Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha nasceu no Rio de Janeiro, em 23 de abril de 1897 e faleceu no Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1973 aos 76 anos, foi um maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro
No estúdio da Rádio Mayrink Veiga, 1932, o jovem Manuel de Nóbrega, aos 19 anos (2º em pé da esquerda para direita) Carmen e Aurora Miranda (sentadas) segurando a flauta Pixinguinha.
Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira. Contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.
Pixinguinha era filho do músico Alfredo da Rocha Vianna, funcionário dos correios, flautista e que possuía uma grande coleção de partituras de choros antigos.
Aprendeu música em casa, fazendo parte de uma família com vários irmãos músicos, entre eles o China (Otávio Vianna). Foi ele quem obteve o primeiro emprego para o garoto, que começou a atuar em 1912 em cabarés da Lapa e depois substituiu o flautista titular na orquestra da sala de projeção do Cine Rio Branco. Nos anos seguintes continuou atuando em salas de cinema, ranchos carnavalescos, casas noturnas e no teatro de revista.
Pixinguinha integrou o famoso grupo Caxangá, com Donga e João Pernambuco. A partir deste grupo, foi formado o conjunto Oito Batutas, muito ativo a partir de 1919. Na década de 1930 foi contratado como arranjador pela gravadora RCA Victor, criando arranjos celebrizados na voz de cantores como Francisco Alves, Mário Reis e Carmen Miranda. No fim da década foi substituído na função por Radamés Gnattali. Na década de 1940 passou a integrar o regional de Benedito Lacerda, passando a tocar o saxofone tenor. Algumas de suas principais obras foram registradas em parceria com o líder do conjunto, mas hoje se sabe que Benedito Lacerda não era o compositor, mas pagava pelas parcerias.
Quando compôs Carinhoso, entre 1916 e 1917 e Lamentos em 1928, que são considerados alguns dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado e essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz, enquanto hoje em dia podem ser vistas como avançadas demais para a época. Outras composições, entre centenas, são "Rosa", "Vou vivendo", "Lamentos", "1 x 0", "Naquele tempo" e "Sofres porque Queres".
Pixinguinha passou os últimos anos de sua vida em Ramos, bairro que adorava, e morreu na igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, quando seria padrinho em uma cerimônia de batismo. Foi enterrado no Cemitério de Inhaúma.
Pixinguinha
estudou no Instituto Nacional de Música (instituição incorporada à Universidade
do Brasil, que atualmente é a Universidade Federal do Rio de Janeiro).
ALGUMAS
COMPOSIÇÕES
O
Urubu e o Gavião
Gravação
de 1930 com Pixinguinha na flauta.
Sofres
porque queres
Choro
"Atraente", de Chiquinha Gonzaga, gravação com Pixinguinha no
saxofone e Benedito Lacerda na flauta
A
pombinha (com Donga)
A
vida é um buraco
Aberlado
Abraçando
Jacaré
Acerta
o passo
Aguenta,
seu Fulgêncio (com Lourenço Lamartine)
Ai,
eu queria (com Vidraça)
Ainda
existe
Ainda
me recordo
Amigo
de povo
Assim
é que é
Benguelê
Bianca
(com Andreoni)
Buquê
de flores (com W. Falcão)
Cafezal
em flor (com Eugênio Fonseca)
Carinhos
Carinhoso
(com João de Barro)
Carnavá
tá aí (com Josué de Barros)
Casado
na orgia (com João da Baiana)
Casamento
do coronel Cristino
Céu
do Brasil (com Gomes Filho)
Chorei
Chorinho
no parque São Jorge (com Salgado Filho)
Cochichando
(com João de Barro e Alberto Ribeiro)
Conversa
de crioulo (com Donga e João de Baiana)
Dança
dos ursos
Dando
topada
Desprezado
Displicente
Dominante
Dominó
Encantadora
Estou
voltando
Eu
sou gozado assim
Fala
baixinho (com Hermínio Bello de Carvalho)
Festa
de branco (com Baiano)
Foi
muamba (com Índio)
Fonte
abandonada (com Índio)
Fraternidade
Gargalhada
Gavião
Calçudo (com Cícero de Almeida)
Glória
Guiomar
(com Baiano)
Há!
hu! lá! ho! (com Donga e João da Baiana)
Harmonia
das flores (com Hermínio Bello de Carvalho)
Hino
a Ramos
Infantil
Iolanda
Isso
é que é viver (com Hermínio Bello de Carvalho)
Isto
não se faz (com Hermínio Bello de Carvalho)
Já
andei (com Donga e João da Baiana)
Já
te digo (com China)
Jardim
de Ilara (com C. M. Costal)
Knock-out
Lamento
Lamentos
(com Vinícius de Moraes)
Lá-ré
Leonor
Levante,
meu nego
Lusitânia
(com F. G. D.)
Mais
quinze dias
Mama,
meu netinho (com Jararaca)
Mamãe
Isabé (com João da Baiana)
Marreco
quer água
Meu
coração não te quer (com E. Almeida)
Mi
tristezas solo iloro
Mulata
baiana (com Gastão Vianna)
Mulher
boêmia
Mundo
melhor (com Vinícius de Moraes)
Não
gostei dos teus olhos (com João da Baiana)
Não
posso mais
Naquele
tempo (com Benedito Lacerda e Reginaldo Bessa)
Nasci
pra domador (com Valfrido Silva)
No
elevador
Noite
e dia (com W. Falcão)
Nostalgia
ao luar
Número
um
O
meu conselho
Os
batutas (com Duque)
Os
cinco companheiros
Os
home implica comigo (com Carmen Miranda)
Onde
foi Isabé
Oscarina
Paciente
Página
de dor (com Índio)
Papagaio
sabido (com C. Araújo)
Patrão,
prenda seu gado (com Donga e João da Baiana)
Pé
de mulata
Poema
de raça (com Z. Reis e Benedito Lacerda)
Poética
Por
vôce fiz o que pude (com Beltrão)
Pretensiosa
Promessa
Que
perigo
Que
querê (com Donga e João da Baiana)
Quem
foi que disse
Raiado
(com Gastão Vianna)
Rancho
abandonado (com Índio)
Recordando
Rosa
(com Otávio de Sousa)
Rosa
Samba
de fato (com Baiano)
Samba
de nego
Samba
do urubu
Samba
fúnebre (com Vinícius de Moraes)
Samba
na areia
Sapequinha
Saudade
do cavaquinho (com Muraro)
Seresteiro
Sofres
porque queres
Pixinguinha,
1959. Arquivo Nacional.
Solidão
Sonho
da Índia (com N. N. e Duque)
Stella
(com de Castro e Sousa)
Teu
aniversário
Teus
ciúmes
Triangular
Tristezas
não pagam dívidas
Um
a zero (com Benedito Lacerda)
Um
caso perdido
Uma
festa de Nanã (com Gastão Vianna) * Urubu
Vamos
brincar
Variações
sobre o urubu e o gavião
Vem
cá! não vou!
Vi
o pombo gemê (com Donga e João da Baiana)
Você
é bamba (com Baiano)
Você
não deve beber (com Manuel Ribeiro)
Vou
pra casa
Xou
Kuringa (com Donga e João da Baiana)
Yaô
africano (com Gastão Vianna)
Zé
Barbino (com Jararaca)
Proezas de Solon
HOMENAGENS
PÓSTUMAS
No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional do Choro. A data foi criada como homenagem ao que se acreditava ser a data de nascimento de Pixinguinha. Ela foi criada oficialmente em 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello. Em novembro de 2016, entretanto, foi descoberto que a verdadeira data de nascimento do compositor é 4 de maio de 1897, e não 23 de abril, como se acreditava até então. Apesar disso, a data de comemoração do estilo musical criado pelo artista permaneceu inalterada.
Foi homenageado pela escola de samba Portela, em 1974, com o enredo "O Mundo Melhor de Pixinguinha". Em 2014, foi homenageado pela escola de samba Mocidade Unida da Mooca campeã do quarto grupo.
Em 2016, ganhou uma estátua no Bar da Portuguesa, em Ramos. Foi feita da forma que ele passou os últimos anos de sua vida, feliz e de pijamas na mesa daquele bar.
Em
2021, o rapper Emicida lançou a canção "São Pixinguinha" em homenagem
ao compositor, através do projeto alemão de música ColorsxStudios.
Em
2021 estreou o filme Pixinguinha, Um Homem Carinhoso dirigido por Denise Saraceni.
Danilo Ferreira interpreta Pixinguinha jovem e Seu Jorge depois.
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