quinta-feira, 3 de março de 2022

BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE MARIA FIRMINA DOS REIS. HOMENAGEM DO FOCUS PORTAL CULTURAL


 




A Literatura brasileira do passado tem nomes muito importantes para compreendermos a literatura do presente. É o caso de Maria Firmina dos Reis.

MARIA FIRMINA DOS REIS foi uma escritora que nasceu no Maranhão, em 11 de março de 1822. Além, foi professora, poeta, compositora, colaboradora em jornais no Maranhão. É a escritora considerada a primeira romancista brasileira.

Sua obra Úrsula é precursora da temática abolicionista na literatura do país. O romance é considerado, ainda, o primeiro no gênero a ser publicado por uma mulher negra em todos os países de Língua Portuguesa. Maria Firmina denunciou a condição crítica e o cenário de desigualdade vivido pelos escravizados e pelas mulheres no século XIX.

Como educadora, fundou uma escola mista (para meninos e meninas) no Maranhão, a primeira do estado e uma das primeiras do país, no início da década de 1880.

Maria Firmina dos Reis nasceu em São Luís, capital do Maranhão. Sua mãe, Leonor Felippa dos Reis, foi uma escravizada alforriada. Seu pai, João Pedro Esteves, um homem de posses, sócio do Comendador Caetano José Teixeira a quem sua mãe serviu.

A informação sobre a paternidade não consta no documento de batismo de Firmina, apenas na certidão de óbito, redigida no dia 11 de novembro de 1917.

Aos 5 anos, Maria Firmina ficou órfã e se mudou para a cidade de Guimarães, no interior  do  Maranhão, para viver na casa da tia materna. Lá, formou-se professora não há informações sobre como foi essa formação e, aos 25 anos, foi aprovada em um concurso público para lecionar Primeiras Letras.

Maria Firmina exerceu o magistério por muitos anos e recebeu o título de Mestra Régia. Na imprensa local, publicou poesia, ficção, crônicas e até enigmas e charadas.

Quando se aposentou, no início da década de 1880, fundou em Maçaricó a primeira escola mista do Maranhão, gratuita para os alunos cujos pais não tinham condição de pagar.

As atividades da escola acabaram sendo suspensas depois de dois anos e meio por causar grande polêmica na época. Afinal, era comum que meninos e meninas frequentassem turmas distintas.

Úrsula: a principal obra de Maria Firmina O romance Úrsula foi publicado em 1859. A história conta com protagonistas brancos, mas, pela primeira vez na literatura brasileira, personagens negros têm voz.

Na obra, africanos e afro-brasileiros refletem sobre as relações opressivas que enfrentavam em uma sociedade escravista e patriarcal. Por isso, este considerado, também, o primeiro romance da chamada literatura afro-brasileira.

O Navio Negreiro (1870), de Castro Alves, e A Escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães, obras amplamente, conhecidas no Brasil, foram publicadas anos depois do romance de Firmina.


MAIS INFORMAÇÕES


Segundo o registro, Maria Firmina foi batizada na freguesia de Nossa Senhora da Vitória, em São Luís do Maranhão, sendo padrinhos o capitão de milícias João Nogueira de Souza, e Nossa Senhora dos Remédios, não sendo informada nem sua paternidade nem a data do nascimento. Em 25 de junho de 1847, visando a inscrição no concurso público da cadeira de primeiras letras da vila de São José de Guimarães, então apenas possível para a idade mínima de 25 anos, Maria Firmina solicitou nova certidão de justificação de batismo, na qual informou a data de nascimento como 11 de março de 1822, e o nome de sua mãe, Leonor Felipa, mulata forra, sendo o processo concluído em 13 de julho desse ano. Leonor Felipa havia sido escrava do comendador Caetano José Teixeira, falecido em 1819, grande comerciante e proprietário de terras na vila de São José de Guimarães, proprietário de uma companhia comercial com avultadas transações no fim do período colonial, e no início do Império.

Tanto o registro de batismo como a certidão de 1847 são omissas em relação ao nome do pai de Maria Firmina, o qual apenas é declarado no seu registro de óbito, datado de 17 de novembro de 1917, com o nome de João Pedro Esteves. João Pedro Esteves, homem de posses, era sócio do antigo dono da mãe de Maria Firmina, a escrava Leonor Felipa, na sua companhia comercial.

Segundo algumas fontes, seria prima do escritor maranhense Francisco Sotero dos Reis por parte da mãe, embora se desconheça com que fundamento e em que grau.

Em 1830, mudou-se com a família para a vila de São José de Guimarães, no continente. Viveu parte de sua vida na casa de uma tia materna mais bem situada economicamente. Em 1847, concorreu à cadeira de Instrução Primária nessa localidade e, sendo aprovada, ali mesmo exerceu a profissão, como professora de primeiras letras, de 1847 a 1881. Maria Firmina dos Reis nunca se casou. Maria Firmina dos Reis morreu, cega e pobre, aos 95 anos, na casa de uma ex-escrava, Mariazinha, mãe de um dos seus filhos de criação.

É a única mulher dentre os bustos da Praça do Pantheon, que homenageiam importantes escritores maranhenses, em São Luís.

 

SELEÇÃO OBTIDA A PARTIR DO LIVRO ESCRITORAS BRASILEIRAS DO SÉCULO XIX: ANTOLOGIA.

 

Úrsula. Romance, 1859.

Gupeva. Romance, 1861/1862 (O jardim dos Maranhenses) e 1863 (Porto Livre e Eco da Juventude).

Poemas em: Parnaso maranhense, 1861.

A escrava. Conto, 1887 (A Revista Maranhense n° 3)

Cantos à beira-mar. Poesias, 1871.

Hino da libertação dos escravos. 1888.

Poemas em: A Imprensa, Publicador Maranhense; A Verdadeira Marmota; Almanaque de Lembranças Brasileiras; Eco da Juventude; Semanário Maranhense; O Jardim dos Maranhenses; Porto Livre; O Domingo; O País; A Revista Maranhense; Diário do Maranhão; Pacotilha; Federalista.

Composições musicais: Auto de bumba-meu-boi (letra e música); Valsa (letra de Gonçalves Dias e música de Maria Firmina dos Reis); Hino à Mocidade (letra e música); Hino à liberdade dos escravos (letra e música); Rosinha, valsa (letra e música); Pastor estrela do oriente (letra e música); Canto de recordação (“à Praia de Cumã”; letra e música).



FONTE BIOGRÁFICA COMPLETA

http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/leia/reportagens-artigos/reportagens/16721-maria-firmina-dos-reis-vida,-obra-e-curiosidades-sobre-a-escritora

 

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