"Mais
do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores,
línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são
semelhantes." – Sebastião Salgado.
Sebastião
Ribeiro Salgado Júnior nasceu na vila de Conceição do Capim, em Aimorés, em 8
de fevereiro de 1944 é um fotógrafo brasileiro.
Ao
longo das últimas décadas, suas lentes captaram, sempre em preto e branco, as
múltiplas formas de violação da dignidade humana, como as guerras, a pobreza e
a exploração do trabalho.
Mas,
ultimamente, vêm repousando no extremo oposto: lugares intocados pelas mãos
predatórias do homem, povos originários e animais raros em seu habitat natural,
como podemos ver em "Gênesis", e em “Amazônia”, seus trabalhos mais
recentes.
Sebastião
Salgado é, internacionalmente, reconhecido e recebeu praticamente todos os
principais prêmios de fotografia do mundo como reconhecimento por seu trabalho.
Fundou em 1994 a sua própria agência de notícias, As Imagens da Amazônia, que
representa o fotógrafo e seu trabalho. Salgado e sua esposa Lélia Wanick
Salgado, autora do projeto gráfico da maioria de seus livros, fixaram
residência em Paris. O casal tem dois filhos, Juliano Salgado, nascido em 1974,
e Rodrigo, nascido em 1979, que tem síndrome de Down. Juliano é cineasta e
dirigiu, juntamente com o também fotógrafo Wim Wenders, o documentário O Sal da
Terra, sobre o trabalho de seu pai. que foi indicado ao Oscar 2015 de melhor
documentário.
Ao
longo dos anos, Sebastião Salgado tem contribuído generosamente com
organizações humanitárias incluindo o Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, (ACNUR), a
Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos sem Fronteiras e a Anistia
Internacional. Com sua esposa, Lélia Wanick Salgado, apoia atualmente um
projeto de reflorestamento e revitalização comunitária em Minas Gerais
(Instituto Terra).
Viveu
sua infância em Expedicionário Alício. Graduou-se em Economia pela Universidade
Federal do Espírito Santo (1964-1967). Realizou mestrado na Universidade de São
Paulo e doutorado na Universidade de Paris, ambos também em Economia.
Casou-se
com a pianista Lélia Deluiz Wanick. Salgado inicialmente trabalhou como
secretário para a Organização Internacional do Café (OIC). Em suas viagens de
trabalho para a África, muitas vezes encomendado conjuntamente pelo Banco
Mundial, fez sua primeira sessão de fotos, nos anos 70, com a Leica da sua
esposa. Fotografar o inspirou tanto que logo depois ele tornou-se independente
em 1973, como fotojornalista e, em seguida, voltou para Paris.
Em
1979, depois de passagens pelas agências de fotografia Sygma e Gamma, entrou
para a Magnum. Encarregado de uma série de fotos sobre os primeiros 100 dias de
governo de Ronald Reagan, Salgado documentou o atentado a tiros cometido por
John Hinckley, Jr. contra o então presidente dos Estados Unidos, no dia 30 de março
de 1981, em Washington. A venda das fotos para jornais de todo o mundo permitiu
ao brasileiro financiar seu primeiro projeto pessoal: uma viagem à África.
Seu
primeiro livro, Outras Américas, sobre os pobres na América Latina, foi
publicado em 1986. Na sequência, publicou Sahel: O "Homem em Pânico"
(também publicado em 1986), resultado de uma longa colaboração de doze meses
com a organização não governamental Médicos sem Fronteiras cobrindo a seca no
Norte da África. Entre 1986 e 1992, ele concentrou-se na documentação do
trabalho manual em todo o mundo, publicada e exibida sob o nome
"Trabalhadores rurais", um feito monumental que confirmou sua
reputação como foto documentarista de primeira linha. De 1993 a 1999, ele
voltou sua atenção para o fenômeno global de desalojamento em massa de pessoas,
que resultou em Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e
aclamados internacionalmente.
Na
introdução de Êxodos, escreveu: "Mais do que nunca, sinto que a raça
humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e
oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes.
Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua
sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações
extremas…". Trabalhando inteiramente com fotos em preto e branco, o
respeito de Sebastião Salgado pelo seu objeto de trabalho e sua determinação em
mostrar o significado mais amplo do que está acontecendo com essas pessoas
criou um conjunto de imagens que testemunham a dignidade fundamental de toda a
humanidade ao mesmo tempo em que protestam contra a violação dessa dignidade
por meio da guerra, pobreza e outras injustiças.
Em
setembro de 2000, com o apoio das Nações Unidas e do UNICEF, Sebastião Salgado
montou uma exposição no Escritório das Nações Unidas em Nova Iorque, com 90
retratos de crianças desalojadas extraídos de sua obra Retratos de Crianças do
Êxodo. Essas impressionantes fotografias prestam solene testemunho a 30 milhões
de pessoas em todo o mundo, a maioria delas crianças e mulheres sem residência
fixa. Em outras colaborações com o UNICEF, Sebastião Salgado doou os direitos
de reprodução de várias fotografias suas para o Movimento Global pela Criança e
para ilustrar um livro da moçambicana Graça Machel, atualizando um relatório
dela de 1996, como Representante Especial das Nações Unidas sobre o Impacto dos
Conflitos Armados sobre as Crianças. Atualmente, em um projeto conjunto do
UNICEF e da OMS, ele está documentando uma campanha mundial para a erradicação
da poliomielite.
Em
06 de dezembro de 2017, tomou posse da Cadeira n.º 1, das quatro Cadeiras de
fotógrafos da Academia de Belas Artes da França, substituindo Lucien Clergue,
que morreu em 2014. Na cerimônia oficial de posse como imortal da Academia,
recebeu o fardão e a espada, sendo o primeiro brasileiro a integrar o rol de
imortais da instituição.
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