terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

A ÓPERA “COSÌ FAN TUTTE” - WOLFGANG AMADEUS MOZART



COSÌ FAN TUTTE - ASSIM FAZEM TODAS é a antepenúltima ópera de Mozart. Seu libreto é de Lorenzo da Ponte, e sua estreia ocorreu no Burgtheater de Viena em 26 de janeiro de 1790.

Così Fan Tutte é a terceira e última ópera de Mozart e o libreto foi escrito por da Ponte. A composição da ópera foi sugerida pelo imperador romano-germânico José II. O libreto foi originalmente destinado a Antonio Salieri, compositor contemporâneo de Mozart, mas o compositor italiano só escreveu algumas partes do 1º ato e, em seguida, desistiu do trabalho.

O encontro com Da Ponte permitiu a W. A. Mozart aventurar-se no gênero lírico da ópera buffa, o qual, em registro de comédia, vinha conquistando os teatros de Viena desde a década de 1760. Os dois autores colaboraram, primeiro, nas óperas Le Nozze di Figaro e Don Giovanni, e é quase certo que Così fan tutte não teria sido o último trabalho conjunto, não fosse o compositor ter vivido menos de dois anos após a data da estreia. Esta teve lugar a 26 de janeiro de 1790. Três semanas mais tarde, a morte do Imperador José II interrompeu o ciclo de recitais, que só seria retomado no mês de outubro seguinte, quando Leopoldo II foi coroado e os teatros reabriram as portas.

SOBRE A ÓPERA 

O enredo começa com uma discussão entre homens acerca da natureza comportamental das mulheres. Dois jovens militares de baixa patente, Ferrando (tenor) e Guglielmo (barítono), estão noivos de Fiordiligi (soprano) e Dorabella (mezzo-soprano), respetivamente.

Don Alfonso surge na voz de baixo – na ópera buffa este registo vocal representa quase sempre o papel principal. Este personagem é, por vezes, recreado na figura de um filósofo. Noutras versões, aparece como um cínico manipulador. É ele quem lança a ideia inicial de que, muito embora alguns acreditem que a fidelidade é inseparável da condição feminina, tal não é verdade.

Ferrando e Guglielmo sentem-se assim desafiados e, por isso, concordam em apostar que as suas noivas seriam incapazes de os traírem, fosse qual fosse a circunstância. Para o provarem, fingem partir para a guerra. Reaparecem logo de seguida disfarçados, cada um com o malicioso propósito de galantear a noiva do parceiro. Acontece que os sentimentos das jovens vacilam e, a dada altura, ambas se encontram novamente comprometidas, mas desta vez com parceiros trocados. Por fim, os militares revelam as suas verdadeiras identidades e todos acabam por consentir em registo jocoso aquilo que desde início o título da ópera não esconde – que, afinal, «as mulheres são todas iguais».

A partitura contém algumas das páginas mais brilhantes assinadas por Mozart. Ainda assim, tal não impede que desde há mais de dois séculos muitos não hesitem em criticar a trivialidade deste enredo, questionando o facto de um compositor de tal grandeza se ter disposto a trabalhá-lo. Neste sentido, a questão que verdadeiramente se coloca é a relação que se estabelece entre texto e música. E há respostas para todos os gostos. Desde aquelas que entendem que tudo se resume a uma humanização complacente da sátira e da ironia, até às que não escondem o incomodo sentido diante da frivolidade e do cinismo com que são abordados temas tão delicados da filosofia moral. Com efeito, é precisamente na ambiguidade que se instala em tão peculiar abordagem musical do texto que se acha um dos filões mais fascinantes desta ópera. Em muitos momentos, quase parece estarmos na presença de dois libretos, e não um. O primeiro, seria aquele que se inscreve nas palavras de Da Ponte. O segundo, estaria implícito nas «entrelinhas» da pauta musical. Se enveredarmos por esta leitura em que se contempla a multiplicidade de sentidos, Così fan tutte passa a ser muito mais do que um divertidíssimo emaranhado de peripécias e mal-entendidos em que a crítica de costumes se mistura com melodias admiráveis. Abre-se então a porta para uma reflexão profunda sobre temas como a sexualidade humana, ou sobre a eterna dicotomia entre os primados da razão e da emoção.

 

PERSONAGENS

 

Ferrando (É um jovem soldado, noivo de Dorabella)-tenor

Guglielmo (Também é um soldado, noivo de Fiordiligi)-barítono

Fiordiligi (É uma dama de Nápoles,irmã de Dorabella e noiva de Guglielmo)-soprano

Dorabella (Também é uma dama de Nápoles,irmã de Fiordiligi e noiva de Ferrando) -mezzosoprano

Don Alfonso (É um solteirão e filósofo idoso,de cabelos grisalhos)-baixo

Despina (Criada de Fiordiligi e de Dorabella)-soprano

Soldados, criados e marinheiros-coro.

 

 



PARA ASSISTIR A ÓPERA NO YOUTUBE COM JANOWITZ, LUDWIG, ALVA, PREY SOB A CONDUÇÃO DE KARL BÖHM

 

CLICAR NO LINK: https://www.youtube.com/watch?v=XDqFkQRIqTU

 


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