terça-feira, 24 de janeiro de 2023

24 DE JANEIRO DE 1.597 – CARTA DE DOAÇÃO DA ILHA GRANDE, PELO DONATÁRIO DE SÃO VICENTE, MARTIM AFONSO DE SOUSA, AO DESEMBARGADOR DR. VICENTE DA FONSECA.

 



ILHA GRANDE É UMA ILHA NO ESTADO BRASILEIRO, DO RIO DE JANEIRO. É rodeada de praias, coberta pela Mata Atlântica e atravessada por trilhos sinuosos. Na margem sudeste, a extensa Praia de Lopes Mendes, ladeada de palmeiras, é conhecida pelas ondas propícias ao surf. Lagoa Azul, na zona norte da ilha, possui águas protegidas e repletas de peixes. Na costa nordeste, a Vila do Abraão possui a Igreja de São Sebastião, do século XIX. Paraíso natural, histórico e cultural de Angra dos Reis e agora Patrimônio Mundial escolhido pela UNESCO. 

Segundo os historiadores, a primeira igreja da Ilha Grande foi construída pelo Major Bento José da Costa, em 1796, na localidade denominada Ponta da Ubalda, em honra a Santana. Em 1802, a Igreja foi elevada a categoria de Matriz da Ilha Grande e o povoado reconhecido como Freguesia de Santana da Ilha Grande de Fora.

HISTÓRIA DA ILHA GRANDE

Antes da descoberta oficial do Brasil, a Ilha Grande fazia parte da nação dos índios Tamoios, que habitavam o litoral brasileiro entre Cabo Frio e Ubatuba. Eles chamavam a ilha de Ipaum (Ilha) Guaçu (Grande). Este nome também aparece em registros do aventureiro alemão Hans Staden e do padre jesuíta espanhol José de Anchieta. 

Segundo os relatos do explorador italiano Américo Vespúcio a segunda expedição oficial portuguesa ao Brasil, passou pela Ilha Grande em seis de janeiro de 1502 (dia dos Três Reis Magos no santoral católico), batizando a enseada (angra) em frente da ilha de Angra dos Reis.

Existe o registro que a Ilha Grande fazia parte da Capitania de São Vicente (que coube a Martim Afonso de Sousa) presentear ao desembargador Dr. Vicente de Fonseca que, aparentemente, nunca tomou posse da ilha.

As primeiras informações sobre habitantes europeus na Ilha Grande vêm de relatos de tripulantes da Armada do corsário inglês Thomas Cavendish que ancorou na Ilha em dezembro de 1591. Conforme este relato tinha cinco a seis casas na ilha habitadas por portugueses e índios que cultivavam mandioca, batata doce, banana e criavam porcos e galinhas. 

Com a expansão do comércio ilícito por piratas e corsários, Portugal instalou uma guarda costeira, comandada por Martim de Sá, fiscalizando toda a costa entre Cabo Frio e Santa Catarina. Foi explicitamente proibida a habitação das ilhas da região para evitar um contato entre potenciais moradores e inimigos da coroa portuguesa. Sendo assim, a Ilha Grande ficou praticamente desabitada até metade do século XVIII

Com a descoberta de ouro em Minas Gerais e a implantação de lavouras de cana e de café no século XVIII, a Ilha Grande se tornou o centro principal para o contrabando de escravos africanos, na região. Em 200 anos, e um dos capítulos mais escuros da história brasileira, embarcaram nas praias de Palmas e Dois Rios um grande número de navios com homens, mulheres e crianças da África, destinados ao trabalho pesado nas plantações de açúcar e nas fazendas de café.

Para poder alimentar a demanda de mão de obra, depois da abolição da escravatura em 1850, o Brasil abriu as portas para imigrantes, principalmente europeus e asiáticos. Como em alguns destes países havia epidemias de cólera, o imperador D. Pedro II mandou construir um Lazareto de quarentena (1886) e um aqueduto de abastecimento de água (1889). As ruínas destas instalações ficam perto, estão na praia Preta, ao norte de Abraão.

O Lazareto foi desativado em 1893, passando a funcionar como presídio político durante a ditadura militar (um segundo presídio deste tipo foi instalado na Ilha Anchieta em São Paulo). A construção veio a ser parcialmente demolida durante a Revolução Constitucionalista em 1932 e os prisioneiros passaram para a Colônia Correcional de Dois Rios no outro lado da ilha. 

Com a construção do Instituto Penal Cândido Mendes em 1940, a capacidade de presos foi aumentada para 1.000 pessoas. O presídio foi desativado e implodido pelo governo do estado de Rio de Janeiro em 1994. Os prisioneiros foram transferidos para Bangu I e II, dois presídios de segurança máxima em Rio de Janeiro. O terreno e as instalações que sobraram foram transferidos para a Universidade Estadual de Rio de Janeiro que hoje dirige lá um centro de ciências biológicas. Alguns ex-presidiários e ex-funcionários do presídio ficaram na ilha, abrindo pequenos negócios.

Do final do século XIX ao início do século XX, a pesca passa a ser a atividade econômica principal da ilha. Imigrantes japoneses vindo de São Paulo instalaram aproximadamente 30 fábricas de salga de peixe na Ilha Grande. Devido à diminuição do pescado na baía da Ilha Grande a produção declinou substancialmente, sendo gradualmente substituído pela venda de peixe congelado e, mais tarde, pelo turismo. Na Ilha Grande vivem hoje cerca de 5.000 habitantes distribuídos sobre 20 localidades – Turismo no Brasil / História.

 





 

Passeios Históricos / Brasil

Escrito por Frank Segieth.

http://www.ecoturismoaventura.com.br/brasil-historia/ilha-grande.htm

 

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