encerrariam as comemorações
com o Baile da Coroação, que aconteceria no Paço Imperial. Foram convidados 1
500 pessoas. No baile, enquanto tocava o novo Hino Nacional, o Imperador, junto
com as irmãs entrou no salão, sendo reverenciado pelos convidados. Os três se
assentaram num sofá que estava sobre dois palanques de dois degraus. Em vez de
dançar, o jovem monarca passeou com a sua irmã, Dona Januária, de braços dados.
Após as princesas dançarem com representantes de países estrangeiros e com
nobres brasileiros, a família Imperial jantou na sala do trono. O Baile terminou
às 1h30min do outro dia.
D. Pedro II, em retrato de Delfim Câmara em 1875, no período das viagens diplomáticas internacionais
Nenhum comentário:
Postar um comentário