sexta-feira, 7 de abril de 2023

EFEMÉRIDES: HÁ 130 ANOS, EM 07 DE ABRIL DE 1893 NASCEU ALMADA NEGREIROS, UM DOS MAIS IMPORTANTES ARTISTAS PORTUGUESES, PINTOR, ESCRITOR, POETA.

 


ALMADA NEGREIROS é uma figura ímpar no panorama artístico português do século XX. Essencialmente, autodidata (não frequentou qualquer escola de ensino artístico), a sua precocidade levou-o a dedicar-se desde muito jovem ao desenho de humor.

Mas a notoriedade que adquiriu no início de carreira prende-se acima de tudo com a escrita, interventiva ou literária. Almada teve um papel particularmente ativo na primeira vanguarda modernista, com importante contribuição para a dinâmica do grupo ligado à Revista Orpheu, sendo a sua ação determinante para que essa publicação não se restringisse à área das letras.

José Sobral de Almada Negreiros nasceu em Trindade, São Tomé e Príncipe, 07 de Abril de 1893 e faleceu em Lisboa, 15 de Junho de 1970, foi um artista multidisciplinar português que se dedicou fundamentalmente às artes plásticas: desenho, pintura e à escrita: romance, poesia, ensaio, dramaturgia, ocupando uma posição central na primeira geração de modernistas portugueses.

Eduardo Lourenço escreve: "Estranho arco de vida e arte o que une Almada «Futurista e tudo», Narciso do Egipto da provocante juventude, ao mago hermético certo de ter encontrado nos anos 40, «a chave» de si e do mundo no «número imanente do universo»".

Esteve em Paris, como quase todos os candidatos a artista então faziam. Residiu em Madrid durante vários anos e o seu regresso ficou associado à decisão de se centrar definitiva e exclusivamente em Portugal.

Ao longo da vida empenhou-se numa enorme diversidade de áreas e meios de expressão – desenho e pintura, ensaio, romance, poesia, dramaturgia… até o bailado, que Fernando de Azevedo classifica de "fulgurante dispersão". Sem se fixar num domínio único e preciso, o que emerge é sobretudo a imagem do artista total, inclassificável, onde o todo supera a soma das partes. Também neste aspeto Almada se diferencia dos seus pares mais notáveis, Amadeo de Souza-Cardoso e Fernando Pessoa, cuja concentração num território único, exclusivo, foi condição necessária à realização das obras máximas que nos deixaram como legado.

ALGUMAS OBRAS

•1915 | Frisos, Orpheu vol. 1, pp. 51–59 (prosas)  | A Cena do Ódio (poesia) | A Engomadeira (novela)  | O Sonho da Rosa (bailado, realização) | Manifesto Anti-Dantas e Por Extenso

•1916 | Manifesto em apoio a 1.ª exposição de Amadeo de Souza Cardoso - Liga Naval de Lisboa  | Litoral (poesia)  | Mima Fataxa Sinfonia Cosmopolita (novela) | Saltimbancos (novela).

•1917 | Ultimatum Futurista às Gerações Portuguesas do Século XX (conferência, publicada na revista Portugal Futurista) | K4, O Quadrado Azul (novela) 

•1918 | O Jardim da Pierrette (bailado) 

•1919 | Histoire du Portugal par Coeur (poema em prosa).

•1921 | O Menino do Olhos de Gigante (poesia) | A Invenção do Dia Claro )

•1924 | Pierrot e Arlequim (teatro).

•1925 | Nome de Guerra (romance); editado em 1938 | Autorretrato num grupo (pintura).

•1926 | A Questão dos Painéis; a história de um acaso de uma importante descoberta e do seu autor (ensaio)

•1929 | Decorações murais, Cine San Carlos, Madrid | Deseja-se Mulher / SOS (teatro), 1928-29.

•1932 | Direção Única (conferência).

•1933 | Arte e Artistas (conferência).

•1935 | Maternidade (pintura).

•1936 | Duplo Retrato (pintura), 1934-36.

•1938 | Vitrais para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Lisboa, 1934-38.

•1940 | Vitrais, Pavilhão da Colonização, Exposição do Mundo Português, Lisboa.

•1942 | Homenagem a Luca Signorelli (pintura).

•1947 | Pinturas murais na Gare Marítima de Alcântara, 1945-47.

•1948 | Pinturas murais na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, 1946-48.

•1950 | Theleon e a Arte Abstrata (palestra) | A chave diz: faltam duas tábuas e meia de pintura no todo da obra de Nuno Gonçalves (ensaio).

•1954 | Retrato de Fernando Pessoa (pintura).

•1961 | Decoração das fachadas de edifícios na Cidade Universitária de Lisboa: Faculdade de Direito; Faculdade de Letras; Reitoria, 1957-61.

•1969 | Começar, desenho inciso na parede do átrio de entrada da sede da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1968-69.

 

 






FONTE: 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Almada_Negreiros#1911–1919

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