POLÍPTICO de oito pinturas a óleo sobre madeira de carvalho criado de 1509 a 1511, tratando-se provavelmente de obra coletiva com participação proeminente do artista flamengo Quentin Metsys (1466-1530), e que decorou o altar-mor do Convento da Madre de Deus, no bairro de Xabregas em Lisboa, estando atualmente os vários painéis dispersos por três museus.
O Políptico das Sete Dores de Maria é composto por um painel central, a Virgem das Dores, e sete painéis laterais, sendo a Apresentação do Menino no Templo, o Descanso na Fuga para o Egito, o Menino Jesus entre os Doutores, Cristo a Caminho do Calvário, o Calvário, a Lamentação e S. João Evangelista e as Santas Mulheres depois do enterro de Cristo, que correspondem às Sete Dores da Virgem Maria da devoção católica.
O painel central, Virgem das Dores, e cinco painéis laterais, a Apresentação do Menino no Templo, o Menino Jesus entre os Doutores, Cristo a Caminho do Calvário, a Lamentação e S. João Evangelista e as Santas Mulheres depois do enterro de Cristo encontram-se no Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa, o Calvário no Museu Dom João VI do Rio de Janeiro, e o Descanso na Fuga para o Egito no Museu de Arte de Worcester, Massachusetts.
O retábulo do altar primitivo da igreja do Convento da Madre de Deus de Xabregas, em Lisboa, deveria ser da invocação das "Sete Dores" de Maria. Dado que o Convento foi fundado por D. Leonor, viúva de D. João II e irmã do reinante D. Manuel I, em 1509, é de crer que a encomenda deste Políptico tenha sido efetuada imediatamente, havendo autores como Max Friedländer que consideram que a feitura dos quadros tenha ocorrido entre 1504 e 1511. Com efeito, segundo um documento publicado por Reynaldo dos Santos, em 1513 D. Manuel ofereceu aquele Convento um pano para cobrir as pinturas do altar-mor.
Ignora-se
se a encomenda foi da própria Rainha ou de qualquer outra entidade, nacional ou
estrangeira, que quisesse obsequiá-la, admitindo Reynaldo dos Santos que tenha sido
João Brandão, feitor em Antuérpia, o intermediário entre a Rainha e o Pintor e
que a obra já estivesse colocada no Convento em 1513.
Para Dagoberto Markl e Fernando Pereira, o Políptico das Sete Dores de Maria é uma das principais obras de Quentin Metsys em terras portuguesas e que decoraria provavelmente o altar-mor do Convento da Madre de Deus, sendo esta também a convicção do historiador Luís Reis Santos.
CRÉDITO
DA IMAGEM: Simulação da disposição original do Políptico das Sete Dores de
Maria (1509 - 1511), de Quentin Metsys e ateliê, que decorou o altar-mor do
Convento da Madre de Deus.
A
imagem está assim constituída.
Apresentação
do Menino no Templo
A dor de Maria - a profecia de Simeão sobre Jesus
(Lucas 2:34–35)
Descanso
na Fuga para o Egito
Menino
Jesus entre os Doutores
Cristo
a Caminho do Calvário
Calvário
Lamentação
Políptico
é um retábulo composto por painéis fixos ou móveis, que completam uma unidade
ou formam um conjunto subordinado sobre um mesmo tema. Os polípticos são
montados em uma estrutura, que pode ser composta por pequenos painéis, e em
alguns casos conter cenas narrativas.
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